Aracaju, 20 de abril de 2024
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Saúde reestrutura hospitais Nestor Piva e Fernando Franco

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Desde início de 2017, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem promovido diversas ações de reestruturação na Rede de Urgência e Emergência (Reue), composta pelos hospitais Nestor Piva e Fernando Franco. Estes dois estabelecimentos atendem em média 22 mil pacientes por mês, e no início deste ano os primeiros resultados já começaram a aparecer como, por exemplo, a diminuição do número de desistências de atendimentos.

A coordenadora da Reue, Genisete Pereira, diz que antes a evasão de pacientes na sala de espera era muito alta, mas que com a abertura da sala de medicação rápida e a classificação de risco (separação dos pacientes por gravidade) no Nestor Piva, o tempo resposta diminuiu muito. “Em setembro de 2017, por exemplo, houve 1067 desistências de pacientes que esperavam atendimentos. Em dezembro, quando implantamos o sistema de classificação, este número baixou consideravelmente para 305, ou seja, 71% a menos”, enfatizou.

Genisete informa que o Ministério da Saúde (MS) preconiza com a classificação de risco um tempo de espera médio de até 4 horas para pacientes da área azul (casos de menor gravidade); até 2 horas para a área verde; 30 minutos para a amarela (casos urgentes); e atendimento imediato para os caracterizados como área vermelha (casos emergentes). “Nessas situações as pessoas são atendidas no momento em que dão entrada, mas 80% dos nossos atendimentos são das áreas azul e verde. Após essa mudança, baixamos o tempo médio de espera de quatro a cinco horas para duas a três – abaixo da média padronizada pelo MS”, revelou.

Prioridade da Gestão

Segundo a secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza, os hospitais municipais são uma das prioridades da gestão, e por isso existe o Termo de Abertura de Projeto (TAP) no Planejamento Estratégico da Prefeitura de Aracaju que foca especialmente na qualificação dessas unidades. “Temos várias ações já em desenvolvimento sobre os processos de trabalho interno, como a reorganização de setores nos dois hospitais, a implantação da classificação de risco no Nestor Piva, e em breve no Fernando Franco. A sala de medicação rápida foi outro ponto que agilizou o nosso fluxo de atendimentos, nos possibilitando diminuir muito a insatisfação dos usuários, e fazendo com que a evasão deles caísse de maneira considerável”, detalhou.

Waneska reforça que também estão no planejamento da SMS a questão da infraestrutura e dos equipamentos dos hospitais. “Com a recuperação de emendas parlamentares, fizemos a compra de centenas de equipamentos, alguns deles já em fase do recebimento, como é o caso dos condicionadores de ar. Contratamos um engenheiro clínico que estuda constantemente a necessidade de outros equipamentos. Além disso, estamos captando recursos para fazer reformas de adequação na parte estrutural dos hospitais, para que consigamos melhorar ainda mais o fluxo de atendimentos existentes”, garantiu.

Novas ações e parcerias

Outras medidas que contribuíram muito para a melhora do tempo resposta foram a recomposição da escala dos profissionais médicos e de enfermagem, e o início das capacitações para os profissionais da Reue. Além disso, vem sendo construída estratégias para diminuir a superlotação, em consonância com o sistema de regulação de leitos do Estado de Sergipe (denominado de Sistema Interfederativo de Garantia de Acesso Universal – Sigau).

A secretária explica que alguns pacientes que chegam aos hospitais municipais em casos mais graves, é um problema que não é de governabilidade somente do município. “Os nossos hospitais são de pequeno porte, com perfil de atendimento de paciente de baixa e média complexidade. Porém, como também integramos o Sigau, às vezes encontramos certa dificuldade na transferência dos casos mais graves para o Hospital de Urgências de Sergipe (Huse) ou o Hospital Cirurgia”, ponderou.

Mas Waneska revela que esses casos estão sendo estudados e articulados com o Estado a fim de melhorar essa parte do fluxo, e que inclusive algumas reuniões com a Secretaria Estadual da Saúde (SES) já foram realizadas para sugerir uma rede de ajuda com os hospitais dos municípios próximos, como São Cristóvão e Nossa Senhora do Socorro. “Por exemplo, um paciente mais grave que estivesse no Nestor Piva iria para o Huse, e um do Huse, mais estabilizado, iria para o José Franco (Socorro), que, por sua vez, mandaria um usuário menos grave para o Nestor Piva. Seria um mapa de leitos regulados, uma vez que os nossos hospitais não são apropriados para pacientes crônicos”, explicou.

Reconhecimento

Para a dona de casa Andreza Carolina Iglesias, madrasta do pequeno Ícaro Nascimento Barbosa, de três anos, que está internado no Hospital Fernando Franco com suspeita de asma, o hospital presta um bom atendimento. “Eu revezo o acompanhamento deste menino com as tias, mas já fiquei aqui uns quatro dias, e a equipe é sempre prestativa. Os funcionários e os médicos são muito educados, o local é limpinho, e a comida é boa. Eu não tenho nada a reclamar, gostei mesmo do atendimento daqui”, reconheceu.

Atendimento que segundo a gerente administrativa do Hospital Fernando Franco, Josineide de Oliveira, ainda deve melhorar em breve. “Eu sou servidora da SMS, trabalho no município há 31 anos com a reestruturação no serviço administrativo, e notei a melhora. E olhe que ainda não estamos trabalhando com a classificação de risco. Assim que for implantado este modelo de atendimento, será bem mais rápido. Antes não era seguido um fluxo, hoje a gestão tem se esforçado para organizar o processo de trabalho, e todos nós que fazemos parte dessa rede já percebemos a diferença”, elogiou a servidora.

Hospitais Municipais

O Nestor Piva, também conhecido por Hospital da Zona Norte, é porta aberta (a população pode ir por conta própria em busca de atendimento), 24 horas e atende em média 12 mil pacientes por mês. A unidade presta assistência em clínica médica, ortopedia, cirurgia geral, sala de estabilização e de observação, e também serviço de odontologia em sistema de plantão, de segunda a sexta-feira, das 19h às 7h da manhã, e aos sábados e domingos, o dia todo.

O Fernando Franco, conhecido por Hospital da Zona Sul, também é porta aberta, funciona 24 horas e presta assistência a cerca de 10 mil pessoas por mês, com as especialidades de pediatria, clínica médica e cirurgia geral. Tem sala de observação adulto e infantil.

Fonte e foto assessoria

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