Por: Iracema Corso

Confiança, união e entrosamento dos membros da diretoria formam a base da atuação sindical e pré-requisito pra qualquer conquista do sindicato. A orientação de Elias Soares, diretor da Confederação Nacional do Ramo Químico (CNRQ), aconteceu durante o Curso de Formação Sindical para a nova diretoria do SINDIMINA/SE (Sindicato dos Trabalhadores de Prospecção, Pesquisa, Extração e Beneficiamento de Minérios e Trabalhadores Portuários), realizado na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE), entre os dias 5 á 7 de junho, através de uma parceria entre Fiten, CUT, CNRQ e SINDIMINA.

Atualmente o SINDIMINA representa mais de 1.100 trabalhadores em Sergipe, além de aproximadamente 500 trabalhadores nos Estados de Pernambuco, Alagoas e Piauí.

Domingos Sávio Rosa Cruz, diretor de Formação Sindical do SINDIMINA, que participa da luta sindical há 18 anos, explicou que a formação é imprescindível para a nova diretoria à frente do SINDIMINA (2018-2022). “A política de formação sindical do SINDIMINA se intensificou a partir de 2012. Desde então, toda nova diretoria participa do curso de formação. Nosso objetivo é preparar os diretores em termos de história da luta e política sindical. São os diretores que lidam diretamente com a base e precisam estar preparados para formular respostas e soluções construídas coletivamente. Não estamos alcançando ainda o resultado que queremos, estamos reforçando a formação para buscar nova estratégia e melhorar o resultado da luta sindical”.

Admilson Lima Ramos, Diretor sindical de Comunicação e Delegado da CUT, avaliou as mudanças na conjuntura política desde o último curso de formação realizado pelo SINDIMINA, há quatro anos. “Tudo mudou após a Reforma Trabalhista. Com muito diálogo, conseguimos mudar a opinião de trabalhadores de que ‘o sindicato não os representa mais’. Hoje muitos entendem que só através da união conseguimos defender os nossos direitos e também perceberam a importância da atuação do sindicato nesta luta”.

DEMISSÕES

Segundo Admilson Lima, depois da chegada da Empresa Mosaic Fertilizantes em janeiro de 2018 mais de 90 trabalhadores foram demitidos de uma só vez no mês de Março depois da compra da Vale Fertilizantes. “A partir do dia 9 de janeiro, a vida dos trabalhadores ficou mais conturbada. A história de luta do SINDIMINA foi importante. Construímos uma paralisação forte em Março e conseguimos frear as demissões. Mas no mês seguinte a empresa americana continuou demitindo trabalhadores de forma fracionada”, alertou.

ACIDENTE

Admilson Lima relatou o acidente material que aconteceu há 10 dias no poço 2 de Rosário do Catete. “Graças a Deus nenhuma pessoa ficou ferida. Uma peça estava sendo suspensa do poço e parte dela enganchou e caiu provocando danos materiais. Os trabalhadores receberam 10 dias de antecipação de férias, até que tudo seja consertado. Entendo que este acontecimento mostra um pouco dos riscos que o trabalhador enfrenta diariamente. Imagine este trabalhador viver pressionado também pelo risco eminente de demissão. É enlouquecedor, precisamos conquistar a estabilidade para os trabalhadores da Mosaic Fertilizantes que diariamente colocam suas vidas em risco no desempenho de sua jornada”, destacou o dirigente, também secretário de Saúde e Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidentes da CUT/SE.

Foto assessoria