O deputado federal André Moura (PSC) é um caso enigmático do quanto a política é dinâmica no nosso País. Amado por alguns, odiado por outros, destaca-se pelo excelente poder de articulação política e persuasão de seus correligionários. Mais de 300 dos 513 deputados federais do Brasil estão dispostos a defender seu nome, junto ao presidente interino Michel Temer (PMDB), para assumir a liderança do governo na Câmara dos Deputados em Brasília (DF). Uma posição de destaque, de amplitude nacional e que eleva o nome do nosso Estado. Infelizmente num momento ruim e difícil, de crise política e de um possível impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Aí um leitor mais crítico, vai dizer: “André Moura não me representa porque ele é um parlamentar que possui alguns processos na Justiça”; outro vai dizer também: “André Moura é aliado de primeira hora do presidente da Câmara, afastado pelo STF, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ). Para mim ele não é confiável”; e ainda tem o leitor mais radical que vai dizer abertamente: “André Moura foi o articulador do golpe contra a presidente Dilma Rousseff e contra a democracia brasileira. Um golpista não representa bem o meu Estado”. Pode até ser que alguém tenha razão em algo, mas isso só o tempo dirá. Hoje não há nenhum impedimento legal para o sergipano e nem há comprovação de que ele tenha cometido algum ilícito.
Talvez os sergipanos não tenham consciência da importância para o nosso Estado de termos o líder do governo na Câmara dos Deputados. Temos em nosso convívio o principal interlocutor do presidente da República para a discussão de reformas trabalhistas, de mudanças na Previdência Social, nas pautas de reivindicações das diversas categorias, como também, na conquista de benefícios para o Estado e para os 75 municípios sergipanos. André Moura poderá ser o “cara” que ajudará muito os prefeitos e o governador Jackson Barreto (PMDB). Poderá, inclusive, abrir as portas dos Ministérios para os demais deputados federais e senadores.
Nestas horas, os sergipanos precisam se unir em defesa dos nossos interesses, do desenvolvimento do nosso Estado. Se o governador tem em André Moura um adversário político ferrenho, se ele chegar a liderança do governo, JB tem que ter a humildade de buscar a intermediação do mesmo nas pautas que interessam a todos os sergipanos. É preciso deixar a política partidária um pouco de lado. Isso fica para o processo eleitoral, para os comícios e palanques. Quando tivemos uma oportunidade tão relevante e que possa resultar em bons frutos para a nossa gente? É torcer para que esse prestígio se reverta em benefícios para Sergipe.
Após ter exercido o cargo de diretor-geral da Assembleia Legislativa de Sergipe, André Moura foi prefeito de Pirambu por oito anos. Ao término de seu mandato, exerceu o cargo de secretário estadual de Serviços Públicos Metropolitanos e, em 2006, foi eleito deputado estadual, onde exerceu o cargo de 1º secretário da AL. Em 2010, André Moura conseguiu ser eleito deputado federal e, quatro anos depois, a reeleição com mais de 70 mil votos. Na atual legislatura, ganhou evidência nacional pela proximidade com o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, e no processo de articulação junto aos demais deputados na votação para aceitação da denúncia de crime de responsabilidade contra a presidente Dilma Rousseff.
Durante o processo de votação no Senado, André Moura também manteve bom trânsito no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente da República, Michel Temer, na capital federal. Politizando não vai negar aqui os processos pelos quais André Moura responde junto ao Poder Judiciário sergipano. Não via se colocar “panos quentes”. Mas enquanto não existir qualquer condenação contra ele, André Moura segue elegível e “ficha limpa”, onde que não lhe traz qualquer impedimento tanto para o exercício do mandato que lhe fora ofertado pelo voto democrático do povo, quanto para, se for o caso, representar o governo interino de Michel Temer, na Câmara dos Deputados e, em consequência, que isso resulte em benefícios para todos nós sergipanos. Por enquanto, só nos resta torcer para que tudo se encaminhe positivamente bem…
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