A apneia, doença que desordena os movimentos respiratórios, é considerada como um dos principais distúrbios do sono. É caracterizada pela obstrução parcial ou até mesmo total das vias aéreas enquanto o paciente dorme, em que a apneia ou hipopneia ocorre (apneia é a interrupção completa do fluxo de ar, enquanto a hipopneia é a redução do fluxo em até 50%).
Tanto os problemas na respiração quanto o sono pouco revigorante experimentados pelos portadores da síndrome causam alterações na qualidade de vida e na saúde.
Como detectar a apneia e qual o tratamento indicado?
Entre os principais sintomas estão o ronco, as pausas respiratórias (que normalmente são vistas por pessoas que dividem o mesmo quarto), sonolência excessiva durante o dia, além de despertar durante a noite com sensação de asfixia.
O diagnóstico da apneia é feito por meio da polissonografia, exame que detecta o índice de distúrbio respiratório. Este índice quantifica todos os movimentos respiratórios ocorridos durante o sono, e serve para determinar qual a gravidade da apneia. Entre 5-15 é considerado leve, entre 15-30 moderado, e acima de 30 sinaliza-se como grave.
A falta de diagnóstico correto pode ocasionar problemas de saúde graves, ocasionando até mesmo o óbito em casos mais extremos. Aumento de risco de doenças cardíacas, diabetes, resistência insulínica, acidente vascular cerebral, ansiedade e depressão são alguns dos efeitos colaterais possíveis caso não haja tratamento adequado para a síndrome. Pacientes com apneia grave também têm o risco de morte elevado.
Entre os tratamentos possíveis, um dos mais indicados atualmente é o CPAP (Continuous Positive Airway Pressure). Este pequeno aparelho, formado por um silencioso compressor de ar e uma máscara, que é ajustada na face do paciente antes do sono, envia pressão de ar contínua nas vias aéreas, prevenindo a obstrução da garganta. Isso devolve ao paciente a qualidade do sono e afasta os riscos oferecidos pelo distúrbio.
Além do CPAP, outros tratamentos também podem ser necessários, em conjunto ou não. Para casos específicos, alguns procedimentos cirúrgicos como a faringoplastia e a uvulopalatofaringoplastia podem ser indicados, bem como a cirurgia ortognática na correção de deformidades da face que podem influenciar na apneia.
Por Aline Matos
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