É inegável que os dois governos do ex-presidente Lula (PT) trouxeram dividendos históricos para os mais pobres do Brasil. O lado “social” foi intensificado e alguns programas “plantados” nos governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) “germinaram” com o petista, que também tem vários méritos neste sentido. O problema é que parou por ai! Lula transformou programas sociais, que beneficiavam, sobretudo os mais pobres, em bandeiras eleitoreiras, em trunfos contra a oposição. Nem o governo dele e, muito menos o da presidente Dilma Rousseff (PT), encontraram alternativas para seguir em frente, para o “próximo passo”. Se estiver dando certo, bastava manter aquela estrutura e ponto final.

Enquanto isso, com o passar dos anos, os programas sociais foram inflando e o governo federal não apresentava uma alternativa. Preferia ter uma legião de “dependentes”, gente que até trabalhava, mas que preferiu se encostar em um benefício social “eterno”. Com as finanças no limite, Dilma Rousseff não teve coragem de promover mudanças para não perder votos. E decidiu cortar e prejudicar quem mais produz para o País, quem emprega, quem gera renda e até de quem realmente trabalha. Em síntese, nós trabalhadores estamos pagando mais impostos para sustentar uma estrutura falida de política social, exclusivamente com fins eleitoreiros para o PT e aliados.

Enquanto os efeitos destas medidas não eram sentidos pelos trabalhadores, a coisa até ia bem, mas bastou a indústria e o comércio entrarem em crise, bastou o desemprego voltar com tudo e os preços inflacionarem, para que os discursos populistas de Lula, Dilma e do PT começassem a cair em descrédito. Cada vez mais foram perdem apoios importantes, adesões históricas. Há um desgaste das contas públicas e o discurso da esquerda cansou! A alternativa encontrada para manter a estrutura em funcionamento foi desviar recursos públicos, “saquear” o cofre da Petrobras, a maior estatal do País e uma das maiores do Mundo, que praticamente quebrou!

Tudo fruto de uma política irresponsável, de um governo que demonstrou não ter mais um projeto para o País, mas apenas de permanência no Poder. Se o PT “deu o peixe” aos mais pobres, aos mais necessitados, se tinha realmente compromisso com o crescimento e desenvolvimento do País, com a estabilidade econômica e social, também tinha que ter “ensinado a pescar”. Por conta disso e de outros fatores que acabou caindo em descrédito perante a população, a oposição e, principalmente, com alguns aliados. São fatores que já justificam a aceitação da denúncia de crime de responsabilidade pela Câmara dos Deputados, nesse domingo (17). Dilma passou dos limites estabelecidos por lei e tentou burlar a fiscalização “pedalando”!

Na sessão extraordinária de ontem, da Câmara dos Deputados, com muita arrogância, com muita soberba e prepotência, o PT chegou com um tom de vitória, com sorriso nos rostos, assegurando ter os votos necessários para barra o processo de impeachment. O governo mais uma vez mentiu, ou melhor, blefou! Perdeu o poder do convencimento e partiu para a agressão, tentou vencer no grito. Talvez sonhasse com a adesão das ruas, dos parlamentares nordestinos. Mas dessa vez não deu! De 513 deputados, teve apenas o voto registrado de 137, petistas e comunistas na maioria. Um desastre para um governo populista que está comandando o País há mais de 13 anos. E Dilma vai seguindo a “nova onda” da América Latina, onde a esquerda encontra-se na “UTI”, cada vez mais fragilizada e perdendo seguidores…

Veja essa!

A participação mais patética da votação no Congresso Nacional, ontem, foi a do vice-líder do governo, deputado Silvio Costa (PTdoB/PE). A todo instante desafiou, peitou e agrediu os adversários. Disse em alto e bom som que o governo ia surpreender em vários Estados e que venceria no final. O maior blefe da votação!

E essa!

Alguns votos eram esperados com a ansiedade. Paulo Maluf (PP) foi sucinto e apenas votou a favor da aceitação da denúncia. O também deputado Tiririca (PR), que vinha escondendo sua posição, ficou favorável ao impeachment da presidente. Coube ao deputado Bruno Araújo (PSDB/PE) o 342 voto a favor da tramitação do processo, que culminou com uma grande festa da oposição em plenário.

Sergipanos I

Entre os deputados sergipanos, além de João Daniel (PT), Fábio Mitidieri (PSD) fez valer a palavra e o compromisso firmado e acompanhou a presidente Dilma Rousseff. O deputado justificou que a maioria de sua base eleitoral em Sergipe foi consultada e era contrária ao impeachment. Fábio deixou as conveniências de lado e manteve o voto.

Sergipanos II

Além de Adelson Barreto (PR), Laércio Oliveira (SDD), Jony Marcos (PRB), André Moura (PSC) e Valadares Filho (PSB) que já votavam a favor do impeachment, surpreendeu o voto favorável do deputado Fábio Reis (PMDB). As razões que o levaram a mudar de posição são desconhecidas. Sabe-se apenas que têm relação com o PMDB.

Sem traição

Nas redes sociais, o irmão de Fábio, Sérgio Reis, explicou que o voto do deputado foi em consenso com o governador Jackson Barreto (PMDB), que estava em BSB e ontem tomou café da manhã com o parlamentar. “Nada foi feito sem conversar com o governador primeiro”, assegurou Sérgio Reis, garantindo ainda que JB aceitou e entendeu os “motivos” de Fábio Reis, sem pedir o voto favorável a presidente Dilma.

Grande derrotado

Em outras épocas, quando de uma votação importante em Brasília, o governador sergipano sempre tinha maioria em sua bancada e era atendido como a principal liderança do Estado. Jackson foi a Brasília, não conseguiu mudar o voto de ninguém e ainda assistiu Fabio Reis votar contra a presidente. JB volta para Sergipe por demais fragilizado politicamente…

Bomba!

Semana passada, Politizando revelou com exclusividade que o TCU, a Polícia Federal e, em breve, o TCE, estarão fiscalizando de perto uma denúncia de superfaturamento sobre uma obra polêmica de terraplanagem na região da Grande Aracaju.

Exclusiva!

A “novidade” é que, pelo menos, um conselheiro do TCE estaria interessado em fiscalizar possíveis indícios de irregularidades. Por enquanto, as investigações são guardadas sob absoluto sigilo. Em breve, Politizando trará mais informações.

Falando nisso!

Sobre a concorrência 11/2015 para a contratação de serviços técnicos de engenharia consultiva para a supervisão de apoio às obras e projetos da sob responsabilidade da Seinfra e suas vinculadas no Estado, Politizando foi informada que o deputado estadual Georgeo Passos (PTC) já recebeu os dados solicitados e está analisando tudo, cuidadosamente. O parlamentar e este colunista vão acompanhar a tramitação do processo.

Afastados I

Os deputados estaduais Augusto Bezerra (PHS) e Paulinho Filho (PTdoB         ), diferente do que alguns setores colocaram, estão afastados sim da Assembleia Legislativa, por uma decisão judicial cautelar. Se não for encontrado nenhum impedimento, logo eles estarão aptos para retornaram suas atividades na Casa, onde poderão continuar exercendo seus mandatos mesmo em caso de aceitação da denúncia pelos desembargadores.

Afastados II

Alguns setores da imprensa especularam sobre a necessidade da AL convocar os suplentes. Mas a legislação vigente determina que a convocação só ocorrem em caso de óbito, de renúncia pelo parlamentar ou de cassação do mandato. Vários deputados no Brasil respondem a processos criminais e/ou cíveis e exercem seus mandatos sem impedimentos. E no caso de Augusto e Paulinho, o processo criminal sequer foi iniciado.

Jerônimo Reis

Semana passada, Politizando informou que a Justiça Eleitoral teria rejeitado um recurso de Jerônimo Reis (PMDB), mantendo sua inelegibilidade. Ao longo dessa semana, em um novo recurso, o ex-deputado federal teve êxito e agora estaria apto para disputar as próximas eleições.

CRÍTICAS E SUGESTÕES

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