Aracaju, 26 de abril de 2024
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Infância saudável: Especialista fala sobre os desafios de viver uma infância plena

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É no mês de agosto que é celebrado o Dia Mundial da Infância, data instituída pela Unicef com o intuito de promover reflexões ao redor do mundo sobre a situação da vida das crianças. No Brasil, mesmo com a existência do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), criado em 1990, esse público tem seus direitos violados constantemente. O psicólogo do Hapvida, Vitor Matos, explica o que se entende por uma infância saudável.

“A infância pode ser considerada saudável quando há uma atenção inclusiva dos pais no seu processo de desenvolvimento. Os mesmos devem estar de acordo para definir a educação que será passada para a criança, exercendo seus papéis de forma harmoniosa e cuidadosa, estabelecendo limites para os comportamentos que podem prejudicá-la no futuro”, esclarece. O especialista aponta para a importância de dar atenção a alguns sinais que podem alertar que a criança está sendo vítima de alguma violência, como o choro excessivo ou até mesmo a irritabilidade.

Segundo o psicólogo, a timidez excessiva, isolamento, medo de ficar só em um ambiente qualquer, urinar na cama à noite e mau humor, são comportamentos que podem ser desencadeados por problemas relacionados à violência, exploração e a negação de direitos. “A separação dos pais é um dos fatores que mais estão articulados, no qual a criança tem dificuldade de adaptação com a ausência de uma das figuras e podem passar por situações geradoras de estresse como a alienação parental, quem ficará com a guarda do mesmo, mudança de rotina (às vezes, de casa, escola). A briga dos pais também pode influenciar nas suas condutas e gerar agressividade, pois o filho é o espelho dos pais, no qual pode ser repetido em outros ambientes devido ao mesmo acreditar que é o certo, caso não faça a sua vontade, fortalecendo a sua autoridade e desrespeito às regras”, reforça Vitor Matos.

Sobre o uso da tecnologia, o profissional coloca que é preciso que a criança já tenha uma certa maturidade para ter esse acesso, e para isso, os pais devem estabelecer limites, como horário, dias, vigiar, demonstrar como funciona e bloquear sites e vídeos. “É importante que, quando os pais estiverem com seus filhos, evitem usar o celular enquanto a criança quer sair ou se divertir, pois isso gera muita ansiedade, sentimento de desprezo, além de prejudicar a aprendizagem e o desenvolvimento do seu papel enquanto pai ou mãe. Tudo em excesso traz prejuízo físico e/ou psicológico. No caso das crianças, pode gerar aumento de peso, déficit de atenção, impulsividade, insônia, dependência, isolamento entre outros”, destaca.

A criação de hábitos saudáveis estabelecidos pela família são essenciais para a existência de uma infância plena. O especialista ressalta que os pais devem ser os exemplos dos filhos, além de estarem abertos à mudanças e aceitarem as dificuldades apresentadas por eles.

“Hábitos de leitura, estabelecer o diálogo com os filhos, promover o bem-estar em casa como brincadeiras, evitar discussões na frente dos filhos, não levar os filhos em lugares inapropriados, horários para dormir entre outros, contribuem de forma positiva para a sua educação. Acompanhá-los nas atividades escolares, procurar ajuda profissional quando estiver com dificuldade de lidar com os comportamentos citados, auxiliam para a construção da sua identidade e fortalecem, em um processo criativo e espontâneo e na sua adaptação aos diversos contextos sociais”, orienta Vitor Matos.

Fonte e foto D Comunicação

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