Aracaju, 26 de abril de 2024
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“Tchau queridos!”. Cunha blefou enquanto pode e STF decidiu por afastá-lo; amanhã o “império de Dilma” também começa a ruir!

Por mais inocente que ele venha a ser, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ) blefou enquanto pode no Comando da Casa Legislativa. Existem uma infinidade de denúncias contra o peemedebista e, em respeito ao devido processo legal, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, que é o relator da Operação Lava Jato, decidiu em caráter liminar pelo afastamento de Cunha das funções de deputado e, consequentemente, da Presidência do Poder. Horas mais tarde, o pleno do Supremo referendou a liminar e o afastamento do peemedebista. Existem indícios de que ele vinha atrapalhando a tramitação do processo que pede a cassação de seu mandato no Conselho de Ética da Câmara.

Para Politizando, o próprio Eduardo Cunha tinha consciência que, cedo ou tarde, isso iria acontecer, que, em virtude da forte pressão popular e dos partidos políticos representados, dificilmente o STF o manteria na presidência da Câmara dos Deputados por muito mais tempo. Cunha tem uma base sólida de aliados no Congresso Nacional e que certamente trabalhará para, ao menos, garantir a manutenção de seu mandato na votação em plenário. São necessários 257 votos para a sua cassação, algo, neste momento, um pouco improvável ainda. Com o líder longe do comando, caberá ao grupo dele decidir se apoia a manutenção do vice-presidente, deputado Waldir Maranhão (PP/MA), ou se vai sustentar a teoria de uma nova eleição na Câmara Federal.

De certo mesmo era que a estratégia de Eduardo Cunha estava definida em se manter a frente da presidência da Câmara dos Deputados, pelo menos, até o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) do cargo, que deverá ocorrer na próxima semana após votação por maioria simples do Senado Federal. Cunha assumiu uma postura de adversário direto da petista e, sem ferir o regimento interno da Casa que comandava e em perfeita sintonia com o próprio STF que o afastou, foi decisivo para uma expressiva derrota de Dilma no plenário da Câmara Federal. Grande articulador político, Cunha cometeu um erro estratégico: a soberba lhe fez blefar demais e acreditar que jamais o “cerco contra ele” se fecharia.

Por sua vez, se a quinta-feira foi marcada pelo afastamento de Eduardo Cunha do comando da Câmara dos Deputados, a sexta-feira (6) que se aproxima pode colocar um dos “pés” Dilma Rousseff para fora da presidência da República. Amanhã pela manhã, os membros da Comissão Especial de Impeachment no Senado, onde a oposição tem 15 dos 21 votantes) apreciarão o parecer do senador e relator Antônio Anastasia (PSDB/MG) e votarão pela continuidade ou não do processo que denuncia a presidente Dilma Rousseff pela prática do crime de responsabilidade. A votação em plenário, que pode determinar o afastamento da presidente por até 180 dias, está prevista para acontecer na próxima quarta-feira (11).

É evidente que esta não será a melhor forma para o deputado Eduardo Cunha “celebrar” o afastamento da presidente. Respeitadas as particularidades, ambos estão nivelados. Mas é certo que, pelo estilo sarcástico do peemedebista, a saída de Dilma lhe trará a sensação do “dever cumprido”, por ter superado todas as pressões e tê-la derrotada, junto com o PT, no voto, por maioria absoluta, e em plenário. Se tem gente comemorando dando o “tchau querido” para Cunha nesta quinta, amanhã o “tchau querida” voltará a cena com tudo. Com o relatório favorável a aceitação da denúncia sendo aprovado na Comissão, a saída de Dilma Rousseff do comando do País são “favas contadas”.

Que Cunha seja devidamente investigado e julgado, respeitando os mesmos princípios constitucionais que estão sendo aplicados no processo de impeachment de Dilma Rousseff. Um não é melhor que o outro! Ambos se equivalem! Inclusive quanto a forma de blefar. Se Eduardo blefou muito na presidência da Câmara dos Deputados, certamente Lula, Dilma e o Partido dos Trabalhadores blefaram ainda mais achando que jamais seriam questionados, que jamais cairiam. Acompanhamos um cenário diferente. Uma mudança de comportamentos. A oposição “coxinha” dos anos anteriores, ganhou um tom mais profissional. Vilão para muitos, herói para poucos, certamente, Cunha é para alguém o “malvado favorito”. Isso nem a história poderá apagar…

Veja essa!

O secretário nacional da Juventude do PT acusou o governador Jackson Barreto (PMDB) de “golpista” pelo voto dado pelo deputado federal Fábio Reis (PMDB) a favor do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados.

E essa!

Já o presidente do Diretório Municipal do PT e o presidente do Diretório Estadual, Emmanuel Nascimento e Rogério Carvalho, respectivamente, são contrários a esse posicionamento e defendem abertamente o governador Jackson Barreto.

Gualberto I

Da tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã de hoje (5), o líder do governo na Casa, deputado Francisco Gualberto (PT) pontuou que alguns colegas de partido estão fazendo a leitura errada e também saiu em defesa do governador. Na oportunidade, o petista também falou sobre a eleição municipal em Aracaju.

Gualberto II

Segundo ele, essa discussão interna no PT terá somente dois caminhos: aliança com o PCdoB de Edvaldo Nogueira ou com o PMDB de Jackson Barreto, que consequentemente terá como candidato a prefeito o ex-secretário da Saúde, Zezinho Sobral. “A nossa caminhada será por um desses caminhos. E possivelmente todos do PT estarão no mesmo sentido. Essa é a nossa expectativa”, disse Gualberto.

Quem renúncia?

Neste cenário montado por Gualberto, está claro para Politizando que um dos pré-candidatos do governador Jackson Barreto tende a renunciar o projeto político para Aracaju. Com o PT e o PCdoB ficando juntos, praticamente se esvazia o palanque de Zezinho Sobral. O mesmo acontecerá com o palanque de Edvaldo Nogueira, caso o PT faça a aliança com o  PMDB.

PSB fora

É aguardada com muita expectativa agora a reunião do deputado federal e também pré-candidato a prefeito, Valadares Filho (PSB), com o governador nesta sexta-feira (6). Pelos cenários colocados, não há mais espaço para os socialistas na base do governo. Dentro da composição PT, PCdoB e PMDB, restará ao PSB e o PSD buscarem os apoios do PRB e do PDT, entre os partidos da base e que também não se manifestaram. Saída do PSB da base aliada é algo iminente.

Lagarto

Politizando recebeu a informação que o prefeito de Lagarto, Lila Fraga (DEM), insatisfeito com o secretário de obras de sua gestão, mandou exonerá-lo do cargo, mas sua decisão estranhamente não teria sido atendida ou respeitada. Bem relacionado no município, o auxiliar continua no exercício da função e o prefeito bastante pressionado dentro do seu agrupamento político.

CRÍTICAS E SUGESTÕES

habacuquevillacorte@gmail.com e habacuquevillacorte@hotmail.com

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