Secretários de Meio Ambiente e de Assistência Social de diversos municípios do interior sergipano estiveram reunidos nesta quarta-feira (12), na Universidade Tiradentes, para conhecer as políticas públicas que estão sendo desenvolvidas no estado em favor dos catadores e coletores de materiais recicláveis.

O evento, promovido pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), serviu também para os gestores públicos trocarem informações e discutir novas estratégias para viabilizar a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos em seus respectivos municípios.

Uma das ações apresentadas foi o Projeto de Inclusão Sociambiental e Produtiva promovido desde 2015 por meio de uma parceria entre a Semarh, o Sebrae, a Secretaria Nacional de Economia Solidária e o Ministério do Trabalho e Emprego. A ação busca promover a inclusão de catadores e coletores de materiais recicláveis secos e de óleo de cozinha, oferecendo assistência técnica e apoio de forma a prepará-los para a atual dinâmica da cadeia da coleta seletiva.

Outra meta é estimular a organização dos profissionais e capacitá-los para melhorar a sua forma de atuação, contribuindo dessa forma para elevar a renda obtida por meio do negócio e a diminuição dos resíduos sólidos descartados na natureza. As ações serão desenvolvidas até o final deste ano nos 75 municípios do estado, beneficiando 1.840 catadores.

“Os catadores muitas vezes estão situados à margem da sociedade, sofrendo com a desigualdade e a concentração de renda existente no país. Queremos ajudá-los a se reconhecer enquanto trabalhadores e a ser organizar coletivamente, mostrando que é possível construir uma nova história”, destaca a coordenadora pedagógica do projeto, Isabel Borja.

Capacitações – A iniciativa prevê ainda a capacitação de 800 catadores nas áreas de empreendedorismo, cooperativismo, educação financeira, acondicionamento de materiais e educação ambiental e o assessoramento de outros mil para a formação de 20 associações. Também estão previstas a elaboração de planos de negócios para as associações e a criação de centros para triagem e comercialização dos materiais coletados.

Durante o evento, representantes da Secretaria de Estado da Educação (Seed) também apresentaram o Programa Sergipe Alfabetiza Mais, que tem como foco reduzir o índice de analfabetismo e minimizar as desigualdades sociais. A meta é alfabetizar 66 mil sergipanos acima de 25 anos, dentre eles milhares de catadores de materiais recicláveis.

Outro projeto apresentado foi o Conta Cidadã,  um projeto socioambiental da Energisa que oferece a oportunidade para os clientes trocarem lixo reciclável como papel, plástico, vidro e metal por descontos na conta de energia elétrica. Atualmente duas cooperativas de catadores da capital estão sendo beneficiadas com parte do material coletado pelo projeto.

Segundo a secretária de Meio Ambiente de Nossa Senhora do Socorro, Aline Silva, o encontro foi uma boa oportunidade para conhecer as boas práticas e viabilizar ações que possam beneficiar ainda mais os catadores.

“A maioria dos municípios contam com novos gestores em suas secretarias, então é mais do que necessário ir em busca de informações sobre aquilo que já está em andamento. Em nossa cidade temos muitos catadores que já são beneficiados por essas ações e o nosso plano é criar novas políticas públicas que possam alcançar aqueles que ainda não conseguiram ser atendidos”, ressaltou.

Para o representante do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis no estado, Adriano dos Santos, é preciso que o poder público esteja atento ás dificuldades enfrentadas por esses profissionais “Com boas políticas públicas o lixo deixa de ser um problema e vira uma solução. O catador está na linha de frente do processo de triagem e seleção do material, por isso tem um papel fundamental na preservação do meio ambiente. O que queremos é promover a inclusão social e produtiva dos catadores para que eles exerçam seu trabalho com mais dignidade”.