Por David Almeida e Leilane Coelho
Na manhã desta terça-feira (05), a Câmara Municipal de Aracaju (CMA) contou com a presença do Conselho de Segurança dos Bairros América e Novo Paraíso (Conseb) na Tribuna Livre para debater sobre a implantação dos postos de polícia comunitária nas comunidades e das limitações.
O presidente do Conseb, José Airton dos Santos, relatou algumas dificuldades apresentadas pelos policiais militares durante a realização das abordagens e também a fragilidade dos cidadãos daquela comunidade. “A nossa solicitação é para falar principalmente sobre as dificuldades, que não é novidade, mas que precisamos colocar cada vez mais em evidência. As limitações da Polícia Militar de Sergipe, para atender a comunidade, pois quem atende desde o Lamarão até o Bugio, é o 8º Batalhão PM, com apenas quinze viaturas, e sem as viaturas, eles não podem deixar os Postos de policiamento. Muitas vezes os comandantes fazem as rondas a pé, pois a quantidade de viaturas é insuficiente, já os bairros vizinhos, é a 3ª Companhia”.
O presidente do Conseb trouxe ainda situações lamentáveis que aconteceram na comunidade nos últimos anos, que incluem saúde e educação, além de segurança. “Outro dia vi o cabo Amintas falando sobre os combustíveis, geralmente as viaturas são carros 1.6 e/ou 1.8, e há um consumo alto, por ficarem muito tempo parados e por isso acontecem tantas tragédias. Tenho certeza que se no conjunto Orlando Dantas tivesse uma polícia circulando não teria acontecido aquele crime com a sargento da PM. Infelizmente nenhum governo deu atenção à Polícia Comunitária, e as pessoas acham que polícia comunitária é aquela que vai alisar a cabeça e não vai punir, ela tem uma maneira de trabalhar junto às escolas, aos alunos, e jovens que gostam da polícia dificilmente entram no mundo do crime”.
Paradas de ônibus
Na fala do presidente do Conseb, outro assunto falado, foi a falta de sinalização específica para paradas de ônibus no bairro América, segundo ele existe uma dificuldade de orientação para os usuários do transporte coletivo. “Os pontos de ônibus não têm nem a placa, como vamos pegar o ônibus se não tem indicativo? Pedi ao vereador Américo de Deus, protocolei pessoalmente na Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito a instalação de abrigos e placas”.
Aparte
Alguns vereadores se posicionaram sobre o assunto, a exemplo do vereador Zezinho do Bugio (PTB) que aproveitou para alertar os aracajuanos para uma nova modalidade de assalto. “Parabenizar a fala do senhor José Airton, no tocante aos assaltos que tem ocorrido. E aproveitar a oportunidade para alertar a população sobre uma prática, com um veículo de modelo Palio, na cor bege, que param nos semáforos na frente dos outros veículos, e na oportunidade, descem e tomam o veículo que está no atrás.”
O vereador Cabo Amintas (PTB), citou com propriedade de causa o conhecimento sobre o policiamento nas comunidades. “Posso falar porque conheço há 26 anos as ruas de Aracaju, e conheço os trabalhos feitos pelos conselhos nos bairros. A importância da polícia comunitária é mais além do que o povo imagina, e após a implantação da polícia comunitária em um dos bairros tidos como o mais violento, conseguiu quase zerar a violência na localidade. O estreitamento da polícia comunitária naquele bairro é maior do que o compromisso dos vereadores nos bairros. O Getam, faz 9 anos hoje, que foi criado, e atua no combate a violência. A polícia comunitária faz um trabalho preventivo maior que outras unidades, por isso vamos valorizar o compromisso das políticas comunitárias nos bairros.”
“O que esta sendo feito com a retirada da polícia comunitária, é deixar as pessoas à mercê, uma cidade sem segurança, espero que esse ano seja um ano de mudanças na política em um contexto geral, que tenhamos gestores que façam trabalhos voltados para a segurança. Hoje as pessoas saem de casa sem saber se vão voltar vivas, porque pode acontecer assaltos em qualquer lugar, a culpa é dos gestores de plantão, adianta vir equipamento se não há uma gestão séria? Ficamos tristes em ver o estado de Sergipe como destaque nacional sempre com coisas ruins, nosso estado é pequeno e se continuar com uma política pequena vai continuar dessa forma”, aproveitou a feita para discorrer sobre o atual cenário da segurança em Sergipe, o vereador Lucas Aribé (PSB).
A parlamentar Emília Corrêa (Patriota) citou as ações que precisam ser feitas para efetivar um trabalho mais ágil. “Essa situação é tão obvia, de direito das comunidades, tem uma função tão boa, que reconhece o trabalho da comunidade e acelera o trabalho da polícia. O que falta é boa vontade, comprometimento, nos não temos segurança, temos irresponsabilidade dos órgãos públicos, segurança é dever do estado, assim é responsabilidade de todos. E o poder principal não esta nem aí, ficam todos desamparados. Precisamos ter um Poder Executivo responsável, lamento que temos um Executivo que só quer manter o poder”.
“Quero parabenizar a presença do senhor Airton, do conselho de segurança, e a todos que fazem os diversos conselhos, vocês são heróis da comunidade, fazem uma intermediação entre a polícia comunitária e a população, a comunidade sente mais segura com a atuação favorável, é um papel de prevenção e ostentação. Relevante trabalho que fazem o conselho de segurança”, parabenizou o vereador Américo de Deus (Rede.).
Foto César de Oliveira