Por Alessandro Vieira
A convicção de que é preciso elevar a voz e lutar pelas mudanças só fez crescer neste período, na companhia de tantas pessoas que também estão engajadas no inadiável processo de renovação do nosso país.
“Em uma sociedade doente, vítima desta mistura cruel de incompetência absoluta e corrupção endêmica que contamina os nossos gestores públicos, com as honrosas exceções de praxe, ser reconhecido pessoal e profissionalmente sem apelar para o compadrio ou para o jeitinho brasileiro, sem fazer a histórica política de segurança tolerante em relação à corrupção, é motivo de inegável orgulho.
Durante a nossa gestão à frente da Polícia Civil, os criminosos de terno e gravata receberam o mesmo tratamento duro antes reservado exclusivamente para os pobres da periferia. A sociedade sergipana pode perceber que os órgãos de controle, com a Polícia Civil em destaque, reúnem condições técnicas e profissionais capacitados para fazer frente à criminalidade mais danosa, que subtrai recursos da saúde, educação e da própria segurança. Não podemos aceitar como uma situação imutável a podridão do sistema. É possível mudar, com coragem, respeito às leis e transparência. Não é necessário esperar a chegada de um salvador milagroso, prometido a cada eleição. Basta que cada um exerça com dedicação a chamada cidadania ativa, usando os mecanismos disponíveis para cobrar e fiscalizar aqueles que são pagos com o nosso dinheiro para trabalhar em benefício da comunidade e não de interesses pessoais, muitas vezes ilegais.
Tenho certeza de que a imensa maioria de homens e mulheres de bem tem condições de superar o domínio desta corja minoritária. Garanto que farei sempre a minha parte neste inadiável enfrentamento dos criminosos que assaltam nossa cidade, nosso estado, nosso país.
Continuarei a fazer a minha parte na profissão que escolhi, como Delegado de Polícia. Passarei a fazer a minha parte também no seio da sociedade civil organizada, juntamente com diversos amigos e colegas, através da criação de um movimento de fiscalização da gestão pública, apoio e cobrança dos órgãos de controle.
E, por fim, darei os primeiros passos na seara política, na condição de filiado da REDE. Não é mais suficiente cumprir com rigor as minhas obrigações individuais. É urgente mobilizar a sociedade, canalizando esse imenso sentimento de angústia e revolta para uma ação de efetiva mudança, que deve ocorrer também na seara política. As pessoas que se eternizaram nos cargos eletivos pelo Brasil afora, com poucas exceções, se mostram incapazes de fazer as mudanças necessárias, por insuficiência moral ou intelectual. Minha geração se formou na convicção de que gente de bem deve ficar longe da política. É preciso romper essa lógica, apresentando para a sociedade alternativas concretas, pessoas interessadas em servir e não em se servir das benesses e vantagens.
É uma caminhada difícil, uma construção que vai demandar muitos sacrifícios, mas é preciso dar esperança aos nossos filhos de que esse país pode mudar de verdade.”
Trecho do discurso que fiz na Câmara Municipal, ao receber o título de cidadão aracajuano, em 23/05/2017