Aracaju, 19 de abril de 2024
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Usuários de álcool e outras drogas recebem auxílio em Aracaju

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A Prefeitura de Aracaju dispõe de dois Centros de Atenção Psicossocial (Caps) para atendimento especializado a usuários de álcool e outras drogas. No Caps IAD (Infantojuvenil Álcool e Drogas) Vida, localizado no bairro Suíssa, são atendidas crianças e adolescentes. Já no Caps AD (Álcool e Drogas) Primavera, localizado no bairro Atalaia, todas as pessoas que fazem uso abusivo de drogas e são maiores de 18 anos, estão aptas ao atendimento.

Os centros funcionam 24 horas e possuem pernoite, inclusive em finais de semana e feriados. De acordo com a coordenadora do Caps IAD Vida, Maria Aparecida Ribeiro, não existe obrigatoriedade para que os assistidos permaneçam na unidade – continuar o tratamento depende exclusivamente da própria vontade. “Hoje atendemos quase 200 usuários, apesar de muitos serem escorregadios e fugirem do tratamento, grande parte gosta e participa tranquilamente”, afirma a assistente social.

Devido à faixa etária atendida, o grande objetivo da unidade Vida é a reinserção dos usuários aos estudos. O desafio constante da equipe é interligar os jovens à comunidade escolar de forma sadia e proveitosa, oportunizando uma carreira profissional. W. G. B. tem 18 anos e foi levado ao Caps pela mãe há quatro meses, devido ao seu envolvimento com drogas. Durante esse período, ele tem tido melhoras significativas no tratamento.

“A droga estava afetando a minha mente e me matando aos poucos. Estava transtornado e cheguei até a traficar. Tenho atividade no Caps três vezes por semana, fui medicado e até o meu peso recuperei. Estou muito melhor, o Caps tem feito a diferença na minha vida”, comemora o jovem.

Com um ano de tratamento, G. S., de 18 anos, foi levado ao Caps com receio, gostou e não quer mais sair. “Uma mulher desconhecida insistiu durante vários dias para que eu viesse conhecer o Caps Vida. Quando eu cheguei aqui, fui acolhido, comecei a fazer atividades físicas, aulas de música e grafite, e gostei muito. Acabo vindo diariamente”, admite.

Dentre os profissionais que atendem no Caps, está a psiquiatra Clarissa Bastos, que realiza um atendimento inicial com todos os que chegam à unidade. “Nem todos precisam de um acompanhamento psiquiátrico e sempre evitamos o uso de medicação, só receitamos quando é realmente necessário”.

“A dependência química é uma doença muito difícil, complexa e normalmente está associada a outras doenças, como a esquizofrenia e depressão. Por isso, realizamos um trabalho em equipe, com a filosofia de redução de danos. Se um usuário consegue sair do mundo das drogas e voltar aos estudos, consideramos que tivemos sucesso no tratamento, ainda que não seja uma cura total. Muitas vezes a sociedade não enxerga dessa forma e é preciso mudar esse conceito”, ressalta a psiquiatra.

Foto Marco Vieira

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