Por: Iracema Corso

Diante da falta de avanço no diálogo com a Eletrobrás, é possível que os 25 mil eletricitários de todo Brasil entrem em greve por tempo indeterminado a partir da próxima semana. Esta foi a avaliação feita pelo presidente do Sindicato de Eletricitários de Sergipe (SINERGIA), filiado à Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE), Sérgio Alves de Souza, após a assembleia realizada na manhã desta terça-feira, 5/7, com trabalhadores da Chesf em Sergipe.

O objetivo da assembleia foi discutir a paralisação e mobilização nesta segunda e terça-feira, dias 4 e 5. A paralisação prossegue até a quarta-feira, 6/7, contando com a adesão de 90% dos eletricitários de Sergipe, segundo afirma o dirigente do SINERGIA, Sérgio Alves.

Com amplitude nacional, a greve dos eletricitários é a resposta dos trabalhadores à intransigência do setor elétrico brasileiro, que neste ano cortou a PLR (Participação nos Lucros e Rendimentos) e ainda se limita a conceder 5% de reajuste salarial. Ou seja, um percentual menor que o IPCA de maio 2016: 9,8%.

Presidente do SINERGIA, Sérgio Alves afirmou que em duas rodadas de negociação não houve qualquer avanço. “Estamos na expectativa de que haja negociação ainda nesta semana. Se não houver avanço, a greve é certa. O clima de insatisfação é muito grande. O trabalhador chesfiano atingiu suas metas, precisa receber sua PLR, ela não pode ser negada sob alegação de crise. Enquanto os trabalhadores pagam a conta, o Judiciário recebe um reajuste de 40%. Nós, eletricitários, só estamos pedindo o IPCA e nem isso eles querem negociar. Portanto não há como recuar”.

O dirigente do SINERGIA informou que nesta quarta-feira o sindicato realiza nova assembleia de avaliação e na próxima segunda-feira, 11/7, os trabalhadores da Chesf em Sergipe devem decidir sobre a deflagração da greve por tempo indeterminado.