Aracaju, 25 de abril de 2024
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Consumo de carne sem inspeção pode transmitir cisticercose, alerta veterinária

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Consumir carne de origem duvidosa pode trazer sérios riscos para a saúde humana. Quem faz o alerta é a médica veterinária Juliana Mota, que aponta a cisticercose como uma das doenças mais perigosas adquiridas pelas pessoas através do consumo de carne sem inspeção. As complicações variam desde uma infecção intestinal, podendo chegar a uma convulsão e até a morte.

O homem é o principal disseminador da doença. Quando o gado consome água ou se alimenta de um pasto contaminado por fezes de pessoas portadoras do verme, há a liberação da larva que irá se instalar nos músculos dos animais. Quando as pessoas ingerem carne bovina com cisticerco, não inspecionada, pode se contaminar, a larva irá evoluir a verme adulto, ou seja, o homem irá adquirir teníase, fechando assim o ciclo de vida do parasita.

Segundo a médica veterinária, o controle deve ser rigoroso. “A cisticercose é a fase larvar do ciclo de vida da Taenia saginata. É uma das doenças que mais afetam a produção de carne no Brasil. É uma zoonose que tem como hospedeiros intermediários os bovinos e os suínos. Os cistos são identificados no exame pós morte pela equipe de inspeção e a carcaça contaminada deve ser eliminada”, avaliou.

Juliana lembra que o Brasil é o quinto maior consumidor de carne bovina do mundo e o segundo em rebanho e em produção, com 9,29 milhões de toneladas. Por ter uma alta produção de carne, todo o cuidado durante o processamento é fundamental para evitar a contaminação da população. “A cisticercose só pode ser detectada após o abate, em frigoríficos regulamentados, no momento em que os órgãos dos animais são inspecionados”, comentou.

A população precisa ficar atenta aos cuidados para não adquirir uma carne contaminada com cisticercose. A primeira medida é saber a origem da carne, se é procedente de um estabelecimento com registro e selo de inspeção. O combate ao abate clandestino (não inspecionado) também  tem importância, uma vez que reduz as chances do homem ingerir carne bovina infectada.

Por André Carvalho

Foto assessoria

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