DIÓGENES BRAYNER – plenario@faxaju.com.br
O mandato do presidente Michel Temer (PMDB) está vazando. O Brasil sofre muito com isso e está anestesiado pelo que ouviu através de um áudio exposto por delator ainda não oficial. Se acontecer o impeachment de Temer, o país amarga dois impedimentos de presidentes em menos de três anos. A política, enfim, tomou o caminho torto da corrupção, só agora exposta visceralmente.
É difícil uma saída. O próprio Temer e seus aliados reconhecem isso, embora não admitam. Por mais vícios que encontrem nas gravações, as palavras estão inseridas no contexto de quem pretendia manter a sujeira por baixo do pano. A crise também fez o País descarrilar. Perdeu o rumo e entrou em depressão. As reformas dificilmente serão implantadas e a tendência é o Brasil descambar para o ostracismo político e comercial.
As grandes economias mundiais desconfiam de sua seriedade e começam a temer negociar com um País que está literalmente atolado na lama.
Qual a saída? Ninguém sabe ao certo. Talvez a mais honrada para Temer [se é que se pode usar esse termo em crises morais] seria a renúncia. O deputado Laércio Oliveira também pensa assim. Um pedido para sair do presidente provocaria eleições indiretas e se escolheria um nome fora Congresso para assumir a vacância, promover a Constituinte e reformar todo o Brasil.
O ex-ministro do Supremo, Carlos Ayres Britto, foi o convidado de ontem do programa ‘Conversando com Bial’, da Rede Globo. Britto é um nome cotado para presidente em caso de eleições indiretas. Bom nome por sinal. Conversei ontem à noite com ele. Disse-me que fica lisonjeado com a lembrança do seu nome, mas não se vê em condições para isso: “transição só através das urnas”, defendeu.
Carlos Britto acha que se trata de um espaço político e deve ser ocupado por aqueles que vivem no meio: “ainda que para isso a gente tenha que filtrar um nome entre eles”.
ALBANO SOBRE A CRISE NO PAÍS
O empresário Albano Franco disse que em conversa informal admitiu que Temer é inocente, mas a sua posição sobre o caso é que se investigue tudo.
A decisão final deve ser da justiça, “em quem confio”.
JACKSON NÃO FALA SOBRE CRISE
O governador Jackson Barreto (PMDB) não trata sobre a crise política em Brasília. Está preferindo fazer andar o seu Governo com atividades no sertão.
Até o momento ele se mantém calado, pelo menos publicamente.
BELIVALDO CHAGAS NO SERTÃO
O vice-governador Belivaldo Chagas esteve ontem em cidades do sertão, ao lado de Jackson, na entrega de forragens para alimentação de animais neste período de seca.
Belivaldo é o candidato de JB à sua sucessão.
EM DISCURSO JACKSON ELOGIA
Em discurso proferido ontem na cidade de Carira, Jackson Barreto agradeceu ao vice Belivaldo e disse que ele era “mais que um amigo e que um assessor”.
– Belivaldo vai continuar me ajudando, disse.
FÁBIO HENRIQUE E AS DIRETAS JÁ
O presidente regional do PDT, Fábio Henrique, disse ontem que o seu partido defende eleições diretas já e mantém Ciro Gomes como pré-candidato a presidente.
Lembra que essa é a posição do PDT e dos demais partidos.
MITIDIERI ADMITE QUE NADA MUDA
O deputado federal Fábio Mitidieri (PSD) acha que politicamente, em Sergipe, nada muda: “Quem está com Jackson Barreto vai continuar com ele”.
– Quem for da oposição também ficará no grupo, disse.
PRB ADOTA POSIÇÃO AINDA HOJE
O deputado Jony Marcos e o ex-prefeito Heleno Silva (PRB) participam hoje de reunião do partido, que vai decidir sobre a posição em relação ao Governo Temer.
O partido tem o ministro da Indústria e Comercio Exterior, Marcos Pereira.
JACKSON SE MOSTRA APREENSIVO
O governador Jackson Barreto revelou a um dos seus auxiliares mais próximos que está preocupado com a situação do País, em razão do agravamento da crise política.
Teme que a situação se agrave e reduza a liberação de recursos.
ENTRA EM UM PERÍODO RUIM
Segundo disse o assessor palaciano, os meses que se iniciam em junho e vão até setembro são de baixa arrecadação, que só reage a partir de outubro.
Isso pode provocar uma retração grave.
SOBRE A BANCADA DE SERGIPE
Os deputados federais de Sergipe que ainda continuam com Michel Temer só dois fazem isso com plena convicção: André Moura e Laércio Oliveira.
O restante está com um pé fora.
ADELSON VÊ COMO FICA HOJE
O deputado federal Adelson Barreto (PR) chega a Brasília hoje e já tem conversa agendada com o presidente do partido, Waldemar da Costa Neto.
Vai ouvi-lo sobre a posição do PR neste momento.
O NOME DA OPOSIÇÃO AO GOVERNO
Um articulador político disse ontem que, com a atual crise e se houver queda de Temer, o senador Valadares (PSB) passa a ser o nome da oposição ao Governo.
Com o rompimento do PSB, Valadares se torna a bola da vez.
HAVERÁ UMA QUEDA DE ANDRÉ
O articulador avaliou que a queda de Temer pode prejudicar muito o deputado federal André Moura (PSC) para a disputa sucessória de 2018 em Sergipe.
A crise pode desfazer projetos futuros de parlamentares.
FÁBIO DEFENDE RENOVAÇÃO
O deputado Fábio Reis (PMDB) segue a orientação política do partido, mas defende uma renovação em todas as siglas para que haja uma nova consciência.
Acha que os mais velhos devem passar o comando aos mais novos que vão chegando.
VALADARES FILHO E OPOSIÇÃO
O deputado Valadares Filho (PSB) diz que o seu partido terá uma reunião com o PPS e com o PTN para tratar sobre a atuação na oposição ao Governo Temer.
O PSB sequer discute um retorno à base aliada.
LAÉRCIO PREFERE A RENÚNCIA
Deputado Laércio Oliveira (SD) disse ontem que, se confirmadas as gravações, defende a renúncia do presidente Michel Temer.
Para Laércio, “essa seria a melhor saída”.
SD AINDA ESTÁ COM TEMER
Segundo ainda Laércio Oliveira, o Solidariedade “ainda está aliado a Temer”, mas hoje terá reunião da executiva para decidir sobre isso. O partido está muito dividido.
Há dificuldade para a permanência do SD na Base do Governo.
VERA SANTOS LANÇA LIVRO
A professora Vera Santos lança amanhã, a partir das 18 horas, no Museu da Gente Sergipana, o seu livro ‘Campo do Ser’.
É um romance que toca em cada leitor.
Notas
JB tenta fábrica de sapatos – Jackson Barreto viaja hoje à cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul, ao lado do deputado Zezinho Guimarães, para participar da Feira da Indústria de Calçados. Janta com três empresários da área e apresenta proposta para que venham se instalar na cidade de Ribeirópolis, que já tem estrutura para isso.
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PSDB em cima do muro – Segundo Kennedy Alencar, na crise mais grave do governo Temer, o PSDB mantém a tradição de ficar em cima do muro. Quando Fernando Collor de Mello caiu em 1992, já havia um movimento em direção a Itamar Franco. Na queda de Dilma no ano passado, já estava claro que o poder migraria para Michel Temer.
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Reformas podem atrasar – A crise política deflagrada na semana passada no Brasil pode atrasar a agenda econômica de reformas “em algumas semanas”. A avaliação foi feita ontem pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em teleconferência com investidores e clientes do banco JP Morgan.
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Janot pede prisão de Aécio – O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, recorreu da decisão do ministro do Supremo Edson Fachin, relator do Lava Jato, que havia negado na última semana a prisão preventiva dos parlamentares. Novo pedido deve ser analisado pelos 11 ministros do Supremo Tribunal Federa.
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Temer janta com líderes – O presidente Michel Temer esteve ontem na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), para participar de jantar com líderes de partidos que integram a base de apoio. A estratégia do governo é sinalizar à sociedade e ao mercado que ainda detém governabilidade no Congresso.
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Jucá diz que Temer fica – Líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), subiu à tribuna ontem para fazer um discurso no qual defendeu o presidente Michel Temer das acusações dos delatores da JBS, disse que o aliado político não renunciará à Presidência da República e nem teme investigação.
Conversando
Estado hobbesiano – Antônio Samarone percebe que sem líderes, sem Partidos e sem instituições mediadoras, o que nos resta? Voltamos ao estado de natureza hobbesiano.
Efeitos da seca – Em Glória, Jackson Barreto diz que o governo tem trabalhado ao lado do prefeito Chico do Correio para minimizar os efeitos da seca.
Não dá para fingir – A sociedade demonstra ansiedade por medidas mais severas e urgentes contra a corrupção. Não dá mais para fingir que há honestidade.
Quer as perícias – A ministra Carmem Lucia, do STF, diz que só vai analisar o processo contra Michel Temer após todas as perícias concluídas.
Sentença dada – Enquanto as perícias não forem concluídas a sociedade dá a sua sentença em relação ao caso da JBS, com o “fora Temer”.
Mais que miséria – João Correa diz que diante das cifras astronômicas que temos visto, as diversas bolsas “dadas” aos pobres passa a ser mais que miséria.
Acaba a muvuca? – O jornalista Marcio Rocha pergunta: “e Ayres Britto como nome de consenso para a eleição indireta? Será que acaba a muvuca?”
Fazendo o quê – Sargento Edgard pergunta: “como é que gravador usado em operação coordenada da PF, não foi entregue na PGR? Tá fazendo o quê em New York?”
Posição sobre crise – O empresário Albano Franco participou ontem na Fiesp para chegar a uma posição sobre a crise política.