Aracaju, 19 de abril de 2024
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Eleições em 2016 batem recorde pela compra de votos!

É uma realidade triste, mas que deve ser levada em consideração: este colunista percorreu esse Estado nas eleições municipais, tomou conhecimento de uma série de denúncias, muitas abordagens foram feitas e até prisões pela polícia e, enfim, tivemos em 2016 o processo eleitoral recordista em compra de votos, da capital ao interior. É evidente que nem todo mundo que aplicou dinheiro nesta “modalidade” se saiu vencedor no pleito do último dia 2, mas não há como negar que o dinheiro ainda conseguiu influenciar em muitos resultados espalhados por aí. É o tal “abuso do poder econômico” que a Justiça Eleitoral costuma condenar.

Mas o leitor deve ter ficado a se perguntar: e por que chegamos a eleição recordista de compra de votos? Como se chegar a esta infeliz constatação? Em primeiro lugar, é triste, mas a compra de votos é cultural no País, sobretudo em Sergipe, como também a venda. O senador Eduardo Amorim (PSC), por onde chega, costuma propagar que “voto não tem preço, voto tem consequências”, mas o eleitorado está sim decepcionado com a classe política e muito que recebem dinheiro para votar, chegam a optar por outro candidato ou até abdicam do compromisso. Mas ainda há muita gente que, em troca disso ou daquilo, acaba ajudando a eleger o “comprador”.

Outro aspecto que deve ser levado em consideração para tal constatação: vivemos sob uma forte recessão econômica, uma crise financeira sem precedentes e já chegamos à trágica marca dos 12 milhões de desempregados em todo o Brasil. Agora, convenhamos, o que fará o pai de família, vendo seus filhos com fome, passando sérias dificuldades e ele sem emprego e sem dinheiro? Em troca de uma oportunidade, de uma básica, de um exame médico caro, em troca de dinheiro? Diante de tamanho sofrimento, será que este mesmo pai de família vai conseguir se controlar, vai rejeitar uma oferta em plena campanha eleitoral?

Não, este colunista não está fazendo apologia ao crime, não está defendendo a compra de votos, mas está falando com a autoridade de quem percorre os “grotões da sociedade”, de quem conhece de perto o sofrimento das pessoas, de quem assistiu a fome, a dificuldade financeira, a dor do desemprego. E as autoridades? Sempre que chegavam as denúncias, a Justiça Eleitoral acionava o efetivo policial, mas na maioria das vezes a prática já estava concretizada ou havia sido abortada. Dinheiro em espécie foi apreendido, mas muitas vezes sem fazer associação contra este ou aquele candidato. A própria população não se motivou a denunciar.

A OAB/SE, por exemplo, adotou um aplicativo “Contra o Caixa 2”, que poderia ser baixado gratuitamente para telefones com sistemas operacionais Android ou iOS, onde as pessoas poderiam denunciar a compra de votos, a suspeita de Caixa 2 e outras irregularidades eleitorais. Foi criado também um Comitê para receber essas denúncias, mas não se viu muita mobilização da sociedade. O próprio Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TER/SE) disponibilizou o aplicativo “Pardal”, para que o eleitor denunciasse as irregularidades detectadas no período eleitoral. Mas o que se viu foi uma ardilosa disputa entre agrupamentos políticos sobre quem denunciava mais o grupo concorrente.

Em síntese, existiu um avanço na tentativa de encontrar meios para conter a compra de votos, mas os resultados não foram efetivos, lamentavelmente. Não existe esta integração entre a Justiça Eleitoral e a população. Muitos ficam temerosos em efetivar denúncias. Muita gente não quer se envolver. Outros também estendem o descrédito da política com a própria Justiça. E simplesmente se omitem. Não é à toa que uma grande parcela da população na capital, por exemplo, decidiu se abster de votar, sequer se deu ao trabalho de ir ao local de votação para anular o voto. Estamos entrando em uma “seara” difícil de combater, onde só prevalecerão compradores de votos na maioria dos parlamentos e a frente do Executivo. É preciso continuar acreditando e fiscalizando, e buscando conscientizar o eleitor, mesmo porque a “consequência” de muitos votos comprados não demora a aparecer: logo a partir de 1º de janeiro de 2017, seus primeiros efeitos já serão sentidos…

Veja essa!

Desabafo do vereador Décio Neto de Carmópolis: “A situação é preocupante, principalmente após os gastos exorbitantes nessa campanha política. Com a prefeitura totalmente quebrada, os cortes começaram. Fui procurado como vereador para defender a causa dos mais prejudicados e irei ser combativo no plenário. Os estudantes de Carmópolis independente de posição partidária precisam do transporte para a locomoção até Aracaju”.

E essa!

Décio Neto continuou denunciando problemas administrativos em Carmópólis. “A creche municipal, com o corte de contratados, sofre com a desordem ali instalada. Nem a folha de pagamento do mês de setembro foi sanada. Fornecedores penam sem receber seus serviços prestados há meses. Portanto meus amigos, alerto enquanto cidadão e vereador que estamos passando por uma crise sem precedentes na nossa cidade. Temos agora que rezar e pedir a Deus forças para superarmos essa fase, até os nossos futuros comandantes começarem a arrumar a casa”.

CAVO

A Cavo, empresa responsável pela coleta de lixo em Aracaju, emitiu nota para informar aos cidadãos que, diante da falta de pagamento por parte da prefeitura pelos serviços prestados de coleta de lixo e limpeza urbana, está sendo obrigada a suspender a execução dos serviços.

Investimento

Segundo ainda a nota, desde março, quando começou a operar na cidade, a empresa contratou 1.100 funcionários, investiu R$ 6 milhões em obras, compra de máquinas e de equipamentos e teve despesas de R$ 5 milhões em material de segurança, uniformes e em aluguel de equipamentos.

Dívida

Ao longo deste período, recebeu apenas R$ 1,9 milhão da prefeitura quando deveria ter recebido R$ 19,2 milhões. “A dívida vencida há mais de 90 dias já chega a R$ 5,6 milhões. Durante todo este período, a Cavo conseguiu manter o alto padrão de qualidade no atendimento ao município, mas a partir deste sábado (8), não poderá mais financiar com recursos próprios a limpeza pública da cidade. A Cavo espera receber da prefeitura o mais breve possível para retomar a execução dos serviços”.

PMA

O secretariado da Prefeitura de Aracaju está reunido desde cedo para buscar encontrar uma solução para este impasse. A PMA reconhece a dívida, fala em dificuldades financeiras e, na tarde desta sexta-feira (7), está prevista uma reunião com a diretoria da Emsurb e representantes da Cavo no sentido de que se chegue a um acordo e a coleta do lixo não seja suspensa a partir deste sábado.

Emília I

A defensora pública e radialista, Emília Correa (PEN), foi uma das candidatas mais votadas para o cargo de vereador do município de Aracaju. Reconhecida pelo trabalho que realiza em prol da defesa dos hipossuficientes, a parlamentar promete desempenhar um mandato democrático, fiscalizador e participativo, atuando em conjunto com a população na busca pela efetivação do direito do cidadão, garantindo uma saúde digna, educação de qualidade, moradia e segurança para todos.

Emília II

Quanto aos projetos que foram protocolados na Câmara de Vereadores durante mandato como suplente em 2013, Emília Côrrea disse que irá resgatá-los. “Todos os meus projetos serão resgatados pela importância que tem como calçadas livres, justificativa no atendimento nas unidades de saúde e escrituras públicas gratuitas para as pessoas de baixa renda. Estaremos prontos para lutar pela aprovação desses projetos e criaremos outros, sempre ouvindo a necessidade do povo aracajuano e não atendendo interesses individuais que não repercutem no social, mas sim os interesses sociais que repercutem nos direitos e interesses individuais”, pontuou.

Fábio Mitidieri

Mesmo com ressalvas sobre pontos da proposta encaminhada pelo governo de Michel Temer (PMDB) para o Congresso Nacional, o deputado federal Fábio Mitidieri (PSD) terá que votar favorável à “PEC (Proposta de Emenda Constitucional) do teto de gastos”, que limita o aumento dos gastos públicos pelos próximos 20 anos.

PEC

A PEC, apresentada pelo governo ainda no primeiro semestre e considerada prioritária para o ajuste fiscal, determina um limite de gastos à União com base nas despesas do ano anterior corrigidas pela inflação. O deputado federal sergipano compreende o momento financeiro pelo qual o País atravessa, mas apesar de discordar de pontos da PEC, votará a favor seguindo a orientação de seu partido.

Vota a favor

“Quero deixar claro para a sociedade que compreendo perfeitamente o momento pelo qual o País atravessa e também tenho consciência da necessidade do controle de gastos, agora não posso negar que tenho minhas ressalvas quanto ao proposto pelo governo, mas votarei a favor por determinação do partido”, explicou Mitidieri.

Fechou questão

O PSD fechou questão pela aprovação da PEC do teto de gastos e, estatutariamente, Mitidieri terá que acompanhar o partido até para não ter que deixar a legenda ou perder o mandato por infidelidade partidária. “Nem mesmo na polêmica em torno do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), o PSD havia fechado questão! Foi a primeira vez que vi isso no mandato”, completou.

Socorro

Em entrevista concedida ao telejornal SETV 1ª Edição, da TV Sergipe, o prefeito eleito do município de Nossa Senhora do Socorro, Padre Inaldo (PCdoB) afirmou que a Saúde será prioridade em sua gestão. Inaldo ainda destacou que pretende levar melhorias às comunidades mais carentes.

Padre Inaldo

“A população de Nossa Senhora do Socorro deu o seu recado, mostrando a necessidade de uma mudança, uma transformação, acreditando em uma mudança, com esperança. A população acreditou em um serviço prestado de maneira especial em locais mais carentes, como o Guajará, Parque São José, Oiteiros, Bita, Quissamã e Lavandeira, que são completamente esquecidas pela administração pública”, explicou o prefeito eleito.

CRÍTICAS E SUGESTÕES

habacuquevillacorte@gmail.com e habacuquevillacorte@hotmail.com

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