Aracaju, 28 de março de 2024

Prefeitura de Aracaju garante apoio para quem quer parar de fumar

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Parar de fumar pode ser um grande desafio para quem criou a dependência do hábito ao longo do tempo. Levando em consideração que a situação se torna ainda mais delicada quando o fumante não recebe apoio para abandonar o vício, a Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), disponibiliza nos postos de saúde o Programa de Tabagismo, que oferece auxílio gratuito para quem deseja levar uma vida sem o cigarro, mas não consegue alcançar o objetivo sem ajuda.

O tratamento faz parte do Programa Nacional de Controle do Tabagismo, do Ministério da Saúde, e é desenvolvido pelo Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar) desde novembro de 2011, que já beneficiou centenas de pessoas. No tratamento, são formados grupos de apoio onde os pacientes podem conversar sobre suas histórias de vida e trocar experiências que os aproximem. Esses encontros são realizados durante oito semanas, sempre formando um novo grupo após o encerramento do anterior.

Além disso, durante o tratamento, os participantes recebem um suporte medicamentoso para que consigam evitar as recaídas, que são comuns nesses casos. A pneumologista do Cemar Augusto Franco, Ana Paula Argolo, enfatiza que é muito importante o fumante procurar o tratamento por livre e espontânea vontade, pois os grupos de apoio e os remédios oferecidos servem apenas como um respaldo para se alcançar a libertação da dependência, sendo a força de vontade a principal aliada de cada um nessa jornada.

“O serviço de apoio do programa é voltado para as pessoas que já fizeram outros tratamentos para parar de fumar e não obtiveram êxito. Esses encontros, que envolvem a terapia cognitivo-comportamental, são o carro chefe do programa. O que parece ser só um grupo de apoio, na verdade, é um grupo de tratamento que utiliza técnicas dessa terapia para ajudar os participantes”, completa Ana Paula.

Segundo a coordenadora da Rede de Atenção Especializada em Aracaju, Maria Auxiliadora Brito, quando o paciente procura a ajuda do programa, mas é constatado que ele precisa de uma consulta com algum médico especialista, logo é realizado o encaminhamento desse paciente para a consulta, o que o faz se sentir acolhido pela unidade de saúde e se sentir mais confiante para não abandonar o tratamento. “O pessoal procura muito e a nossa intenção é buscar esse tipo de paciente nas imediações do Cemar, e também em outros bairros. A gente quer fazer um trabalho de fortalecimento com as unidades básicas, resgatar o conhecimento desse programa”, ressalta.

Batalha contra o vício

Carlos Lopes, de 64 anos, é fumante desde os 11, e mantém uma relação estreita de dependência com o cigarro: ele, dependente da sensação de tranquilidade que conta sentir a cada trago; o cigarro, certamente de poder se alimentar da fraqueza do homem já grisalho. Atualmente desempregado, Carlos conta sempre ter utilizado o tabagismo como um escape para suas aflições e tentativas de resoluções àquilo que não estava em sua alçada. Para ele, o cigarro se tornou o sinônimo perfeito de muletas, que suportava seu próprio peso, sem o carregar para lugar algum.

“Já fiz uns três tratamentos particulares. Passei por um período sem fumar, mas voltei. Em 2014 estive aqui e passei quase um ano em tratamento. Mas tive alguns problemas, e a gente acaba se apegando ao cigarro para poder lidar com eles, apesar de não resolvê-los. Por isso estou de volta ao programa, tentando me libertar mais uma vez”, relata.

Carlos conta que um de seus maiores estímulos para conseguir parar de fumar, está em seu filho, de 9 anos. Ele reconhece que o tabagismo não afeta apenas a sua saúde, mas também a dinâmica de sua família, considerada por ele o seu maior bem. “Eu tinha prometido que, quando meu filho nascesse, eu pararia de fumar. Como podemos ver, nove anos se passaram e eu ainda estou aqui, tentando sair dessa situação. Agora ele está contribuindo e pressionando para buscar ajuda”, conta o paciente, que afirma ainda já ter fumado cinco maços de cigarro por dia, em determinado período conturbado de sua vida.

Para ele, o apoio do Programa será de grande valia para contribuir com o êxito em alcançar seu objetivo. “Acho maravilhoso termos esse apoio. Cada passo que a gente dá é muito importante. É muito proveitoso conhecer as histórias de outras pessoas, trocar experiências e receber essas orientações médicas para nos ajudar”, conclui.

Como participar

A procura é totalmente espontânea e não requer que o solicitante apresente um encaminhamento médico. Só é necessário, antes de tudo, que o paciente tenha força de vontade, seguida do porte do cartão do SUS nas mãos e algum documento de identificação.  As inscrições são realizadas no Cemar Augusto Franco, das 14h às 17h, de segunda à sexta-feira, ou no Hospital Universitário (HU).

Foto Ana Licia Menezes

 

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