Coordenado em Sergipe pela Secretaria de Estado da Inclusão Social, o Programa Criança Feliz visa ao desenvolvimento integral na primeira infância, a fim de reduzir as desigualdades que crescem junto com as crianças socialmente vulneráveis
Nesta segunda-feira, 30 de abril, Sergipe ganhou destaque na imprensa internacional através do Programa Criança Feliz, que acaba de completar um ano de implantação local. O site do Financial Times, importante jornal diário de língua inglesa fundado em Londres no ano de 1888, publicou a matéria “Brazil stresses child development to combat social inequality” [Brasil enfatiza desenvolvimento infantil para combater desigualdade social], assinada por Lucinda Eliott. O site www.ft.com tem 4,5 milhões de usuários registrados e mais de 285.000 assinantes digitais, além de 600.000 usuários pagantes.
O governador Belivaldo Chagas parabenizou todas as equipes envolvidas na realização do programa no estado. “Temos muita alegria ao ver que foi acertada a decisão de aderir ao programa e, ainda mais, por termos sido o estado pioneiro na sua implantação, sendo apontados como referência em todo o país. Já recebemos, inclusive, equipes do Ministério do Desenvolvimento Social, que produziu um documentário sobre o programa em Sergipe. E, como não podia deixar de ser, o Governo de Sergipe reconhece e sente muito orgulho de todos os colaboradores que fazem, na ponta, o Criança Feliz acontecer”, pontuou.
“O Brasil está trabalhando duro para promover o desenvolvimento da primeira infância. Em 2014, um plano de educação de 10 anos de marco foi escrito em lei, que, pela primeira vez, inclui o direito à educação para crianças brasileiras até os três anos de idade”, afirma a matéria. No texto, o FT também descreve os objetivos do Programa e os detalhes da sua execução, que acontece por meio de visitas domiciliares, contando a história de Giovanna Pinto Santos, uma das crianças sergipanas beneficiárias do Bolsa Família, atendidas pelo Criança Feliz em Pacatuba, município pioneiro nacional na implantação.
“Giovanna Pinto Santos, que completará três anos em agosto, brinca com sua coleção de blocos de construção em um piso de azulejos. Ela pega um retângulo e grita: ‘Vermelho, como maçãs!’. Um ano atrás, Giovanna não conseguia reconhecer cores, números ou letras e estava lutando para falar – significativamente atrás de sua faixa etária de desenvolvimento. Em seguida, Giovanna e sua mãe, Regiane, 28, começaram a receber visitas semanais do programa Criança Feliz, em sua casa no estado de Sergipe, no nordeste brasileiro. O programa visa educar os pais sobre a importância da aprendizagem precoce”, relata a reportagem.
Segundo o FT, o aumento do tempo de brincadeira ou interação entre a criança e os membros da família, a conselho dos visitadores do Criança Feliz, foi responsável por um progresso notável. “Ela pode contar, cantar junto com as músicas e ajudar a ler histórias, todo tipo de coisas que seus irmãos não poderiam fazer nesse estágio e que, sem dúvida, a ajudarão quando ela começar a escola no ano que vem”, diz Suzana da Silva, supervisora do Criança Feliz em Pacatuba.
O FT também ressalta a grande adesão dos municípios ao Programa, desde a sua implantação. “O Criança Feliz está crescendo rapidamente. A cada semana, milhares de crianças são trazidas para o programa nacional de visitas domiciliares. Metade dos 5.570 municípios brasileiros já estão envolvidos”, afirma o texto. Em Sergipe, 67 dos 75 municípios já aderiram. Ainda segundo a publicação, desde o lançamento do Criança Feliz, 253 mil crianças vêm sendo atendidas semanal ou quinzenalmente, e cerca de R$ 226 milhões foram investidos, conforme afirma o ministro do Desenvolvimento Social e neurocientista Osmar Terra.
“Os recursos são oriundos dos ministérios da educação, saúde e desenvolvimento social. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) ajudou a projetar a estrutura financeira junto às autoridades locais. O Brasil está seguindo um modelo da ONU usado em 18 outros países chamado “Care for Child Development”, que aborda a ligação entre o desenvolvimento infantil e a melhoria da capacidade de aprendizagem na vida adulta”, detalha a reportagem.
Coordenado em Sergipe pela Secretaria de Estado da Inclusão Social, o Programa Criança Feliz visa ao desenvolvimento integral na primeira infância, a fim de reduzir as desigualdades que crescem junto com as crianças socialmente vulneráveis. Segundo o secretário José Carlos Felizola Filho, o público-alvo em Sergipe chega a 7.500 pessoas, entre gestantes e crianças de 0 a 3 anos do Bolsa Família, e de 0 a 6 anos do Benefício de Prestação Continuada ou afastadas do convívio familiar por medida protetiva. “Outras tantas pessoas foram beneficiadas, porque foram gerados mais de 300 empregos pelo Programa, com contratação de visitadores e supervisores. Já foram atendidos cerca de 6,5 mil lares sergipanos, com a realização de mais de 50 mil visitas pelas nossas equipes. É motivo de muito orgulho para nós”, concluiu.
Da assessoria