DIÓGENES BRAYNER – plenario@faxaju.com.br
A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) ainda sofre com a acusação de que mentiu para o povo, na campanha de 2014, escondendo a realidade da economia, que sofria os primeiros sinais de depressão. O presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), está começando o seu Governo já com um discurso que trás sintomas de que não poderá cumprir todas as atitudes que anuncia para recuperar um Brasil em seis meses.
Temer não é nenhum milagreiro. Resolver todos os problemas do País em 180 dias só com milagre. Pode até aliviar, mas anunciar uma solução definitiva pode ter o mesmo tom e destino da manutenção do preço do combustível, durante a campanha de 2014, quando o barril de petróleo estava a preços asfixiante e dando prejuízos à Petrobras.
Michel Temer não chega sob a confiança absoluta do povo brasileiro. A maioria o olha de soslaio. Não foi boa a sua participação matreira, quando vice, para tirar a presidente e assumir o seu lugar. Montou um secretário só de homens. Para colocar digitais de conservador, cunhou como slogan o velho “Ordem e Progresso”, palavras carimbadas na bandeira brasileira.
Esperava-se mais de Temer em seu primeiro surgimento. Reforçou o desacreditado presidencialismo de coalizão, ao fatiar o Governo com vários partidos minúsculos e sem força junto ao povo. Sem força e sem compromisso, apesar de anunciar a continuidade dos programa sociais, entre eles o do Bolsa Família, cujo ministro da área já anunciou que “o Bolsa não pode ser eterno”.
É um ministério que não demonstra vocação para resolver os graves problemas do Brasil em áreas como Educação, Saúde, Segurança e no desenvolvimento econômico. De qualquer forma já está posto e agora é esperar que no novo governo interino não seja pior do que o que fora afastado.
INDICAÇÃO
O governador Jackson Barreto explicou ontem que não está chateado porque o juiz Bruno Loeser não foi o indicado para desembargador do TRT da 5ª Região.
– Também não me senti traído por ninguém, disse.
DEMANDAS
Jackson disse que algumas pessoas ficam pondo fogo onde não precisa: “não tenho demandas no TRT e nem escritório de advocacia”.
– Tenho coisas mais importantes para me preocupar.
PREFEITURA
Jackson Barreto não demonstra que tem nome definido para précandidato da base aliada e até faz consultas a pessoas ligadas a ele sobre isso.
Ouviu de um aliado: “em quem você por a mão na cabeça, será o eleito”.
CAPELA
O desembargador José dos Anjos determinou que o prefeito de Capela, Ezequiel Leite Neto, suspenda a demolição que faz de um mercado ainda não concluído.
Quer que ele justifique as razões da demolição.
FÁBIO REIS
O deputado federal Fábio Reis (PMDB) classificou de “covarde” a manifestação que fizeram em frente à casa de sua mãe, no início desta semana.
– Minha mãe estava sozinha e ficou apavorada com as palavras de ordem.
SOZINHA
Fábio disse que sua mãe é hipertensa, tem 60 anos e estava sozinha em casa. Quando viu alguns membros do SMT, com facões nas mãos, ficou nervosa.
Disse que o pessoal do SMT de Lagarto não participou.
EDVALDO
Précandidato a prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PCdoB), disse que “com diálogo e participação popular, estamos preparando o nosso time”.
Edvaldo tem circulado e conversado muito com todos os segmentos políticos.
ANDRÉ MOURA
O nome do deputado federal André Moura (PSC) aparece como provável líder do Governo na Câmara Federal, junto a outros nomes.
As conversas rolam soltas em Brasília.
EM DÚVIDA
Sempre se põe dúvida na précandidatura do senador Eduardo Amorim (PSC), à Prefeitura de Aracaju, mas ele afirma que estará na disputa.
Já está tratando disso em tom definitivo com o seu partido.
TUDO CERTO
O deputado Gustinho Ribeiro disse que está tudo definido em Lagarto. O grupo de Valmir vai indicar o prefeito e o deputado sugere o vice.
– Os comentários são desejos dos adversários em promover a desunião, disse.
TRABALHO
Presidente do Senado, Renan Calheiros diz que não haverá recesso parlamentar em julho. Ele vai aguardar o contato de Temer.
Senadores não terão folga no meio do ano.
DISCURSO
Em seu primeiro discurso, ontem, Temer garantiu que nenhuma reforma será feita à custa da supressão de direitos adquiridos.
Foi aplaudido quando garantiu isso.
BOLSA
No Governo interino de Temer o Bolsa Família não será perpétuo, mas uma ajuda para incentivar a busca por trabalho e a produção.
Não será salário eleitoreiro que serve à aposentadoria.
ELIANE
Ex-primeira dama Eliane Aquino (PT) estava em Brasília e ficou triste com a aprovação da admissibilidade do impeachment de Dilma e seu afastamento por 180 dias.
Esteve com os amigos do partido, mas já retornou a Aracaju.
JOÃO DANIEL
O deputado federal João Daniel (PT) esteve reunido, ontem, com entidades sindicais e segmentos do MST para analisarem o afastamento de Dilma.
Preparam estratégia política para o seu retorno dentro de 180 dias.
PANTANAL
Edvaldo Nogueira, précandidato a prefeito de Aracaju pelo PCdoB) reuniu-se ontem com moradores do bairro Pantanal e ouviu problemas da comunidade.
Foi levado pela moradora Peu.
CAMPANHA
Quem estiver pensando em ganhar dinheiro nas eleições pode deixar de fazer contas. O próximo pleito será um dos mais pobres em termos de doações.
Quem sempre doou, este ano teme as conseqüências.
É DIFÍCIL
Já existem algumas conversas, seguidas de decepções. Um dos candidatos majoritários vê que a compra de votos será praticamente impossível.
E percebe que o eleitor não está mais tão aberto ao diálogo sobre eleições.
Notas
Rampa – Manifestantes contrários ao impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff pularam as grades de contenção em frente ao Palácio do Planalto e conseguiram subir alguns metros da rampa do prédio. A segurança do Planalto e a Polícia Militar atuaram para conter o grupo usando gás de pimenta.
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Renan – Ao falar do novo governo Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ontem que o afastamento de Dilma Rousseff, sozinho, não resolve os problemas do país. Renan disse ainda que a chegada do PMDB ao poder não pode significar redução de direitos dos mais pobres — discurso do PT.
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Programa – Em um de seus primeiros atos após assumir o cargo, o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), criou ontem o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). O programa foi instituído por meio de uma Medida Provisória publicada em edição extra do Diário Oficial da União.
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Barbosa – Após o Senado aprovar a admissibilidade do processo de impeachment o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa questionou a maneira como o processo foi conduzido e, embora tenha admitido que a agora presidente afastada falhou no cargo, disse que o vice Michel Temer não tem legitimidade para governar o País.
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Reversão – O novo ministro do Trabalho, deputado federal Ronaldo Nogueira (PTB-RS), disse após a posse no Palácio do Planalto, acreditar que o desemprego será revertido até o fim do ano, mas não detalhou como isso será feito. “Precisamos acreditar no potencial do Brasil e do seu povo”.
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Prejuízo – A Petrobras registrou prejuízo de R$ 1,246 milhão no 1º trimestre de 2016 na comparação com o mesmo período do ano anterior. De acordo com a estatal, o resultado sofreu impacto do aumento das despesas de juros e variações monetárias e cambiais negativas, que atingiram R$ 9,579 bilhões.
Conversando
Grávidas – Mulheres grávidas devem evitar viajar ao Rio de Janeiro nesse momento por causa do zika vírus, alerta OMS.
Votação – Os senadores de Sergipe, Valadares (PSB), Eduardo Amorim (PSC) e Maria do Carmo (DEM) votaram pela admissibilidade do impeachment.
Negocia – Governador em exercício do Rio, Francisco Dornelles encabeça movimento de governadores batizado “renegocia, Temer”, sobre as dívidas dos estados.
Suspende – Tribunal de Contas do Estado (TCE) determina suspensão de concurso para prevenir desequilíbrio nas contas de Cristinápolis.
Mulheres – Michel Temer montou uma equipe de ministro formada só por homens, alguns deles já velhos conhecidos do Planalto.
Moral – A esquerda festiva está fazendo a sua parte como oposição ferrenha, mas sabe que, com Dilma, foi desfeito o sonho do equilíbrio moral.
Corrupção – Houve avanço nos programas sociais e nos direitos, mas se praticou atos de corrupção tamanhos que barraram esse trabalho de inclusão social.
Aplausos – Certamente quem está desempregado – e são 11 milhões –, quem fechou empresas, quem rebaixou o nível de pobreza, aplaudiu a saída de Dilma.
Esquerdismo – Percebem-se personagens da vida comum que jamais levaram a sério qualquer tendência ideológica, caindo na moda do “esquerdismo de ocasião”.