Aracaju, 24 de abril de 2024
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PESQUISA DIZ QUE MAIORIA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA É DOMINGO

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Um estudo desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP) analisa o perfil das vítimas de violência doméstica em Sergipe, dos autores e os motivos violência. A pesquisa é fruto da parceria entre a Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica de Sergipe (Fapitec/SE) e a Secretaria de Segurança Pública (SSP).

A coordenadora do projeto, Profª. Dra. Grasielle Vieira, explica que o objetivo do trabalho é traçar o diagnóstico e mapear a violência doméstica em Sergipe, tentando buscar o perfil da vítima, autores e contexto dos crimes nos municípios de Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, São Cristovão, Monte Alegre, Nossa Senhora da Glória e Poço Redondo. O estudo está sendo desenvolvido pelo grupo de pesquisa Gênero, Família e Violência do Diretório de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

“A pesquisa sobre o diagnóstico da violência doméstica em Sergipe é de extrema relevância, tendo em vista a necessidade de dar visibilidade a este tipo de violência, que ocorre no âmbito familiar e reflete uma desestrutura social imensa, num contexto social onde a violência contra a mulher é naturalizada, romantizada. É importante, tanto na perspectiva do diagnóstico do problema, ou seja, com a organização e análise dos dados colhidos, quanto para a articulação e implementação de políticas públicas preventivas à violência”, enfatiza Grasielle Vieira.

Resultados Parciais

A partir dos dados levantados na Delegacia de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) – Delegacia da Mulher referente ao ano de 2015, os pesquisadores traçaram o perfil das vítimas, autores e dos fatos.  O estudo contou com a participação das bolsistas Monique Andrade Oliveira e Fabiana Fernanda Xavier Rodrigues.

Segundo a pesquisadora Grasielle Vieira, a maioria das vítimas é de cor parda e branca. A faixa etária de 30 a 44 anos e a escolaridade ensino médio complete e ensino fundamental incompleto. As vítimas são 45,4% casadas e 44,5% solteiras. Em relação à profissão, a maioria trabalhava em empresas privadas, autônomas ou donas de casa. Os bairros com mais ocorrências de violência são: Santa Maria, Santos Dumond e Industrial.

Outro dado importante levantado apontou que as agressões ocorrem principalmente no horário das 21h tendo como principais dias os domingos e segundas-feiras. Cerca de 80% as agressões ocorrem em casa e 14% nas vias públicas.  Ainda segundo o estudo, os principais motivos que geram a agressão são: pedido de separação, ciúmes, uso álcool e/ou drogas.

Ainda segundo a pesquisadora Grasielle Vieira, a expectativa é que o estudo possa ser utilizado pela SSP para a formulação de políticas públicas. “Traçar o perfil da violência doméstica no Estado e a partir dos dados colhidos, propor medidas para o enfrentamento à violência doméstica, que não podem ser apenas com caráter repressivo, mas também preventivo e com ações concomitantes”.

NAPs

O projeto de pesquisa é fruto do Programa de Pesquisa em Política Pública (NAPs) desenvolvido pela Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE) em parceria com as Secretarias de Estado. O primeiro edital no NAPs foi lançado em 2011 e desde então o programa tem buscado atender as demandas do estado. Ao final de cada projeto de pesquisa, os pesquisadores apresentam os dados e propõe políticas públicas para serem aplicadas pelas secretarias.

Foto assessoria

Por Adriana Freitas

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