Aracaju, 26 de abril de 2024
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SES e Cirurgia explicam cogestão e a retomada dos serviços para a população

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A Secretaria de Estado da Saúde (SES) e o Hospital de Cirurgia (HC) reuniram a imprensa nesta quinta-feira, 30, para expor os motivos que levaram o Governo do Estado a tornar-se cogestor daquela unidade hospitalar e apresentar os primeiros resultados desta nova forma de administração.

A coletiva de imprensa aconteceu no auditório do Hospital de Cirurgia e contou com a participação do diretor-presidente do Cirurgia, Dr. Milton Santana; a diretora Administrativo-Financeira, Márcia Guimarães; o secretário de Estado da Saúde, Dr. Valberto de Oliveira; o coordenador da Unidade Cardiotorácica, Dr. Fábio Serra; os cirurgiões cardíacos, Dr. Marcos Ramos e Dr. Endrigo Rodrigues; o diretor clínico e coordenador da Neurocirurgia, Dr. Rilton Morais; o diretor técnico, Dr. Reginaldo Freitas e a coordenadora de Enfermagem, Enf. Mirella Dornelas.

Na oportunidade, o presidente do HC, Milton Santana, relatou como foi construído o processo de cogestão. Segundo ele, há cerca de um mês, movido pelas dificuldades que a unidade hospitalar estava encontrando para manter os serviços de alta complexidade, procurou o secretário Valberto de Oliveira para pedir ajuda.

“Fui ao secretário de Saúde portando um documento que reunia a situação dos setores de Urologia, Vascular e Neurologia, e apresentava as condições de que nós precisávamos para resolver os entraves. As cirurgias cardíacas já estavam paradas e as dos outros três setores prestes a parar devido às condições. De imediato, o Secretário pediu que reuníssemos os chefes de equipes de especialidades para uma discussão com a sua equipe técnica. Naquele momento, passei a situação real do hospital, do subfinanciamento do SUS e até que ponto o hospital estava financeiramente comprometido. Propus que o Estado aportasse mais recursos para que o Cirurgia pudesse voltar a funcionar em sua plenitude”, disse.

A proposta foi acolhida pela Secretaria de Estado da Saúde, mas como disse Valberto de Oliveira, durante a coletiva, o maior problema para viabilizá-la era descobrir de que forma a SES poderia alocar mais recursos à unidade hospitalar, sem ferir o contrato de prestação de serviços pré-estabelecido. Segundo ele, a solução veio da Procuradoria Geral do Estado, que apontou como uma alternativa legal a implantação da cogestão, ou seja, o Hospital de Cirurgia passaria a ter um representante do governo do Estado gerenciando administrativa e financeiramente a unidade hospitalar.

“É importante que se ressalte que o doutor Milton Santana e o conselho deliberativo do hospital não se opuseram em momento nenhum. Eles receberam a proposta com muita alegria. É bom que fique bem claro que isso aqui não é uma intervenção, mas uma fase de cogestão muito harmoniosa. Tivemos a primeira cirurgia cardíaca após a paralisação do serviço por mais de dois meses, fazendo a fila a começar a andar, com a previsão de 40 cirurgias dessa especialidade por mês. No entanto, a importância não é só na oferta de serviços. O Hospital de Cirurgia é um formador de médicos especialistas, por meio do Serviço de Residência Médica que estava prestes a deixar de existir”, destacou o secretário Valberto de Oliveira.

Nova diretora

A nova diretoria-administrativa do Hospital de Cirurgia, Márcia Guimarães, explicou qual a é sua missão desde que assumiu o cargo de diretora Administrativo-Financeira da unidade hospitalar, na quarta-feira, 22. “Fui convidada para o cargo com a tarefa de dar maior transparência à aplicação dos recursos públicos e garantir a assistência à população no que diz respeito aos procedimentos contratualizados pela Secretaria de Estado da Saúde”, disse ela.

Guimarães informou, ainda, que as primeiras ações realizadas por ela foi reunir-se com as equipes da Cardiologia, Vascular, Urologia e Neurologia. ”Em todas as conversas o que a gente via era que o retorno da assistência dependia de duas condições: a melhoria das condições de trabalho e o pagamento do passivo dos médicos. Então pactuamos a retomada dos serviços dentro do que era possível neste primeiro momento. O resultado é a volta dos procedimentos cirúrgicos”, comemorou a Diretora, informando que antes da sua chegada as cirurgias cardíacas e vasculares estavam paradas e os procedimentos de neurologia e urologia aconteciam minimamente.

“Eu tenho cumprido, na medida do possível, todos os passos que programei para os primeiros oito dias e acreditamos que na próxima semana tenhamos um volume maior e mais estável de cirurgias”, declarou Márcia Guimarães, acrescentando que sua ida para a direção do Cirurgia tem o objetivo de fazer o hospital dar certo e cumprir aquilo para o qual foi fundado em 1926 por doutor Augusto Leite, que é fazer assistência às pessoas que dele precisam.

Condições de trabalho

O chefe da Cardiologia do Hospital de Cirurgia, Marcos Ramos, explicou os motivos que fizeram o setor parar. “O que nós queríamos era condições de trabalho e uma negociação do passivo que o hospital tem para com os médicos. Noventa por cento destes dois pontos foi resolvido, com a negociação da dívida e a retomada das condições de trabalho”, destacou o médico, acrescentando que o ambulatório cardiológico, que estava parado, foi reativado, enquanto os médicos foram reagregados e os exames como Eco e Eletro serão retomados a partir da próxima semana.

O diretor Clínico, neurocirurgião Hilton Moraes, presente à coletiva, falou sobre a angústia vivida pelos profissionais com a paralisação dos serviços. “Represento o corpo clínico dos médicos deste hospital e temos envidado esforços para que possamos resolver os problemas da unidade. Nó somos as pessoas que estão juntas dos pacientes que esperam há muito tempo pelas cirurgias e nós sabemos o que a demora na assistência pode causar-lhes. Por isso o pleito do corpo clínico sempre foi o de fazer retornar os serviços com qualidade, porque não iríamos colocar a vida do paciente em risco”, disse.

SES

Foto: Flávia Pacheco

 

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