A adolescência, fase compreendida entre 10 e 19 anos, é uma época de fase confusa, caracterizada por incertezas, modificações corporais e psicológicas e, além disso, de várias descobertas. Engravidar na adolescência é, na maioria dos casos, uma atitude não planejada, que pode ocorrer de diversas formas e ser provocada a partir da atividade sexual precoce e inconsequente, da violência sexual, da dificuldade no diálogo familiar, da falta de conhecimento e acesso a métodos contraceptivos, entre outras. Nesse sentido, a maternidade busca orientar os pacientes dessa fase da vida.
Dados de 2016 mostram que a MNSL registrou 6.115 nascimentos, sendo 1.288 partos em adolescentes. Vale ressaltar ainda que junho, mês de férias escolares, conferiu o maior número de partos em meninas, contabilizando 156 casos. Já em 2017, registrou 5.761 nascimentos, sendo 1.105 partos em adolescentes.
Uma das formas de evitar a gravidez na adolescência é se informar adequadamente. Os parceiros devem também estar alentos aos métodos contraceptivos. O preservativo é o mais comum, mais barato e mais fácil de utilizar, além da gravidez indesejada, ela também protege contra as doenças sexualmente transmissíveis. “Nunca fui fã de camisinha e nunca fui a uma consulta ginecológica para pensar sobre o uso de anticoncepcional”, comentou uma mãe adolescente, que recentemente deu à luz a Pedro Henrique.
História de amor
Os pais do bebê se conheceram em uma praça e logo em seguida trocaram contato. Por meio de rede social e mesma escola, se aproximaram. Consequentemente apaixonados, começaram um namoro. O pai disse que mesmo com a chegada do filho a relação dele com Bianca continua a mesma, com muito amor. “Continuamos morando nas casas de nossos pais e estudando, mas, estamos sempre juntos”, ressaltou.
Após a chegada de Pedro Henrique, dia 08, de parto normal, os pais do bebê tiveram a ajuda e o apoio dos familiares, além de terem sidos bem recebidos pelos funcionários da maternidade. A mãe de Pedro gostou da “Lourdinha”, disse que não tem nada a reclamar do tratamento que foi oferecido. “Aprendi bastante, todos os procedimentos foram bem explicados”, ressaltou Bianca.
Pedro passou a ser prioridade na vida dos pais, “Passo meu tempo aqui na maternidade. Todos os dias vou à sala de manejo para deixar o leite do meu filho, que está na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) com 1, 215 kg. Graças a Deus tenho meus pais do meu lado, mas nem todos os casos são assim”, contou a mamãe.
“Evitem o máximo ter filho jovens, usem contraceptivos e busquem consulta ao ginecologista. Nem todos têm a condição financeira e a maturidade para criar uma criança. Essa a mensagem que eu deixo para todas as adolescentes”, falou Bianca.
Olhar de anjo
Na MNSL, os adolescentes encontram apoio psicológico para continuar a vida e cuidar do bebê com amor e responsabilidade. A psicóloga da unidade, Katia Cristina de Santana, informou que a gravidez na adolescência é um período bastante complicado emocionalmente. “Muitas vezes as meninas não estão psiquicamente preparadas para enfrentar as modificações da vida, decorrentes deste período”, disse Kátia. Ela observou que o setor de psicologia da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes tem um papel primordial de acolher jovens grávidas e orientar na medida de prepará-las emocionalmente para assim lidar com mudanças comportamentais de maneira adequada e satisfatória desta fase.