Aracaju, 20 de abril de 2024
Search

Cohidro e BNB levam evento de microfinanças verdes ao municipio Lagarto (Foto Ascom/Cohidro)

Aslivre

Rende mais um fruto o acordo de cooperação firmado em janeiro, no qual a Cohidro (Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe) passou a fazer a assistência técnica rural (Ater) aos projetos de financiamento pelo Agroamigo, do Banco do Nordeste (BNB). A intenção agora é a de reunir os produtores dos perímetros irrigados para levar palestras de interesse desses públicos, tratando do aprimoramento dos tratos culturais, da captação de empréstimos, do empreendedorismo e da saúde do trabalhador.

Para tanto, os escritórios locais da Cohidro e BNB poderão contar com apoio de parceiros como o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), Sindicato dos trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares (Sintraf), profissionais liberais, associações de produtores e os organismos de controle social (OCS), constituídos por agricultores orgânicos, atendidos pela Companhia nos polos agrícolas.

Assim foi no primeiro desses encontros, ocorrido no último dia 17 em Lagarto, no Perímetro Irrigado Piauí. Batizado de “Microfinanças Verdes – Agricultura Familiar 2016”. Da parte do BNB, o evento teve por finalidade oferecer serviços financeiros voltados aos microempreendimentos rurais, mas que levem em consideração a preocupação ambiental, como é bem o caso da Agroecologia. Desta vez, ocorreu no lote do irrigante João Pacheco, experiente agricultor orgânico e que faz parte da OCS-Centro Sul. O evento era destinado aos 11 orgânicos desta entidade, mas também incluiu outros produtores interessados à conversão.

Como convidada da Cohidro, palestrou a farmacêutica Nuccia Farias Albuquerque, que tem 25 anos de experiência em projetos de implantação de farmácias vivas, empresas de alimentos, programas de boas práticas de fabricação e Legislação Sanitária. “Quis trazer para eles o conhecimento científico do que esse tipo de alimento pode causar para saúde. Investindo nos orgânicos, eles estão com o remédio vivo na mesa, só não sabem ainda manipular isso para tornar uma coisa gostosa e que atenda a nossa memória afetiva”, propôs a especialista que difunde a prática culinária só usando métodos de preparo naturais e ingredientes saudáveis.

Em seguida, do Cerest de Lagarto, palestrou a enfermeira do trabalho Adriana Lopes Santos Santana e o técnico em segurança do trabalho Jean Carlos Batista Barroso, falando sobre a promoção é prevenção da saúde do trabalhador no uso do agrotóxico. “Já que às vezes tem que usar, melhor que se proteja corretamente com o EPI (Equipamentos de Proteção Individual). Mas o que tem que priorizar é essa nova era dos que não usam. Os benefícios disso, à longo prazo, são muitos e o organismo humano agradece”, relatou a profissional de saúde, lamentando o quanto é difícil conscientizar o trabalhador rural dos malefícios pelo mau uso de agroquímicos.

Complementando o que foi dito pelos agentes do Cerest, falou o presidente do Sintraf de Lagarto, Ginaldo Correia de Andrade. Ele relata que na atividade rural, são muitos os casos de pessoas prejudicadas pelo uso incorreto dos pesticidas. “O número de pessoas que vão ao Sindicato pedindo ajuda para fazem o requerimento de Auxílio-doença é bem maior que os pedidos de aposentadoria”, argumentou.

Representou a Cohidro Maria Terezinha Albuquerque, técnica da Gerência de Desenvolvimento Agrário (Gedea) da Empresa. Ela faz parte da Comissão Estadual da Produção Orgânica, grupo formado por representantes das instituições governamentais e sociedade civil para a fiscalização dos orgânicos. “São três formas do agricultor regulamentar a produção orgânica: pagando por órgãos certificadores, a mais cara. Por entidades inscritas no Ministério da Agricultura, como as Opac’s (Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade), onde agricultores e outros agentes da sociedade fazem controle da produção  e ainda as OCS’s, formadas só por agricultores. Porém, nesta última só é permitida a venda direta ao consumidor”, explicou aos presentes.

Presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho avalia como positiva as atividades desenvolvidas com parceiros que venham trazer mais conhecimento e benefícios aos produtores. “O BNB colabora bastante com o agricultor irrigante, pois não só fornece subsídios para a produção com suas linhas de crédito, é um banco público que se preocupa com o desenvolvimento do projeto e faz convênios com as empresas de assistência técnica rural, como a Cohidro, para garantir isso”, defendeu, comentando ainda que essa preocupação do Banco com a agricultura sustentável, só contribui com o trabalho da Companhia nos perímetros irrigados.

Banco do Nordeste

Encerraram o evento os agentes de microcredito do BNB, Cristiano Santana e Eraldo Nascimento da Silva, que avaliou como bastante produtivo o encontro. Para o Técnico, o produto que estão oferecendo vai além do financiamento. “A gente não financia dinheiro, a gente oferece transformação de vida”, persuadiu, ainda agradecendo a presença de todos os palestrantes, incluindo a gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira, co-organizadora do evento e todos os agricultores.

Outro aspecto explorado na palestra de Eraldo encaixa perfeitamente com a realidade do agricultor familiar e suas dificuldades encontradas por produzir. “O BNB está com uma política de financiar mais de uma atividade por vez, isso pensando no caso de se uma não der certo, a outra vai dar”, defendeu o Assessor de Microcrédito, informando ter hoje, a agência do Banco em Lagarto, 1.300 contratos com produtores rurais, incluindo os clientes de Riachão do Dantas e Salgado, o que justifica existirem os acordos de cooperação com as empresas de Ater, como a Cohidro.

Ascom/Cohidro

Leia também