Aracaju, 28 de março de 2024

Release: Estudo busca prevenir surgimento de bactérias resistentes (Foto: Assessoria)

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FAPITEC

O surgimento de bactérias resistentes é uma das grandes preocupações dos profissionais da saúde. Com objetivo de avaliar o uso de antimicrobianos em unidades de terapia intensiva, um estudo está sendo realizado pela professora e doutora em Medicina e Saúde, Iza Maria Fraga Lobo, com pacientes do Hospital Urgência de Sergipe (Huse). Segundo a pesquisadora, o estudo é importante para entender como os antimicrobianos estão se comportando e prevenir o surgimento de bactérias resistentes.

As superbactérias são micro-organismos que produzem uma substância que inativam os antibióticos, desenvolvendo assim sua resistência, sendo consideradas as grandes vilãs no combate às infecções hospitalares. A Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), é uma dessas bactérias que atacam vítimas de doenças graves ou que estão com suas defesas diminuídas, a exemplo de pessoas que passaram por cirurgias. Desde 2006, a superbactéria KPC vem  sendo estudada.

A pesquisadora Iza Lobo lembra que duas bactérias resistentes surgiram em Sergipe, trazendo preocupações para o sistema de saúde, entre elas a KPC.  “A gente está vivendo desde 2007, o surgimento da acinetobacter , que tivemos um surto e a partir daí houve uma maior frequência da acinetobacter multirresitente nas infecções hospitalares nos pacientes de UTI. No ano de 2015, teve o aparecimento da KPC e cada vez mais germes resistentes aparecendo, o que termina transformando os antimicrobianos”, pontuou.

Estudo

Há cinco anos a professora Iza Lobo vem realizando estudos com os antimicrobianos. O projeto, que conta com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE), tem por objetivo avaliar o uso de antimicrobianos em unidade de terapia intensiva e mostrar como ele se modificou ao longo do tempo.

“A gente avaliou como os antimicrobianos foram mudando de frequência de uso, de comportamento nas unidades intensivas de adulto e pediátrica. Com os resultados,  percebemos a transformação das escolhas de antimicrobianos e certamente vislumbramos que estão associados com a resistência bacteriana”, destacou.

Com os estudos, foi possível montar um banco de dados, que permite o acompanhamento de todos os pacientes que são internados na UTI do Huse. Foi elaborado um formulário padrão de acompanhamento das infecções hospitalares, os dispositivos invasivos e o uso dos antibióticos. Todos os dias são marcados qual o tipo de antibiótico usado pelo paciente e  o resultado das culturas das infecções que aconteceram nesses pacientes.

Segundo a pesquisadora, o próximo passo é buscar associar o comportamento da mudança dos antimicrobianos com a resistência bacteriana.  “São quase 9 anos de acompanhamento de mais de 7 mil pacientes. É um trabalho bastante robusto, neste sentido, uma série histórica para compreender essas mudanças que estão acontecendo dentro das unidades intensivas e intervir com prevenção. Além de manejar esses antimicrobianos para impedir a evolução, melhorar o uso de antimicrobianos e bloquear um pouco a evolução dessa resistência”, enfatiza  pesquisadora.

Importância

A pesquisadora Iza Lobo explica que há uma carência de informações sobre a resistência bacteriana, que segundo a pesquisadora, é uma condição que depende muito de cada local, pois há diferentes perfis de resistência por unidade.

“Esse assunto de resistência bacteriana está na ordem do dia da Organização Mundial de Saúde, em termos de saúde pública, porque a resistência é algo que ameaça a todos. A importância do nosso estudo é enorme por conta da situação que estamos vivendo em Sergipe com a chegada da KPC”, afirma a pesquisadora Iza que ainda acrescenta que Sergipe foi um dos últimos estados a notificar a KPC.

Transmissão

A principal via de transmissão é o contato dos profissionais de saúde com os pacientes colonizados ou doentes com a bactéria resistente. A principal forma de prevenção é a higienização das mãos dos profissionais antes de tocar em cada paciente.  “A gente está conseguindo compreender melhor e tentando bloquear essas bactérias. Organizando melhor a maneira como o paciente é transferido dentro do hospital, colocar ele em uma área mais reservada, não se misturar com os outros. Temos tido várias estratégias nesse sentido”, explicou.

Assessoria de Comunicação – Fapitec/SE

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