Aracaju, 28 de março de 2024

Internas do Prefem apresentam espetáculo no Teatro Tobias Barreto (Foto: Victor Ribeiro)

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
_R1_4551

A tarde desta quarta-feira, 20, foi de muita arte contra o pré-conceito, expressada por internas do Presídio Feminino no espetáculo “A Cor da Vida é Transparente” do Projeto Penarte, no II Festival de Artes Cênicas de Sergipe. A apresentação contou com a participação da banda “O poeta do Caos e o Alcatroz” e a cantora Bia Ferreira.

Na plateia estavam, o secretário de justiça, Antônio Hora Filho, acompanhado do defensor público, Anderson Amorim, e a diretora do Presídio Feminino, Valéria Victor. Estiveram presentes também, familiares das internas, que vibravam a cada aparição delas no palco, e estudantes de escolas particulares e da rede estadual da capital e interior do estado.

Para o secretário de justiça, Antônio Hora Filho, a participação das internas nessa atividade é gratificante, considerando a apresentação no circuito de Artes Cênicas à nível sergipano, reflexo do trabalho de ressocialização que está sendo desenvolvido dentro do presídio e que está levando muitas delas a traçar caminhos vencedores.

“A cultura é uma ferramenta de educação e tem levado muitas das internas a ingressar em faculdades, de Direito, de Dança, agora temos uma das internas ingressando na Universidade Federal de Sergipe. Então o trabalho de ressocialização está sendo cumprido,” disse, o secretário.

A aparição das internas no palco foi muito esperada pelos familiares presentes, pois se tratava de uma oportunidade de vê-las em outra situação, diferente de quando eles fazem visita na prisão. Era o momento em que elas estariam na condição de verdadeiras artistas.

“Eu acho muito importante, porque ela tem aqui uma oportunidade de sair do presídio e mostrar o que ela sabe para todo mundo, colegas, amigos, pai, mãe, e para mim também como irmã. A participação tem ajudado no comportamento dela, desde o ano passado que ela entrou ela trabalha, não briga com ninguém, e ela está fazendo de tudo para sair. Ela encontrou algo para consertar o erro que ela causou,” disse, dona Verônica Santos, irmã de uma interna.

As internas, Olga Larissa e Andréa Barbosa, estavam entusiasmadas com a volta delas aos palcos, depois de já ter passado pelo Teatro Atheneu em 2015.

“É muito bom, porque mostramos a sociedade que ali não é o fim,  e que quando a gente for para a rua de novo, nós vamos sair com outra mente, outra vida. A área do teatro é muito boa, as vezes eu penso em sair e fazer uma faculdade de Teatro ou dança,” disse, Andréa.

“É muito importante, porque como é a segunda vez, e a gente gostou de lidar com o público, de expressar a nossa arte, então para a gente quantas vezes for para vir a gente vem.,” disse, Olga.

Para a diretora do Presídio Feminino, Valéria Victor, essa participação é sempre muito importante para o processo de ressocialização das presas, principalmente quando essas atividades atravessam os muros do presídio e as colocam em contato com o público.

Também a presença de estudantes da rede pública e particular, foi importante, promovendo uma reflexão sobre o pré-conceito contra a população carcerária, como destacou uma estudante do munícipio de Umbaúba.

“Eu nunca havia visto uma peça teatral, e hoje pela oportunidade do colégio irei ver uma peça como essa. Acho que a sociedade deveria investir mais nisso, porque descobre novos talentos. Eu achei muito interessante,” disse, Ana Paula.

Penarte Literatura

No evento também foi lançado o Penarte Literatura, novo projeto de ressocialização criado pelo coordenador do Penarte, Cláudio Viana e pelo secretário de justiça, Antônio Hora Filho e orientado pelo juiz da Vara de Execuções Penais, Dr. Hélio Figueiredo Mesquita Neto.

Segundo, Cláudio Viana, o projeto é inovador, porque atenderá toda a população carcerária de Sergipe e irá oferecer quase 50 dias de remissão de pena para os internos que participar do projeto, e deste modo reduzirá também os custos do Estado com a população carcerária.

O Penarte Literatura atuará na erradicação do analfabetismo, pois só poderá participar do projeto quem tem domínio da leitura e pela recomendação 44 do Ministério da Justiça (SNJ), é obrigatório que o preso produza uma resenha de cada livro lido dentro do projeto, para provar que leu e entendeu e assim, ter o direito a remissão penal. Porém, a proposta do projeto Penarte Literatura é possibilitar que os presos possam expressar o que aprendeu através de outras linguagens artísticas, além da escrita.

Assessoria de comunicação – Sejuc

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp

Leia também