No dia internacional de combate ao câncer infantil, a especialista faz um apelo para que mães e pais fiquem atentos aos sinais mais suspeitos
O câncer é a primeira causa de morte por enfermidade em crianças da maioria dos países do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa é de que o Brasil tenha mais de 12 mil novos casos de câncer infantil em 2018. É um diagnóstico que muda a vida de toda a família. Sensível a essas questões, a pediatra do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS), Bianca Costa, aproveita o dia internacional de combate ao câncer infantil para fazer um apelo a mães e pais: a necessidade da prevenção e do diagnóstico precoce.
“O objetivo é conscientizar sobre essa enfermidade e a necessidade de que todas as crianças e adolescentes com câncer tenham um tratamento diferenciado e específico aos seus tipos de tumores. O câncer infantil é bem diferente do câncer do adulto”, explica a pediatra. Bianca pondera, no entanto, que as diferenças também levam a cenários positivos. “A leucemia, por exemplo, é mais fácil de tratar nas crianças”, relata.
Apesar de o Hospital de Urgências de Sergipe (Huse) ser a referência estadual em oncologia, o HU-UFS também acolhe casos suspeitos e realiza diagnósticos de câncer infantil. “As crianças e os seus familiares vivem essa experiência com grande dor, incerteza e medo”, conta Bianca. São necessárias ações dirigidas a minimizar as alterações emocionais e a interrupção do adequado desenvolvimento da criança enferma.
Nos últimos anos, grandes avanços no diagnóstico e no tratamento aumentaram a sobrevivência de crianças com câncer. “Para este dia, é necessário conhecer que a prevenção é uma das melhores ferramentas de luta contra a doença. Ainda que um sintoma suspeito não seja necessariamente proveniente de um câncer, a melhor opção é a avaliação do médico”, alerta a pediatra. Por esse motivo, é importante que os pais conheçam alguns dos sinais de alerta:
Sudoração abundante sem causa aparente;
Coceira constante no corpo sem lesões na pele;
Vômitos constantes sem causa aparente;
Dores de cabeça sem motivo aparente por mais de uma semana;
Febre sem causa aparente durante mais de uma semana;
Sangramento na gengiva e/ou no nariz com frequência;
Falta de apetite por mais de uma semana.
“Hoje, com a triagem neonatal, já conseguimos atuar com excelência no diagnóstico e tratamento de algumas doenças infantis. Depois da ampliação da Unidade Materno-Infantil, que se concretizará com a maternidade que o HU-UFS está concluindo, contribuiremos ainda mais para o diagnóstico de outras enfermidades e do câncer infantil”, conclui Bianca.
Sobre a Ebserh
Desde outubro de 2013, o HU-UFS é filiado à Ebserh, estatal vinculada ao Ministério da Educação que administra atualmente 40 hospitais universitários federais. O objetivo da Rede Ebserh é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.
O órgão, criado em dezembro de 2011, também é responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações nas 50 unidades existentes no país, incluindo as não filiadas à Ebserh.
Por Luís Fernando Lourenço