O resultado de um projeto conduzido pelo Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação (IPTI) em parceria com o Governo de Sergipe é tema da exposição Retratos Iluminados, inaugurada no último dia 02 de junho, no Rio de Janeiro, pelos irmãos designers Fernando e Humberto Campana. A coleção celebra mais uma etapa do projeto Fusões e Inserções e teve como destaque o delicado trabalho de bordadeiras ribeirinhas e a criatividade da dupla, exposto como grandes estandartes suspensos, com bastidores exibindo rostos e bordados iluminados, que se propagam pelo espaço. A exposição fica em cartaz no Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro, até 3 de setembro.
Conforme matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo (Estadão), no último dia 04, o que mais impressionou os irmãos foi a diversidade e a riqueza de técnicas utilizadas pelas bordadeiras, moradoras de localidades próximas ao Rio São Francisco. “Elas utilizam técnicas como a do rendendê e o ponto-cruz, propagando a tradição do bordado desde o período colonial”, destacou Fernando ao observar que além dos retratos dele e do irmão, a exposição conta as imagens das 35 artesãs que inspiraram as criações.
De acordo com ele, o contato com as comunidades se deu através da comunicação ocorrida entre o Instituto Campana e o IPTI, em parceria com o Sebrae e o Governo de Sergipe. “O IPTI nos apresentou as comunidades de Sítios Novos (SE) e de Entremontes (AL) e ficamos muito entusiasmados com a oportunidade de trabalhar com artesãs da região do São Francisco”, explicou Fernando, que juntamente com Humberto Campana se destaca como a dupla de designers brasileiros de maior projeção no mercado global.
Para Saulo Barretto, que atua como Relacionamento Institucional e Novos Negócios do IPTI, o projeto tem como objetivo associar o designer contemporâneo com as técnicas artesanais, a fim de gerar produtos que tenham alto valor agregado e que posicionem o artesanato brasileiro e o sergipano de uma maneira completamente inovadora não apenas perante o Brasil, mas também ao mundo. “Essa é a forma que a gente encara de como podemos ajudar a preservar o patrimônio material do artesanato brasileiro, porque se observarmos bem as associações artesanais vamos ver que elas são feitas por pessoas que trazem aquilo dos seus antepassados, detém uma renda muito baixa e moram em regiões remotas, longe dos grandes centros, e que só conseguem divulgar seu trabalho quando uma pessoa famosa conhece, o compra e coloca de uma outra maneira no mercado. Então essa é a idéia do projeto, primeiro criar essa marca, dar uma aura nova ao produto e numa segunda etapa começar a trabalhar a comercialização dessas peças”, afirmou ao agradecer o apoio do Governo de Sergipe nos projetos que vem sendo desenvolvidos pelo IPTI.
IPTI
É uma instituição de ciência, tecnologia e inovação, privada, com fins não econômicos, tendo como áreas prioritárias a educação, saúde pública e economias criativas. Em 2009 o IPTI transferiu sua sede para o município sergipano de Santa Luzia do Itanhy, após diálogos com o Governo de Sergipe, com o intuito de instalar aqui um centro de Tecnologias Sociais. Desde 2010 o Governo de Sergipe qualificou o IPTI como Organização Social (OS) estadual (decreto 27.066).
Fonte ASN