Aracaju, 26 de abril de 2024
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DAS 120 CIRURGIAS ORTOPÉDICAS A ESPERA, 40 FORAM REALIZADAS

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Seguindo a determinação do governador Belivaldo Chagas, a nova gestão do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) já está conseguindo diminuir as filas de espera no internamento do Pronto Socorro (PS) da unidade.

De acordo com o superintendente Darcy Tavares, um exemplo são as cirurgias ortopédicas, uma das maiores demandas de atendimento do PS do Huse, originárias, em sua maioria, dos acidentes com motocicletas.

“Quando chegamos aqui, tínhamos uma fila de espera de 120 cirurgias ortopédicas e já conseguimos realizar 40 destas”, expôs o superintendente da unidade.

Darcy Tavares explica que os avanços foram possíveis principalmente a partir de parcerias com outras unidades da rede hospitalar e com a otimização do funcionamento interno do maior hospital público de Sergipe. O Hospital de Cirurgia, por exemplo, entre os dia 02 e 05 deste mês, já recebeu 32 pacientes encaminhados do Huse.

“Agilizamos a capacidade do nosso Centro Cirúrgico e, com isso, já conseguimos um número considerável de cirurgias. O número de cirurgias diárias saiu de cerca de 20 para 27 nesta semana e pretendemos atingir 34 o mais breve possível. Estamos trabalhando para atingir esta meta. Estamos diagnosticando os motivos que levam alguns pacientes a ficarem muito tempo aguardando aqui. Se for um exame, procuramos providenciar mais agilmente. Se precisar da avaliação de um determinado especialista, procuramos agilizar, essas são as ações internas. Além disso,  estamos fazendo uma logística para que o máximo de salas do Centro Cirúrgico passem a funcionar. Também foi fundamental o acordo que fizemos com o Hospital de Cirurgia e a garantia desse apoio pelo governador. O Cirurgia está retornando ao seu pleno funcionamento e vamos aumentar as transferências, por enquanto estamos só incluindo pacientes ortopédicos, mas têm os pacientes cardíacos, que também vamos começar a encaminhar e aumentar esse quantitativo. Afora isso, a gente está contando também com a colaboração dos hospitais de Lagarto e de Itabaiana, que aceitaram a transferência de alguns pacientes ortopédicos. Então com esse conjunto de ações, esperamos que em um prazo curto a gente chegue a um equilíbrio”.

O diretor técnico da unidade hospitalar, Wagner Andrade, informou que as melhorias são gradativas, mas que um termômetro disso é o corredor da catástrofe (área  destinada ao atendimento desta demanda específica, no caso de tragédias envolvendo um grande número de vítimas) que ficou vazio na noite da última sexta-feira, 04. “Inicialmente, tínhamos mais de 30 pessoas esperando neste corredor específico, mas ontem a gente praticamente zerou, hoje voltamos a colocar algumas pessoas ali, pois houve a chegada de novos pacientes. Como dizia o saudoso Dr. Augusto Leite: o hospital é um organismo vivo. Então há essa dinâmica com a entrada e saída dos pacientes. Mas isso já é um grande sinal que as coisas estão mudando, pois até pouco tempo não conseguíamos observar algo assim”.

O superintendente do Huse enfatizou que a meta é chegar a um equilíbrio quanto à resolutividade, para que se possa ter um atendimento mais humanizado. “A gente está trabalhando para chegar a um equilíbrio, porque a quantidade de paciente hoje é maior que a capacidade resolutiva, por isso, há um saldo de pacientes. O que estamos trabalhando, nesta frente, é no sentido que a gente equilibre, não fique esse saldo estacionário que hoje é de cinco a seis pacientes ao dia, o que resulta entre 150 a 180 pacientes represados aqui ao final do mês. A gente está trabalhando para chegar o mais próximo possível do equilíbrio, para que o número que entra seja o mesmo de resoluções, para que não haja esse acúmulo”, disse Darcy Tavares.

No geral, o Huse atende cerca de 400 pessoas diariamente e há aproximadamente 590 pessoas internadas na unidade nos diversos setores, como UTI e internamento. A prioridade, no momento, é a diminuição das filas para pacientes dos leitos de enfermaria, que habitualmente, devido ao excesso da demanda, eventualmente são distribuídos em macas nos corredores. “O que efetivamente a gente está contabilizando é que, no geral, chegam, a cada dia, no Pronto Socorro para internamento, fora as demandas de porta, mais ou menos 17 pacientes, enquanto saem 12 ou 14 e fica um saldo de pacientes estacionados esperando resolução, que são as cirurgias, transferência ou exames. É esse saldo, que a princípio, a gente quer evitar, foi esda a missão que o governador nos deu, de esvaziar o Huse e apresentar um atendimento mais humanizado”.

O lavrador Israel Dantas, 29, de Jeremoabo (Bahia) fraturou o joelho em um jogo de futebol e contou que o atendimento no Huse foi rápido. “Cheguei na quinta-feira, 03, às 14 horas, fui operado na sexta e neste sábado, 05, já estou recebendo alta. Gostei do atendimento, Foi tudo tranquilo”.

Já a auxiliar de limpeza Maria Micheline Alves, 36, moradora de Itabaiana, passou por uma longa espera na unidade, mas devido às mudanças no funcionamento do Huse, conseguiu ser operada e acabar com as dores na região lombar. “Há um tempo estava tendo umas dores na coluna, procurei ajuda em vários lugares, inclusive com médicos particulares, até que um médico do Cirurgia encaminhou para eu ser internada aqui. Há quase um mês aguardava essa cirurgia, que foi realizada na quinta-feira. Percebi, nessa última semana, uma melhora no atendimento, tudo melhor e mais rápido. O corredor onde eu fiquei estava muito cheio e conseguiu ser esvaziado de imediato nesta última semana, muita gente sendo encaminhada para o Cirurgia e para o centro cirúrgico daqui. Todo dia eram quatro ou cinco pessoas sendo encaminhadas. Agora estou bem, a cirurgia foi ótima. Corria o risco de ficar sem movimento na perna esquerda, mas, graças a Deus, tudo ocorreu bem e estou sentindo a minha perna. Sou grata, primeiramente, a Deus e a toda equipe do hospital. A equipe é ótima, educada, atenciosa com os remédios, tudo ótimo, só tenho a agradecer”, garantiu.

Por Eduardo Andrade

Foto: Marcelle Cristine

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