Aracaju, 28 de março de 2024

HRL atendeu quase 1.200 vítimas de acidentes motociclísticos (Foto ascom)

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“Fui desviar de um buraco e bati em um dos cavaletes colocados na estrada (BR 101), na volta para o povoado. No dia do acidente estava usando capacete, bota, calça, mas sofri uma fratura na perna esquerda. Pelo Samu, fui encaminhado ao Hospital Regional de Lagarto e fiz a cirurgia. Agora estou me recuperando bem”.

O relato é do pedreiro Ezequiel Costa Santos, 24, que reside no povoado Pai André, no município de Nossa Senhora do Socorro e, desde janeiro deste ano, entrou na triste estatística de vítimas de acidentes motociclísticos que são atendidas todos os dias nas urgências e emergências hospitalares de Sergipe, como o Hospital Regional Monsenhor João Batista de Carvalho Daltro (HRL), em Lagarto, na região Centro-Sul de Sergipe.

“Fiz a cirurgia no dia 17 de janeiro e já passei por duas revisões no Hospital de Lagarto. Esta é a terceira”, lembrava o pedreiro nesta quinta-feira, enquanto aguardava o atendimento do Serviço de Ortopedia do HRL. “O atendimento aqui é nota dez. Não tenho do que reclamar. Saiu tudo direito na cirurgia, quando teve que ser implantada uma platina na perna”, ressaltou o paciente.

Assim como o pedreiro, mensalmente centenas de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) de Sergipe e de municípios baianos ou que fazem divisa com o Estado são atendidos no HRL, em consequência de acidentes envolvendo motocicletas e motonetas. Somente este ano, de janeiro a junho, a unidade, gerenciada pela Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), já assistiu quase 1.200 pacientes vitimados por acidentes motociclísticos. Esse número praticamente se manteve estável, se comparado ao primeiro semestre de 2015, quando o número de vítimas por esse tipo de atendimento chegou a 1.224.

Em todo o ano passado, o número total de pacientes envolvidos em acidentes motociclísticos (motos e motonetas) atendidos no HRL chegou a 2.391, superior em aproximadamente 1,3% em comparação a 2014, quando a unidade assistiu 2.367 vítimas. De acordo com o balanço anual do HRL, o número de pacientes envolvidos em acidentes motociclísticos em 2015 representou 90,12% das vítimas de violência no trânsito assistidas pela unidade hospitalar em todo o ano passado, que totalizou 2.653.

Para o superintendente do HRL, Oldegar Alves Júnior, ao contrário do pedreiro Ezequiel  Costa,  grande parte dos usuários de  motocicletas e motonetas da região geralmente não utiliza ou usa de maneira incorreta os equipamentos de segurança. “Vivemos hoje uma verdadeira epidemia em relação aos acidentes de moto no Brasil. Isso ocorre com maior gravidade principalmente no interior, onde os motociclistas usam na maioria das vezes esses veículos sem a capacitação adequada e sem os equipamentos de segurança, principalmente capacetes, ocasionando acidentes com grande gravidade”, ressalta.

Pesquisa

Os acidentes de trânsito, em especial, os motociclísticos, estão entre as principais causas das urgências atendidas no HRL, segundo revelou o Inquérito de Violências e Acidentes em Serviço de Referência Hospitalar de Sergipe.

A pesquisa entrevistou 1.065 pacientes atendidos no HRL, no período de 15 de agosto a 13 de setembro de 2013, e foi desenvolvida pela professora Shirley Verônica Melo Almeida Lima como temática da sua Dissertação de Mestrado em Ciências da Saúde no Campus/São Cristóvão da Universidade Federal de Sergipe, contando com a colaboração, na fase da coleta de dados, de alunos do Curso de Enfermagem do Campus da Saúde de Lagarto, também da UFS.

O levantamento corrobora com dados já apontados nos relatórios gerenciais e de produção do HRL: o grande número de vítimas que se envolvem em acidentes, em especial com motocicletas, a inobservância do uso obrigatório de equipamentos de proteção (como capacetes) e a ingestão de bebidas alcoólicas associada ao ato de dirigir. O estudo apontou, por exemplo, que 53,3% das vítimas de acidentes motociclísticos não utilizavam capacetes.

Pelo levantamento, nos acidentes de transporte, a motocicleta foi o principal meio utilizado pela maioria das vítimas, totalizando 72,2%. Entre os atendimentos registrados segundo o tipo de vítima, os condutores representaram 73,3% dos casos, enquanto os passageiros somaram 19,6%.

Fonte SES

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