Aracaju, 19 de abril de 2024
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Caps Liberdade celebra 15 anos de funcionamento com festa para os usuários

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Usuários, familiares e trabalhadores se reuniram na tarde desta sexta-feira, 15, no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Liberdade, bairro Siqueira Campos, para celebrar o aniversário de 15 anos da unidade.

A secretária adjunta da Saúde de Aracaju, Ana Débora Santana, disse que a reunião faz parte de um momento muito especial. “A construção de uma rede de Saúde Mental em Aracaju, na época, foi uma ousadia da gestão Marcelo Déda, e foi uma construção que, ao longo dos anos, foi sendo aperfeiçoada pelo prefeito Edvaldo Nogueira. Hoje temos uma das maiores redes de saúde mental do país, inclusive que foi reconhecida nacionalmente, como uma das mais bem estruturadas”, lembrou.

Para ela, o grande sucesso desta rede tem a ver com a seriedade com que foi construída, e com o grande número de serviços que ela oferece. “Nós temos seis Caps, residências terapêuticas, unidades de acolhimento de adulto para usuários de drogas. Enfim, é uma rede muito madura, e conta com profissionais que atuam desde o início, que construíram uma relação muito especial com todos os usuários durante este tempo, e essa linda festa é um exemplo disso. Em um momento de crise, onde a gestão não pode ter gastos excessivos, os funcionários e os usuários tiveram a iniciativa de fazer rifa, as comidas, a decoração, todo o cuidado para fazer uma linda cerimônia para celebrar a grande vitória que é ter este serviço funcionando e atendendo tantas pessoas por mais de uma década”, pontuou Ana Débora.

Comemoração

A festa foi embalada pela Banda Nenhuma e a participação dos cantores David Chagas e Josefira Santos, que também é funcionária do Caps. O primeiro oficineiro da unidade, Antônio Aragão, fez uma homenagem a todos que fizeram parte da história do serviço, como os usuários mais antigos, os ex-coordenadores, e os familiares de usuários que colaboraram com o Caps. “Eu tenho um orgulho muito grande de ter trabalhado aqui durante 12 anos, é muito apaixonante e pretendo voltar um dia”, relatou Aragão.

A coordenadora do Caps Liberdade, Adriana Monteiro, exaltou a colaboração dos servidores e dos usuários. “Foi tudo feito com muito amor, com entrega e união. Uma fez o bolo, outras a decoração, outros, desde ontem, fizeram os docinhos. Os usuários revitalizaram o espaço da festa. Foi tudo feito com muito carinho”, disse Adriana.

Segundo a psicóloga Maria de Lourdes Guimarães, o Caps Liberdade comemora 15 anos de existência seguindo firme em sua luta. “E continua contando com uma equipe multidisciplinar fortemente engajada nos princípios da luta antimanicomial, visando a humanização da psiquiatria”, frisou.

Histórico

O Caps Liberdade nasceu em 2002, no antigo manicômio Adauto Botelho. Já com a proposta de melhorar a atenção aos pacientes, e adotando as diretrizes da Reforma Psiquiátrica, o serviço foi instalado onde funcionava a emergência psiquiátrica. Após alguns meses de implantação do Centro, percebendo que não havia a possibilidade de funcionamento do serviço naquela estrutura antiga e precária, a SMS alugou uma casa no bairro São José e transferiu o serviço. A mudança de prédio, possibilitou melhores condições de trabalho a toda equipe composta por psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, auxiliar de enfermagem e oficineiros.

Em novembro de 2005, o Caps Liberdade mudou para a nova sede na Rua Distrito Federal, nº 1012, no Bairro Siqueira Campos, e passou a se chamar também Dr. Wilson Rocha, em homenagem à antiga escola que funcionava no local. “A nova estrutura passou a dar maior qualidade de vida, com salas de acolhimento, consultórios, salas de repouso, posto de enfermagem, refeitório, copa, salas de oficinas, além de uma área livre para práticas esportivas”, informou Katiene Fontes, apoiadora institucional da Rede de Atenção Psicossocial (Reaps), e ex-coordenadora do Caps Liberdade Dr. Wilson Rocha.

De acordo com Katiene, esse Caps possibilitou para o município de Aracaju, a consolidação de uma Rede de Atenção Psicossocial. “Ele produz o cuidado do usuário com transtorno mental e usuários de álcool e outras drogas, com atenção às suas demandas, inclusive em situações de crise, em um ambiente familiar e social que permite a reconstrução saudável do seu cotidiano como ser humano – com diferenças, mas com direito à cidadania e a uma vida digna. Cuidado que produz autonomia. O próprio nome “CAPS LIBERDADE”, foi escolhido pelos usuários e trabalhadores, num processo totalmente democrático”, concluiu.

Foto: Ascom/SMS

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