Economista Otaviano Canuto falará no TCE sobre o impacto da corrupção na economia
O economista Otaviano Canuto, Diretor Executivo do Banco Mundial para o Brasil, fará uma palestra no Tribunal de Contas de Sergipe, no dia 1º de dezembro, às 11 horas, sobre “O impacto da corrupção na economia brasileira”. Ele encerrará neste ano o fórum “Por um Brasil ético: o dinheiro público é da sua conta”, promovido pelo TCE/SE desde junho e pelo qual passaram os juristas Carlos Ayres Britto, Luiz Flávio Gomes e José Eduardo Cardozo.
Sergipano formado em Economia pela UFS, Otaviano Canuto é Master Of Arts In Economics pela Universidade de Concórdia, Montreal, Canadá, e doutor em Ciência Econômica pela Universidade Estadual de Campinas. Foi Diretor Executivo do Fundo Monetário Internacional e atualmente, além de Diretor Executivo no BIRD, é professor doutor da Universidade de São Paulo. Em mais de uma ocasião foi cotado para o Ministério da Fazenda.
Eduardo Cardozo
No dia 25 de agosto passado, o ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, fez uma palestra sobre o tema “A crise do estado de direito e o conflito entre poderes”, quando defendeu que a luta contra a corrupção passa pela crise no estado democrático de direito e também pela falta de um sistema de controle do Poder Judiciário. “É fundamental que façamos esta ação de combate à corrupção, de defesa do dinheiro público, mas sempre dentro da lei, respeitando aquilo que é uma conquista da humanidade, que é realmente a ideia de um estado democrático, em que o direito é respeitado”, comentou.
“A humanidade conquistou o Estado de Direito e, portanto, dele nós não podemos abrir mão após tantas lutas que tivemos em regimes autoritários que vivenciamos; portanto, lutar pelo Estado de Direito é também uma luta virtuosa, como é uma luta virtuosa lutar pelo combate à corrupção; essas duas virtudes têm que conviver porque é delas que nasce uma vida moderna, harmoniosa, pacífica e respeitosa entre os seres humanos”, disse.
Luiz Flávio Gomes
Para o jurista Luiz Flávio Gomes, a Operação Lava Jato é “um ponto fora da curva” na história do Brasil, com a justiça funcionando de forma célere, e resultando, até o momento, em mais de 1400 anos de cadeia impostos em mais de 130 condenações. “No Brasil não se aceita mais a roubalheira, são R$ 600 milhões por dia que poderia estar sendo canalizado para coisas importantes, como educação, saúde, justiça, segurança”, comentou.
Com o tema “Lava Jato: corrupção, ética, liderança e cidadania”, Luiz Flávio Gomes proferiu palestra no Tribunal de Contas no dia 23 de junho passado. Foi a segunda explanação do Fórum “Por um Brasil ético: o dinheiro público é da sua conta”, promovido pela Corte de Contas.
Na sua palestra ele discorreu, sobretudo, acerca dos resultados da Operação, chegando a dizer que o ministro Gilmar Mendes, do STF, o presidente Michel Temer, o ex-presidente Lula e o senador Aécio Neves formam “o quarteto que quer abafar tudo”. “A Lava Jato está cumprindo um papel importante de mostrar para todos nós de que maneira alguns caciques políticos corruptos governam o Brasil. O Brasil não tolera mais isso. Eles estão governando o Brasil com a mentalidade do século XIX e nós já chegamos ao século XXI, onde não se aceita mais esse tipo de roubalheira”, afirmou.
Carlos Ayres Britto
Carlos Ayres Britto é um otimista. Ele acha que o Brasil está passando por um momento de transformação e que sairá melhor dessa crise moral sem precedentes. “É preciso aplicar a lei por um modo moral, por um modo público ou transparente. Nas coisas do poder, o melhor desinfetante é a luz do sol. Democracia é isso: é excomunhão da cultura do camarim, da coxia, do bastidor. Tudo tem que vir a lume, como está vindo a lume. Quem tiver culpa no cartório vai responder”, acredita, exemplificando o antídoto da transparência com Thomas Jefferson: “O preço da liberdade é a eterna vigilância”.
A crise ética vivenciada pelo país, o descrédito da população para com as instituições e a necessidade de um rigoroso cumprimento da Constituição foram os aspectos destacados pelo ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal quando proferiu palestra no dia 19 de junho, dando início ao Fórum “Por um Brasil ético: o dinheiro público é da sua conta”. A palestra dele foi sobre “Ética na administração pública”.
Para Ayres Britto, a observância dos princípios constitucionais por parte dos administradores públicos é imprescindível. “Por que temos 14 milhões de desempregados? Porque o Brasil é um país que anda de costas para a sua Constituição, porque a ordem econômica tal como foi concebida pela Constituição não está sendo praticada”, afirmou, acrescentando que é preciso estar vigilante no combate à “cobra de três cabeças” que ataca o poder público: a corrupção, que é herdeira do patrimonialismo; o desperdício do dinheiro público; e o corporativismo, que resulta na impunidade.
TCE