Aracaju, 6 de maio de 2024
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EM MENOS DE 2 MESES, PMs SÃO HUMILHADAS POR SUPERIORES

A situação das policiais militares (mulheres) do estado de Sergipe não é das melhores e começa a repercutir de forma negativa, devido aos assédios sexual e moral por que estão passando. Em menos de dois meses, duas policiais militares (Pefem) foram humilhadas e até o momento ninguém foi punido, a não ser com um “castigo” de ter sido transferido. O primeiro caso foi registrado quando um sargento teria filmado uma colega trocando de roupa. O caso ganhou grande repercussão, mas segundo informações até o momento ninguém foi punido.

Nesta sexta-feira (16), uma outra Pefem volta a fazer denuncia contra um PM, já que no dia 3 de fevereiro ocorreu um novo caso e que foi registrado no dia 15, quando uma soldado foi assaltada e segundo ela, após a ação do marginal, ela reagiu e imobilizado uma assaltante, ela foi obrigado a sair do local porque estaria próximo a um veículo de um cabo da PM. A vitima, que é militar, teria se identificado, porém o cabo não teria prestado socorro e ainda teria dito que iria “puni-la”. Com isso a militar foi abrigada a deixar o local para não ser presa, já que o cabo teria desferido empurrões e xingamentos ao invés de ajuda-la.

O caso fez com que a ASIMUSEP se pronunciasse e a presidente da associação, sargento Elisângela Bonifácio diz que “esperamos que tudo fique claro. Está sendo muito difícil para nós. Em menos de dois meses foram dois casos. Nós queremos respeito e uma apuração rígida para que aquele cometeu o abuso. É preciso entender que nós somos policiais militares, fazemos parte da corporação e exigimos respeito”, desabafou a militar.

No inicio da noite de hoje, a Asimup emitiu uma nota onde diz esperar que o caso seja apurado.

Veja o que diz a nota:

Policial feminina, vítima mais uma vez! Em menos de dois meses, mais uma situação de violência envolvendo um superior hierárquico e uma policial feminina causa mal estar e indignação na tropa da PMSE.

No final do ano de 2017, uma militar foi observada e filmada quando  trocava de roupa por um sargento da unidade em que trabalhava, em seu ambiente de serviço, atitude esta flagrada pela própria vítima e confirmada pelas câmeras de monitoramento do local, na grande Aracaju.  Fato esse amplamente divulgado pela mídia e de conhecimento de toda sociedade sergipana.

Em decorrência desse fato, a conduta adotada pelo comando da Polícia Militar foi a abertura de procedimento para apuração das circunstâncias e, como forma de evitar maiores constrangimentos para a vítima, transferiu o autor da filmagem para outro batalhão. O Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado no dia 29 de dezembro daquele ano, mas até o momento não se tem conhecimento do andamento da apuração.

No último dia 03, o que era inicialmente uma ocorrência de roubo onde a vítima foi uma soldado policial militar feminina, em folga prestigiando um evento cultural da nossa capital, culminou em mais um fato lamentável para a instituição policial militar de Sergipe. Segundo extraiu-se de notícia crime, a militar, após ter seu pertence roubado, reconheceu e imobilizou a autora do delito e, enquanto aguardava a presença da guarnição policial, foi interpelada por dois homens que solicitaram que ela se afastasse do veículo de propriedade de um deles. Imediatamente, a mesma se identificou como policial militar e informou que estava à espera da patrulha, porém um dos envolvidos, bastante alterado, afirmou que a mesma mentia,  que eles eram militares e que ela não fazia parte da instituição militar, pois, segundo ele, o mesmo trabalhava na unidade em que ela informou estar lotada e não a conhecia. Em ato contínuo, desferiu empurrões e utilizou palavras de baixo nível “Puta” para referir-se à mesma. Neste momento, para se defender das injustas agressões sofridas foi necessário que a policial feminina desfizesse a imobilização da infratora que se evadiu do local e não fora identificada.

Com o intuito de confirmar o que foi dito pelo suposto militar quanto a sua identificação, novamente a vítima sofreu insultos e em momento algum o autor apresentou sua carteira funcional.

No dia seguinte, chegou ao conhecimento da mesma que o agressor realmente é cabo da polícia militar, sendo, portanto, seu superior hierárquico que agiu de forma contrária ao que preconiza o Código de Ética e Disciplina dos Militares do Estado de Sergipe.

Ao saber que foi reconhecido e identificado pela vítima e que esta comunicaria o ocorrido ao seu comandante, o policial, por intermédio de terceiros, avisou-a que caso ela não “deixasse o caso pra lá” abriria procedimento contra a mesma alegando difamação e desacato por parte dela.

Mesmo adotando os trâmites legais e dando conhecimento ao seu comandante de companhia para a devida apuração, a policial feminina foi surpreendida com sua transferência “por conveniência do serviço”, conforme boletim geral ostensivo do dia 08 de fevereiro assinado pelo comandante geral da Polícia Militar, pegando de surpresa até mesmo o comandante da unidade de lotação da policial que tão pouco foi informado sobre a motivação desta movimentação e que não tinha interesse na perda da qualificada policial dentre o seu efetivo.

A policial feminina foi procurada, porém bastante abalada, preferiu não se pronunciar, porém a Associação de Mulheres da Segurança Pública em Sergipe tomou conhecimento que a militar foi ouvida nos últimos dois dias 15 e  16 pela delegada titular da 4ª DM Carina Resende que provavelmente deverá instaurar inquérito no âmbito da policia civil em busca da apuração dos fatos.

A ASIMUSEP solicitará a apuração do episódio e a garantia do devido processo legal de ampla defesa e contraditório, bem como a revisão do ato de transferência da militar que por si só já denota uma VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL numa prévia punição para a real vítima da situação. Inclusive, diferentemente do caso do sargento que espionou uma soldado no final de 2017que fora uma conduta isolada e reprovável por parte do militar, desta vez os fatos narrados comprovam a revitimização da militar que sequer fora ouvida pela instituição, avalizando a conduta adotada pelo Cabo.

Até quando a misogenia terá espaço na PMSE? (Asimusep)

Munir Darrage

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