Após a “debandada” de setores da oposição para o governo de Jackson Barreto (PMDB), criou-se uma expectativa de que a eleição de 2018 para sucedê-lo seria um verdadeiro passeio do lado governista. Até este colunista embarcou nesta teoria de que o pleito já estaria encaminhado, possivelmente para Belivaldo Chagas (PMDB), atual vice-governador, que evita falar em política, mas que deverá assumir o comando do Executivo em meados do próximo ano e que terá o controle do Estado durante o processo eleitoral. Mas uma coisa ficou clara essa semana: o deputado federal André Moura (PSC) e o senador Valadares (PSB) deram demonstrações de que o confronto não será tão amistoso e que JB terá dificuldades para vencer mais um pleito.
Algumas velhas táticas da política, que inclusive deram muito certo, estão ficando um tanto “manjadas”, como a do “Cavalo de Troia” de 2016. Percebe-se, em setores da oposição certo radicalismo, certo ranço ou rancor. Isso não ajuda em nada, não agrega e só tira o foco de quem precisa de uma direção para encontrar o sucesso nas urnas. Para estes políticos, aí os governistas podem realmente “cantar vitória” porque, desse jeito, eles não ganham uma disputa com JB, uma liderança extremamente popular e que sabe utilizar muito bem os recursos midiáticos e a estrutura do Poder para ser eficiente naquilo que almeja.
A sorte da oposição é que alguns setores já fizeram esta leitura e entenderam que precisavam evoluir, reagir. O senador Valadares, por exemplo, que num primeiro momento deu a entender que não havia digerido o resultado da eleição municipal em Aracaju, que teria “acusado o golpe”, agora é mais técnico, mais prático e quando critica o governo demonstra saber exatamente onde incomoda. Valadares já foi governo, já votou e foi votado por JB e o conhece muito bem. Talvez não seja a melhor opção para disputar o governo, mas está contemplado com um “mix” dos quesitos experiência e sagacidade.
Ninguém é senador da República por três mandatos consecutivos sem “conhecer o jogo das pedras”, as “movimentações do tabuleiro da política”. Sabe a hora de atacar e o momento certo de recuar. Como não é perfeito, algumas vezes peca pelo excesso. Mesmo que não volte a ser o chefe do Executivo, tem muito o que ensinar e passar para os demais que compõem a oposição. Não é a toa que acaba de ser eleito terceiro secretário da Mesa Diretora do Senado Federal. É o coordenador da bancada federal de Sergipe, é conhecedor dos caminhos de Brasília (DF) e é muito bem relacionado e articulado politicamente.
Seu mais recente êxito em BSB, se bem explorado, do ponto de vista de conseguir benefícios para o Estado, sobretudo, para aquelas comunidades mais carentes, subentende-se que ele vai incomodar. Outro que demonstra grande força política e poder de articulação em BSB é o líder do governo de Michel Temer (PMDB) na Câmara Federal, deputado André Moura (PSC). Se relaciona bem com as lideranças políticas do interior, tem trazido investimentos para vários municípios e, se escalado, é “político de linha de frente”, de debate e confronto. Talvez a oposição não esteja aproveitando bem o seu potencial, a sua liderança.
Em meio a tantos problemas de seca no Sertão, com uma disputa de egos sobre quem pode mais e quem pode menos, André Moura reuniu a oposição e não conseguiu ajuda para uma ou outra cidade, mas de uma só vez para 28 municípios que decretaram estado de emergência. Conseguiu a sonhada garantia do Ministro da Integração, Helder Barbalho. Neste caso, muito mais do que uma demonstração de força, mas também de liderança junto aos demais membros do agrupamento. Trata-se de uma ajuda, diga-se de passagem, fundamental para a região, para a sobrevivência animal e até para a manutenção humana. Uma ação que tem um peso político muito grande. Isso demonstra que uma oposição bem dirigida e alinhada, pode dar muito trabalho. Ao menos já acordou…
Veja essa!
O senador Eduardo Amorim assinou sua filiação ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Em um ato realizado no gabinete do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), os outros 11 senadores tucanos receberam o mais novo filiado e deram as boas-vindas ao senador sergipano.
E essa!
A partir de agora, o senador Eduardo Amorim deixa o Partido Social Cristão (PSC) e passa a fazer parte do PSDB de Sergipe. O parlamentar foi recebido pelo presidente Nacional da sigla, o senador Aécio Neves, que desejou boas-vindas ao partido. Eduardo Amorim já participou da eleição para presidente do Senado e foi eleito o 1º suplente de secretário.
Tucanou
Após a filiação, o PSDB tem 12 senadores, ou seja, a segunda maior bancada do Senado. “Já participei de reunião da nossa bancada, onde definimos nossas estratégias para este ano. Estou feliz com a chegada à nova casa e espero poder fazer mais pelo Brasil e por Sergipe”, afirmou o senador Eduardo Amorim.
Filiações
Nos próximos meses, o senador Eduardo Amorim programa a realização de um grande ato de filiação de novos quadros em Sergipe com a presença dos principais líderes nacionais do PSDB. No Estado, o PSDB tem cinco prefeitos e 34 vereadores.
PSC
A ida de Eduardo Amorim para o PSDB, deixa o PSC plenamente sob o comando do deputado André Moura. Se mantiver a liderança do governo federal na Câmara, Moura dará muito trabalho em Sergipe, sobretudo se estiver a frente da legenda.
IPTU
Depois que não cumpriu a promessa de campanha de revogar o reajuste dado por João Alves Filho (DEM) do IPTU, o atual prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB) aplicou um aumento e criou uma comissão de trabalho responsável pela reavaliação da lei que estabeleceu o reajuste anual de 30% do Imposto até 2022.
Intensivão
Como perguntar não ofende nunca, essa comissão vai estudar o quê mesmo? Se a eleição foi no dia 30 de outubro de 2016 e a transição começou logo de imediato, por que o prefeito não reuniu essa equipe já no ano passado com o intuito de apresentar alguma medida este ano?Faltou priorizar ou faltou interesse mesmo?
Exclusiva!
Uma dica deste colunista para a uma oposição parece estar “comendo mosca”: o reajuste do IPTU dado pelo prefeito Edvaldo Nogueira em 2017, cujos boletos estão prestes a vencer, pode ser questionado judicialmente, como fora feito na gestão de João Alves Filho.
Bomba!
Muita gente não se atentou: Edvaldo e sua equipe de trabalho reajustaram o IPTU em 8,78%, considerando a inflação do período que corresponde, aproximadamente, a outubro de 2015 a outubro de 2016, quando se deu a eleição. Mas o IPCA acumulado de todo o ano passado foi de 6,29%. Por que ao invés de conceder um reajuste de quase 9%, o comunista não optou por 6%? Com a palavra também a OAB, o MPE e o TCE…
Vai pedir música!
Após pedido do Ministério Público Federal em Sergipe (MPF/SE), a Justiça Federal emitiu a terceira decisão proibindo a empresa Torre Empreendimentos de continuar as obras do Polo de Gerenciamento de Resíduos Itacanema, em Nossa Senhora do Socorro. A decisão também impede a Adema de emitir novas licenças ambientais para a área e determinou multa diária de R$ 100 mil por descumprimento da decisão.
Almeida Lima
É bom frisar que até pouco tempo a Adema vinha sendo gerida por Almeida Lima, novo secretário de Estado da Saúde, e que demonstrava ter um relacionamento bem estreito com o lixo de Aracaju. Pelo visto, se houve algum descumprimento, foi na gestão do ex-senador. Chico Dantas que coloque as “barbas de molho”…
Descumprimento
Apesar de duas decisões anteriores, a empresa continuava fazendo intervenções no terreno, com consentimento da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), que tem o poder de impedir as irregularidades. O descumprimento das decisões judiciais foi constatado em relatórios de perícias e diligências reunidos pelo MPF/SE e apresentados à Justiça, que acatou os pedidos do MPF.
Ibama
A Justiça determinou ainda que do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realize vistoria no local e emita relatório sobre as obras. A decisão em relação ao Ibama atende parcialmente os pedidos do MPF, que requereu que a Adema fosse impedida de fiscalizar e emitir licenças ambientais no local, ficando o Ibama responsável pela proteção da área.
Polícia Federal
Na decisão, a juíza também determinou o envio de cópia da ação à Polícia Federal, para que seja investigada a possibilidade de crime de desobediência por descumprimento da decisão judicial
Falando nisso
Ainda na linha investigatória, chega a informação que o Ministério Público Estadual está de olhos bem abertos para uma negociação recente, envolvendo duas empresas privadas e o serviço público. Será que teremos denúncias de lavagem de dinheiro também por terras sergipanas?
CRÍTICAS E SUGESTÕES
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