Por professor Carlos Alexandre N. Aragão
O Ensino Médio Integral (EMI) em Sergipe vem, desde sua implantação, sofrendo algumas retaliações por parte dos professores, estudantes, pais e SEED. No início, a comunidade escolar reclamava por conta das escolas não disporem de uma infraestrutura adequada, redução de matrículas, remanejamento de professores e das promessas fantasiosas (construção de quadra, vestiário, refeitório, biblioteca, material para laboratório de ciência e informática e o não remanejamento de professores) por parte da equipe de implantação.
Hoje, as reclamações de outrora permanecem sendo acrescidas da falta de professores, como é o caso do Centro de Excelência 28 de Janeiro em Monte Alegre de Sergipe que desde o dia 09/04/18, início do ano letivo 2018, duas turmas das 1ª séries não têm professor de Matemática e as cinco turmas do EMI não têm professor de Artes. Além disso, há a problemática do transporte escolar, pois muitos alunos estão frequentando as aulas em turnos e dias alternados por custearem suas passagens, sabendo que é dever do estado disponibilizar transporte escolar. O caso irá se agravar quando a rede municipal sair de recesso a partir do dia 22/06/18, mas o NGETI busca alinhar o Calendário Letivo das EMI sem respeitar as peculiaridades locais como preconiza a LDB 9394/96. Outro ponto de reivindicação por parte dos estudantes é a alimentação com cardápio variado, mas o que se percebe é uma redução na quantidade dos alimentos, forçando algumas escolas integrais a suspenderem as aulas do turno vespertino.
Todos esses pontos já foram apresentados pela comunidade escolar do C.E.28 de Janeiro ao governador do estado, Belivaldo Chagas, quando visitava o município de Monte Alegre de Sergipe no dia 15 de maio de 2018. Neste dia, os estudantes e professores organizaram um ato chamando a atenção do gestor estadual para as problemáticas do Centro. O governador ouviu os anseios e afirmou que tomaria as providências, mas até o momento a única providência tomada foi a posse da nova diretora.
O superintendente da SEED, Everton Siqueira, trouxe os engenheiros para construírem a planta de reforma do centro junto à comunidade escolar que foi aprovada por todos naterça-feira, 12/06/18, porém a falta de professores, transporte escolar e alimentação escolar são fantasmas que rondam a referida escola. Sabemos que a reforma passará por um tramite burocrático devido às licitações, mas temos esperança que se concretize.
A concretização do EMI em Sergipe deve-se ao esforço dos professores que vestiram a camisa desta seleção, driblam no dia a dia a ausência efetiva das ações da SEED e sempre levam boladas desta quando pensa que os professore do EMI têm uma carga horária ociosa e é preciso preenchê-la. Esperamos que os anseios sejam sanados e tenhamos um espaço digno para o ato de ensino aprendizagem ocorrer e os profissionais que trabalham neste modelo sejam respeitados e ouvidos antes das decisões tomadas incoerentemente.