Aracaju, 24 de abril de 2024
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Queimaduras por álcool: atendimentos no Huse aumentam

Desde junho deste ano já foram anunciados seis aumentos no preço do gás de cozinha. Isso tem afetado as pessoas mais carentes e fazendo com que elas busquem outras alternativas para prepararem os alimentos. Uma delas é utilizando o álcool líquido ou automotivo (esse último vendido em postos de combustíveis). Eles improvisam um fogareiro com latas e coloca parte do produto para cozinhar. Só que esse artifício que parece mais barato, pode custar caro ou a própria vida.

Na Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) já é possível visualizar desde o final do ano passado (2016) o aumento nas estatísticas de vítimas de queimadura por álcool líquido ou automotivo. Para se ter uma ideia, de janeiro a setembro deste ano foram registrados na unidade 21 casos, ou seja, 13,55% do atendimento geral que foi de 155 pacientes por outros tipos de queimaduras. Se comparado com o ano passado, que registrou 6 casos, o aumento fica em torno dos 250%.

Essa estatística demonstra claramente que o principal agente causador desse aumento significativo das vítimas foi devido aos constantes reajustes do gás de cozinha, como explica a coordenadora da cirurgia plástica do Huse, Moema Santana. “Tem sido frequente essa modalidade, do ano passado pra cá, com o aumento do preço do gás de cozinha as pessoas têm se tornado vítima de explosões e queimaduras externas de 2º e 3º graus, a recuperação é sempre lenta e varia de acordo com a gravidade das lesões. Muitas passam por enxertos e plásticas, ficando internados num período de 30 dias a dois meses”, ressaltou.

Prova disso é um paciente de 61 anos que está internado na UTQ do Huse e residente do município de Divina Pastora. Ele foi acender um fogo com álcool automotivo e sofreu uma queimadura que atingiu 60% do corpo. “Ele estava sozinho e sempre cozinha com esse tipo de fogareiro, foi socorrido por vizinhos e hoje está aqui internado, mas já se recupera muito bem, graças a Deus”, disse a acompanhante do paciente que não quis se identificar.

 

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