Aracaju, 26 de abril de 2024
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FUNDO PARA A DEMOCRACIA

DIÓGENES BRAYNERplenario@faxaju.com.br

A sociedade brasileira tem sofrido muito com o total esfacelamento da moral, da dignidade e, digamos, dos chamados bons costumes. É um festival de indignidades, seguida de impunidade, cujos participantes integram a nata política e administrativa do país. O mais alto escalão de várias tendências política, partidária e administrativa.

Vinha tudo de quem menos se esperava [ou de quem só se esperava] e a decepção com a sucessão de escândalos é tamanha que as pessoas ficaram absolutamente descrentes do homem público. Até porque, naturalmente, é avaliado por baixo neste cenário de horror.

E isso se agrava, porque os cidadãos honestos e que poderiam conduzir os rumos do país com competência e severidade, não querem se envolver em política. Considera que é uma ação bandida, apesar de não se poder generalizar da forma que acontece em todo o Brasil. Os políticos perderam o respeito e há necessidade de um exame de consciência geral para se analisar como recuperá-lo.

Depois de sucessivos escândalos, que estão em julgamento enquanto delações explodem atos de corrupção que engrossam o lamaçal, aprova-se o que chamaram, ironicamente, de Fundo Especial de Financiamento da Democracia. Esse ‘fundaralho’ é de apenas R$ 3.6 bilhões. Aguentem! Sabem para quê? Custear campanhas eleitorais do próximo ano, enquanto você, que vota e engrossa a fileira marginal, mantém-se pagando impostos para meia dúzia se locupletar.

Além dessa grana louca, ainda tem o Fundo partidário…

E você aí, sentado, com a boca escancarada, lendo toda essa indignidade, sem fazer nada. Eleição é como concurso: passa quem estudar. Mas nesse caso, somos todos nós que vamos pagar para eleger boa parte de candidatos que certamente continuará fazendo tudo o que está se vendo nesse cenário de vergonha nacional.

OPINIÃO PESSOAL

Apenas o fato do prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB) ter conseguido, em sete meses, pagar em dia os servidores municipais, já vale uma administração.

O resto é discussão de secos&molhados.

PELO DISTRITÃO

A Comissão que trata da reforma política aprova o Distritão, modelo que acaba com as coligações e elege quem tiver mais voto pelo partido que disputa.

Isso vai dificultar os pequenos partidos.

ONDE SE CONCENTRA

A reforma política deve se concentrar em poucos pontos: os principais são o novo fundo e a possível mudança do modelo e mais poucas regras.

O objetivo é reduzir o número de partidos com baixo desempenho nas eleições.

MANTÉM OS VICES

Figuras como o de vice-presidente, vice-governador e vice-prefeito serão mantidas nas eleições de 2018 e 2020, segundo a Reforma Política.

Também foram mantidos suplentes para o Senado.

TUDO PASSARÁ…

Eleições de 2018 serão marcadas por surpresas. ‘Nada do que foi será do jeito que já foi um dia, tudo passa, tudo sempre passará’.

Quem pensa assim é Mendonça Prado, curtindo Lulu Santos.

ACHA EXCELENTE

O deputado federal Laércio Oliveira (SD) classificou como ‘excelente’ o sistema do Distritão para as eleições de 2018, porque elege os mais votados.

– Só assim vai para a Câmara quem realmente o povo escolheu.

CRITICA RECURSO

Laércio criticou os recursos de R$ 3.6 bilhões para financiamento de campanha, o que equivale, segundo ele, 1000% do Produto Interno Bruto (PIB).

– Além disso tem o Fundo Partidário…

SOCIEDADE ENTENDE

Fábio Mitidieri (PSD) acha que o Distritão é um sistema que a sociedade entende bem: “ganha quem tem mais voto”. Mas o deputado faz uma ressalva:

– Dificulta um pouco a renovação política.

ACABA SENDO MELHOR

Mitidieri entende que dentro do que está sendo proposto, com o fim das coligações, o Distritão acaba sendo o melhor sistema.

Na realidade, para quem já está eleito, o Distritão favorece.

VALMIR RECEBE LULA

O prefeito de Lagarto, Valmir Monteiro (PSC), foi entrevistado pelo radialista Jailton Santana, na radio Aperipê. Disse que iria receber Lula “de braços abertos”.

– Foi o presidente que mais fez por Lagarto, junto com Marcelo Déda, disse.

CRÍTICAS DE JERÔNIMO

Sobre as críticas que o ex-deputado Jerônimo Reis fez ao PT, de que ‘grande fatia do PT era ladrona’, Valmir disse que ele (Jerônimo) “era um ingrato”.

Não reconhecia o que Lula fez por Lagarto.

ANDANÇA COM LULA

O governador Jackson Barreto (PMDB) confirmou que vai acompanhar o ex-presidente Lula em sua passagem pelo Nordeste, assim como fará outros governadores da região.

O vice-governador Belivaldo Chagas também.

HÁ PREOCUPAÇÃO

Aliados do governador Jackson Barreto estão preocupados com um rebuliço dentro da base, que se manifesta contra a presença do PT na chapa majoritária.

Acham que isso pode prejudicar o grupo mais à frente.

ROGÉRIO VAI BEM

O presidente regional do PT, entretanto, mantém suas visitas a cidades do interior e tem sido bem atendido por prefeitos do bloco e até do bloco adversário.

Rogério é candidato ao Senado Federal ao lado de JB.

FALA SÓ POR ELE

O deputado estadual Zezinho Guimarães (PMDB) disse ontem, em Brasília, que falaria só por ele e não pelo partido e nem por qualquer outro aliado.

– Sou da base aliada, mas não sou nem subserviente e nem alienado, disse.

FAZ ACUSAÇÃO

Zezinho Guimarães, sem revelar nomes, disse que tem gente no grupo aliado que fala mal de Jackson Barreto pelas costas, mas não tem coragem de falar pela frente.

– Tem medo de tomar carão, falou.

SOBRE JERÔNIMO

Para Zezinho Guimarães, o ex-deputado Jerônimo Reis (PMDB) falou do PT “com toda a razão”. Acrescentou que endossa as palavras dele.

– PT vive esculhambando o PMDB e quer impor candidaturas e cargos.

FICA NO PARTIDO

Quanto a trocar de partido, Zezinho nega. Mas considera que “mudanças de siglas são consequências da vida política em determinados momento”.

– Mas estou bem no PMDB e não desejo filiar-se a outra sigla.

Notas

Vai à Justiça – Cristiana Lôbo, de o Globo, informa que Governo Temer mira nos gastos com servidor público por considerar que é onde o governo pode cortar despesa para reduzir déficit. A dificuldade de mexer no gasto com servidor é que o STF já considerou que aumento salarial dado por lei é direito adquirido. Vai à Justiça.

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Aécio e Gilmar – A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, negou um pedido da defesa do senador Aécio Neves para que um dos inquéritos contra ele na Corte fosse retirado do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, e enviado ao gabinete de Gilmar Mendes.

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Tem resistência – Temer terá resistência no seu partido se decidir por aumentar impostos para enfrentar a crise fiscal. O líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi, informou ao presidente da legenda, Romero Jucá, que a bancada já se desgastou rejeitando o pedido de abertura de processo contra Temer (coluna do Estadão).

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Um teto furado – O ministro Gilmar Mendes, do STF, disse que o Judiciário ‘tem que parar para refletir’ sobre a questão do teto de vencimentos. “Hoje, há juízes que ganham mais do que desembargadores e desembargadores que ganham mais do que ministro do STF. Não há um teto mais furado do que esse”.

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Limite do Fies – O Governo Federal decidiu manter o limite máximo de R$ 5 mil por mês por aluno, ou R$ 30 mil por semestre, para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A portaria com os valores para o segundo semestre deste ano foi publicada ontem no Diário Oficial da União (DOU).

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Susta denúncia – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin decidiu suspender a tramitação da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer. A decisão foi tomada após a Câmara dos Deputados rejeitar o pedido de autorização para abertura da ação penal, na semana passada.

Conversando

Reúne diretórios – PMDB nacional vai se reunir com todos os diretórios estaduais para tratar sobre as eleições de 2018 nos Estados.

E a grana? – Os partidos não estão muito preocupados com o estilo da votação, querem saber mesmo do financiamento de campanha.

Acaba efeito – Acaba, com o Distritão, os efeitos Enéas e Tiririca, que com suas votações traziam para a Câmara parlamentares sem votos.

Fica difícil – Partidos pequenos terão dificuldade em eleger novos parlamentares, em razão do fim das coligações partidárias.

Retirar buracos – O governador Jackson Barreto vai começar a recuperar rodovias e retirar buracos das pistas que cruzam Sergipe.

OAB calada – Sargento Edgard: Essa OAB! Critica um convite que alunos do colégio militar fizeram a Jair Bolsonaro e, no entanto, fica calada em relação à Venezuela.

Ato legítimo – Apesar de críticas e indignações da reeleição do presidente da Câmara Municipal de Aracaju, o ato é legítimo, apesar de vergonhoso.

Crise e eleição – Em momento de crise financeira, aprovar R$ 3,6 bilhões para financiamento de campanhas é uma imoralidade.

Pelo Nordeste – A partir de hoje o ex-presidente Lula da Silva se manda para o Nordeste. Será o termômetro para ele em termos de eleições 2018.

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