Aracaju, 12 de maio de 2024
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Farmacêutico alerta para riscos da automedicação

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Especialista adverte que ingerir medicamentos sem indicação médica pode levar paciente à morte

Durante o curso da UNINASSAU esse é um tema fortemente abordado

Por: Suzy Guimarães

“A automedicação pode matar. O uso inadequado de medicamentos é a principal causa de intoxicação humana, com mais de 20 mil casos relatados por ano. O uso inadequado de medicamentos pode ainda piorar do quadro clínico dos pacientes ao invés de tratar a doença”, alerta o especialista Ítalo Moreira, coordenador dos cursos de Farmácia e Biomedicina da Faculdade UNINASSAU Aracaju.

Um exemplo clássico de automedicação é o abuso de antibióticos, quando o consumo descontrolado destes medicamentos tem sido associado ao aumento da resistência microbiana, cada vez mais comum e se tornado um grave problema de saúde pública. Ítalo observa que o uso indevido de fármacos pela população é um problema cultural e recorrente do Brasil. “Esse ato equivocado causa sérios danos à saúde dos usuários e ao sistema de saúde como um todo. Isto se deve ao fato histórico do ser humano buscar, principalmente entre as plantas, a cura de doenças”, observa o professor.

Ele explica que medicamentos considerados “inofensivos”, mas usados de maneira irracional, podem trazer consequências como resistência bacteriana, reações de hipersensibilidade, dependência, e, inclusive, aumentar o risco para as neoplasias. “Além disso, o alívio momentâneo dos sintomas pode “mascarar” a doença de base, que passa despercebida e pode, assim, progredir”, observa Ítalo Moreira.

O profissional, que atua na coordenação dos cursos de Farmácia e Biomedicina da UNINASSAU, atenta que durante o curso esse é um tema fortemente abordado. Além disso, a graduação oferece ao aluno a oportunidade de entender qual é a real função da carreira escolhida. “Ingerir medicação sem antes passar pelo profissional de saúde é um grande risco. Sempre alerto meus alunos para que, quando forem profissionais, saibam orientar as pessoas”, ressalta ítalo.

Descarte consciente

Descartar medicamentos exige cuidados. Ítalo Moreira alerta ainda para o risco de fazer o descarte de medicamentos em lixo comum. “Não é correto descartar medicamentos junto aos demais resíduos da casa. Além de ser um risco enorme, tanto para a saúde como para o meio ambiente, os medicamentos contêm produtos químicos que contaminam o solo, a água, os animais e os alimentos produzidos, retornando assim para nossas casas”, adverte.

“Infelizmente, apesar de sério, o assunto ainda não é tratado com a atenção devida. Farmácias e Drogarias são orientadas a receberem medicamentos vencidos ou em desuso, mas isto ainda não é um hábito da maioria da população e muito menos cobrado à risca pelos órgãos responsáveis”, lamenta o Farmacêutico. Ele diz que o serviço de coleta de medicamentos vencidos ou em desuso é oferecido como um diferencial entre as farmácias. “Em locais onde não há esse serviço, orienta-se a entrega nos setores de Vigilância Sanitária do município”, orientou o professor.

 

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