DIÓGENES BRAYNER – plenario@faxaju.com.br
O presidente Michel Temer (PMDB), junto a ministros da área política e lideranças na Câmara e Senado [o deputado federal André Moura estava lá], fez ontem um balanço inicial dos votos contra que recebeu na quarta-feira, quando da sessão plenária da Câmara, que decidiu se ele responderia ou não a processo por corrupção passiva. Temer ficou surpreso com alguns, contrariado com outros e decepcionado com muitos.
Não se referiu a ninguém dos partidos de oposição já declarada. Considerou natural que quisesse a sua saída. Mas se ‘engasgou’ com alguns parlamentares que circulavam com normalidade por seu Gabinete e se serviam, com exagerado gula, de benefícios. Citou nomes e ouviu senões, dos participantes do encontro, em relação a alguma benevolência que gostaria de fazer.
Quem votou contra pode ser considerado adversário como outros que sempre gritaram o “Fora Temer”.
Um detalhe que pode estremecer as legendas: aquelas que integram o bloco governista e participam da administração devem escolher entre o Governo e seus filiados. A partir daí o problema passa a ser do partido, que deve adotar medidas para não ter ‘traidores’ em seus quadros. Duro assim!
A reunião terminou deixando no ar que não haverá caça às bruxas, mas o fim de um tratamento afetuoso – e farto – àqueles que não gostariam de ficar ao lado do presidente no qual votaram contra. Quem disse ‘sim’ terá uma recepção festiva e encontrará maior abertura para o diálogo e necessidades políticas. Em resumo: o Planalto vai selecionar os seus confiáveis e prestigiá-los com ‘açúcar e com afeto’.
Está marcada para domingo uma nova reunião com o mesmo grupo e a mesma pauta, no Palácio do Jaburu. Provavelmente, já na próxima semana, alguns pescoços vão sangrar ao som doce do bolero de Ravel.
QUESTÃO DE SIMPATIA
Chega a informação de Brasília que o presidente Michel Temer (PMDB), agora com um novo fôlego, não tem simpatia pelo governador Jackson Barreto.
E a recíproca é bem verdadeira.
NÃO TEM MAIS RUA
Aliados de Temer não temem uma nova denúncia contra ele, porque não trará novidade, porque o procurador Rodrigo Janot está perdendo força.
As denúncias “não tem povo nas ruas”.
MANTÉM-SE EM SILÊNCIO
O governador Jackson Barreto (PMDB) se mantém em silêncio sobre a permanência de Temer à frente do Planalto, para evitar má interpretação.
– Nessa hora o governador pensa em Sergipe, diz um assessor.
QUESTÃO FINANCEIRA
Jackson ainda não tratou de política desde quando retornou a Sergipe. Acha que o momento requer maior responsabilidade com as finanças do Estado.
Sente-se incomodado com a questão dos salários.
NÃO VÊ O NORDESTE
O deputado federal Jony Marcos (PRB) classificou como “muito estranho” deputados do Nordeste se tornarem os principais eleitores pela permanência de Temer.
– O presidente não gosta da região e muito menos de Sergipe.
DEVE DEIXAR PARTIDO
Jony também admite que Jackson Barreto deverá deixar o PMDB porque a legenda, em termos de executiva nacional, não tem bons olhos para ele.
Isso de vez em quando vem sendo comentado.
FÁBIO E O VOTO SIM
O deputado federal Fábio Reis (PMDB) só atendeu ao pedido de Jerônimo Reis para dar o voto ‘sim’ pelo relatório favorável a Temer. Foi ao microfone contrariado.
Nem para o líder do partido, Baleia Rossi, ele havia cedido.
LÍDER DO BLOCO
O senador Eduardo Amorim é o líder do bloco PSDB/DEM no Senado, o que dá mais direito a participação nas comissões da Casa.
Mas não encaminha votações.
PROBLEMA FUTURO
O comentário foi de um experiente político de oposição: o PSB, através dos Valadares (pai e filho), não estará com André Moura (PSC) em mandato majoritário.
Acha que André disputará a reeleição.
A MESMA COISA
O deputado federal André Moura não fala assim, mas deixa claro [e repete isso] que só não disputará o mesmo mandato no grupo com Eduardo Amorim.
André fala em reeleição, mas pensa mesmo é no Senado ou Governo.
TERÁ DIFICULDADE
A base aliada a Jackson Barreto concorda que o ex-presidente Lula seja recebido pelo governador, “mas que não haja excessos e declarações de apoio para 2018”.
Muita gente da base não imagina votar em Lula.
ATÉ DO PARTIDO
Tem filiado ao PMDB, inclusive com mandato parlamentar, que não quer o retorno de Lula ao Planalto, assim como não admite um nome à direita.
É preciso que se repense essa questão já.
DESPREZO DO POVO
Um peemedebistas de ‘muitos anos de janela’ disse ontem que o povo estar à parte de Temer ficar ou não: “só deseja botá-lo para fora quem quer a volta de Lula”.
– Hoje o povo vira as costas por desprezo aos políticos, disse.
LIBEROU MITIDIERI
Fábio Mitidieri (PSD) conta que o partido lhe liberou para apoiar o projeto que entender ser melhor e disse que está tudo tranquilo entre ele a sigla.
– O PSD é minha casa e estamos como sempre: muito bem!
NOME À ESQUERDA
Mitidieri disse ainda que está à vontade para nas próximas eleições buscar um candidato a presidente de esquerda, “que é mais o nosso perfil”.
– Se Lula for candidato, poderá ter o meu voto sim, definiu.
MUITO ANIMADO
O ex-deputado José Carlos Machado ficou animado com a notícia de que a Vale, também em Sergipe, será vendida a uma empresa americana.
– Com certeza ela vai continuar com o projeto Carnalita.
AINDA NA ESPERA
Machado tem demonstrado interesse em disputar uma vaga na Câmara Federal, mas vai aguardar para decidir qual partido se filiará ou até se permanece no PSDB,
Ainda quer saber as regras do jogo, que serão reveladas pela reforma política.
BRIGA DE FOICE
Registra-se uma briga de foice [e martelo] entre a vereadora Emília Corrêa (PEN) e o líder do prefeito na Câmara, vereador Bittencourt (PCdoB).
Emilia acusa o líder de ofendê-la por ser mulher.
Notas
Volume útil – Sobradinho, responsável por 60,0% da região Nordeste, está com apenas 10% de volume útil, de acordo com o Operador Nacional do sistema Elétrico (ONS). Como o período seco ainda se estenderá por mais três meses, as chances de chegar ao volume morto no final de outubro são cada vez maiores.
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Alckmin rebate – ‘O Antagonista’ diz que a avaliação de que o PSDB traiu Michel Temer “não merece nem resposta”, disse Alckmin a jornalistas. “O PSDB tem compromisso com o Brasil, com o povo brasileiro. Aliás, se dependesse de mim, lá no início, não teria nem participado do Governo, embora deva ajudar.”
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Sobre Tasso – Diogo Mainardi mostra o que disse o senador Aécio Neves, sobre a decisão do PSDB de manter o também senador Tasso Jereissati na presidência interina do partido: “É quem hoje tem as melhores condições para conduzir a renovação do PSDB e sua reinserção em setores da sociedade.”
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Produtores rurais – Governo federal vai abrir mão de mais de R$ 10bi em arrecadação nos próximos anos com a medida provisória publicada por Temer e que concedeu benefício a produtores rurais. A MP reduziu a alíquota da contribuição paga por produtores para o Funrural, usado no auxilio no custeio da aposentadoria.
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Tasso interino – O senador Tasso Jereissati (CE) continuará como presidente interino do PSDB até a escolha de um novo nome para comandar a legenda. A decisão foi anunciada ontem pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), que permanecerá licenciado do cargo, mas não retornará ao comando da legenda.
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Sobre aumento – A ministra Rosa Weber, do STF, deu prazo de cinco dias para que a Presidência da República se explique sobre o aumento de impostos sobre combustíveis, anunciado pelo governo dia 20 de julho. A determinação foi feita dentro de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) aberta pelo PT no Supremo.
Conversando
Sargento Edgard – Como já disse, fora Temer, Lula e Dilma. Porém estive pensando, Temer seria punido, tudo bem, e Joesley e o irmão? Que prêmio para os bandidos!
Mal necessário – Therezinha Lopes diz que o PT acabou com o Brasil de maneira tão avassaladora, que Temer virou um mal necessário!
Nordeste e Temer – Foi clara a votação da maioria dos deputados do Nordeste a favor de Temer. Pode-se dizer que Temer continua presidente por força da região.
Lula no hotel – Rilton Morais diz que os petistas já esqueceram que Lula ficou num hotel recebendo deputados para “convencê-lo$” a não votar no impeachment da Dilma?
Maioria de costa – Presidente da OAB, Henry Clay diz que resultado da votação comprova que maioria dos deputados está de costas para os problemas do Brasil.
Desmonte do País – Deputada Ana Lúcia (PT) critica situação do desmonte do país e do fechamento das universidades públicas federais.
Equilíbrio do País – Economista confirma que, do ponto d vista da estabilidade, permanência de Michel Temer contribui para volta do equilíbrio do país.
Lamenta exclusão – Ana Lúcia lamenta que tenha sido excluída das discussões na Alese e lembra que seu conhecimento pode contribuir com a Educação.
Partidos iguais – Gilmar Carvalho afirma que “todos os partidos são iguais” e salienta que Michel Temer saiu fortalecido com ajuda do PT e da oposição.