Aracaju, 25 de abril de 2024
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Eleições 2016! PMDB de Aracaju não pode obrigar os vereadores a votarem com o PT!

A mudança no comando do País, com o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) e o governo interino de Michel Temer (PMDB), influencia diretamente os Diretórios Regionais, sobretudo, aqueles que têm relação direta com as eleições municipais de 2016. Aliados de primeira hora nos últimos processos eleitorais, PMDB e PT desta vez tendem a caminhar muito em lados opostos. Isso é o mais natural. Em Sergipe, sem saída para fazer composições com a oposição liderada pelo DEM e pelo PSC, o governador Jackson Barreto (PMDB) tratou de fazer a defesa de Dilma Rousseff e da aliança com o PT, mas de uma forma discreta, longe do seu estilo, talvez para não desagradar a cúpula de seu partido e, sobretudo, o presidente Michel Temer.

Para tanto, Jackson se conteve nas críticas que levaram ao impeachment da presidente petista, tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal. Viu aliados como o deputado federal Fábio Reis (PMDB), por exemplo, votando junto com o partido e contra o Partido dos Trabalhadores e apenas silenciou. Como governador, como quem pensa em Sergipe, no menor Estado da Federação, Jackson Barreto está certíssimo do ponto de vista que não podemos sobreviver sem a ajuda do governo federal, sem essa parceria. Mas do ponto de vista político, no mínimo pode-se considerar que o governador dos sergipanos está fazendo uma espécie de “jogo duplo”, com Temer em Brasília (DF) e com o PT e PCdoB em Sergipe.

A prova maior que esta relação não é tão precisa que, no sábado (16), os delegados do Partido dos Trabalhadores se reuniram e fecharam questão na Convenção Estadual do PT em defesa da chapa com Edvaldo Nogueira (PCdoB) para prefeito de Aracaju e Eliane Aquino (PT) para vice. Detalhe: apesar de o encontro ser de aliados, dos pré-candidatos do governador, lideranças do PMDB sergipano não foram vistas no evento. Não estavam lá o presidente do Diretório Estadual, João Augusto Gama, e nem o presidente do Diretório Municipal de Aracaju, deputado estadual Garibalde Mendonça. Sem também alguns nomes expressivos dentro do partido, como os deputados Luciano Bispo, Goretti Reis e Zezinho Guimarães, além de Benedito Figueiredo.

Não bastasse as ausências dos peemedebistas, eis que para a surpresa de todos, militantes petistas e do PCdoB, que tanto querem o apoio do governador Jackson Barreto e do PMDB em Aracaju, ergueram placas com a mensagem “FORA TEMER”, por não aceitarem um governo do PMDB em substituição a gestão petista de Dilma Rousseff. Está claro que apesar de Jackson trabalhar a proximidade com o PT e o PCdoB, esses partidos apenas “engolem” o PMDB em defesa de um projeto de candidatura na capital. Nada a mais que isso! Militantes do partido do governador, do PT e do PCdoB teriam muitas dificuldades em composições com o DEM e o PSC, adversários tradicionais no Estado. Em síntese: o governador “constrói” um apoio a Temer e os aliados tiram a máscara.

Mas se a placas de “FORA TEMER” colocam em risco uma aliança em Sergipe, outro ponto merece uma análise deste colunista: a Executiva Estadual do PMDB pontuou, semana passada, que se os vereadores Gonzaga e Bigode do Santa Maria (ambos peemedebistas) votarem em projetos na Câmara Municipal do interesse do prefeito João Alves Filho (DEM), eles não teriam legenda para disputarem as eleições municipais deste ano. Agora, como perguntar não ofende: de que adianta os parlamentares serem “fiéis” ao partido se os pré-candidatos do PT e do PCdoB lideram no Estado um movimento contrário ao presidente da República do PMDB? O PMDB sergipano não pode obrigar os vereadores a votarem no PT, a ficarem contra eles mesmos, ou não? É mais uma “laranja” para o governador “descascar” quando retornar de suas férias no Caribe…

CRÍTICAS E SUGESTÕES

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