Aracaju, 24 de abril de 2024
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MÁRCIO MACEDO CONTESTA CRÍTICA AO GOVERNADOR JACKSON

O secretário nacional de Finanças do PT, Márcio Macêdo, disse, nesta sexta-feira (6), que tem “total discordância” com as declarações do secretário de Juventude do governo federal Jefferson Lima, que criticou o governador Jackson Barreto (PMDB) em decorrência da posição do PMDB a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

“Não concordo com as palavras de Jefferson Lima. Ele errou na forma e no conteúdo. Eu não concordo com a tese que ele colocou. Foi uma forma agressiva, que não reflete meu pensamento e nem da corrente que militamos, nem do PT. Foi uma posição inapropriada, ele se equivocou completamente nesta posição. A história do governador Jackson Barreto está relacionada às lutas democráticas do país. Em relação ao processo de impeachment, alguns governadores chamaram a atenção do país por terem posições contrárias dos seus partidos: o da Paraíba, Ricardo Coutinho, do PSB, e o de Sergipe, que é do PMDB, que saíram em defesa da democracia”, afirmou ele, em entrevista à rádio 103 FM.

Márcio Macêdo rechaçou que tenham tido qualquer influência sobre a declaração de Jefferson Lima. “Não tive qualquer participação nesse posicionamento. Tenho total discordância com o que ele falou. Sergipe inteiro me conhece, sabe do meu caráter e do meu comportamento, e por isso entende que eu não mando recados, não uso terceiros. Este não é o meu perfil. Eu não seria capaz de fazer este tipo de jogo”, pontuou.

Na avaliação dele, com a declaração do representante da Juventude tentou se criar uma “falsa polêmica” sobre o tema. “Tentam fazer uma luta política e ligar a declaração a mim. Não tenho nada a ver com isso”, reforçou. “Confesso que tomei um susto quando vi a repercussão da publicação de Jefferson Lima. Ele é um rapaz decente, é meu companheiro, milita na mesma corrente que eu, tem bom caráter, mas se equivocou neste processo”, disse.

Eleição em Aracaju

Questionado sobre a posição do PT em relação à eleição em Aracaju, Márcio Macêdo afirmou que ainda não há nenhuma definição sobre quem a sigla irá apoiar. “Não tem nenhuma definição. O PT vai se reunir nas suas instâncias, ouvirá os seus quadros políticos, para, nos fóruns adequados, decidir qual caminho vai trilhar em Aracaju. Teremos que decidir se o partido apoia o PMDB, com Zezinho Sobral, ou o PC do B, com Edvaldo Nogueira”, explicou.

O secretário de Finanças do PT lembrou que era favorável a uma candidatura própria, com Eliane Aquino, mas, diante da recusa da ex-primeira-dama, acha que o partido tem que se debruçar agora sobre que projeto, dos que estão colocados, é melhor para Aracaju.

“A corrente que eu milito está discutindo e amadurecendo a posição. Em breve, colocaremos nossa posição. Temos um respeito muito grande pela cidade. O PT tem uma história de amor com Aracaju. Com Marcelo Déda, o PT governou e mudou a face da nossa capital. Temos responsabilidade com o povo de Aracaju”, afirmou.

Impeachment e Cunha

Na entrevista, Márcio Macêdo também falou sobre a tramitação do impeachment no Senado e comentou o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara pelo Supremo Tribunal Federal. Ele criticou o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB). “O relatório de Anastasia é torto e viciado. O próprio tucano cometeu, quando governador de Minas Gerais, as tais pedaladas, pelas quais ele acusa agora a presidente Dilma”, disse. O representante do PT disse acreditar que “o Senado vai ouvir atentamente as vozes contra o golpe e ter uma posição responsável com o país”.

Márcio Macêdo avaliou que a decisão do STF de afastar Cunha “abre espaço para questionar a sessão do impeachment realizada pela Câmara”. “Cunha foi o operador do golpe na Câmara, foi o instrumento para cometer o crime contra a democracia. A sessão do impeachment, comandada por ele, deveria ser anulada”, defendeu.

O petista ainda alertou para o pacote de ações que o vice-presidente Michel Temer poderá colocar em prática, caso assuma o governo. “O programa Ponte para o Futuro, do PMDB de Temer, retira direitos trabalhistas, prejudica os mais pobres, acaba com programas sociais. Teremos que lutar contra este golpe e impedir o avanço da agenda conservadora e das elites”, afirmou.

Valter Lima

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