Escolas estaduais da capital e do interior se destacaram no Ideb
Por Ítalo Marcos
A educação do Estado de Sergipe alcançou resultados históricos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2017. Ao analisar os anos iniciais (1º ao 5º ano), Sergipe saiu da 24ª posição (2015), passando para a 21ª em 2017. Nos anos finais do ensino fundamental (6º ano 9º ano), Sergipe também deu um salto de cinco pontos em relação a 2015. A posição anterior era 27º, enquanto que em 2017 foi 22º colocação. A mesma curva de crescimento foi verificada no Ensino Médio, quando em 2015 Sergipe estava em 27º lugar, e em 2017 ficou na 22ª colocação.
“Tivemos evolução em todos os indicadores e atingimos a meta para as séries iniciais do ensino fundamental. Isso se deve à aplicação coerente de políticas de longo prazo, as quais vêm apresentando resultados agora”, disse Josué Modesto dos Passos, secretário de Estado da Educação.
De acordo com o gestor da Seed, é preciso persistir nas políticas que deram certo. “Vários projetos têm sido desenvolvidos nas escolas. Queremos generalizar as boas ideias, chamar os colégios que tiveram os melhores êxitos para compartilhar com as equipes pedagógicas e diretivas de outras unidades que não alcançaram êxitos tão expressivos, para trocar experiências e conhecimento. Agora, com uma política importante de formatação de currículos, esperamos também outro feito, que é a padronização dos calendários escolares para assegurar aos nossos estudantes a efetividade do nosso calendário e a efetividade da oferta dos conteúdos. Estamos também propondo um mecanismo mais ágil para a contratação de professores substitutos, porque surgem lacunas na oferta de disciplinas.
Mesmo tendo professor efetivo na rede, eles, eventualmente, se afastam por várias razões administrativas, de saúde ou para capacitação, e no momento nós não temos esse mecanismo flexível para disponibilizar professor em tempo hábil, o que termina propiciando algumas lacunas na formação”, enumerou o secretário.
Persistir com os acertos
O professor Josué Modesto explicou ainda que o caminho traçado na política estadual de educação mostrou que apresenta resultados, mas é preciso fazer mais. “Além de melhorar a qualificação dos nossos professores, que já têm uma qualificação inicial muito boa, mas precisam de um processo contínuo de requalificação, é importante o acompanhamento pedagogicamente. Por exemplo, o Ideb é um indicador precioso, porém nos é fornecido com uma defasagem muito grande.
Estamos debruçados agora sobre os resultados de 2017, porém já estamos em 2018, projetando estratégias para melhorar o desempenho para 2019. Então é necessário também termos mecanismos estaduais de acompanhamento, para percebermos o mais rápido possível onde a educação não está atingindo sua meta, que é a educação para todos”.
Realizado de dois em dois anos, o Ideb é um indicador que relaciona o desempenho dos alunos com dados de fluxo escolar, verificados a partir do Censo Escolar.
A média do Ideb é uma junção do Indicador de Rendimento, ou seja, taxa de aprovação por ano, e da Nota Média Padronizada, a nota da Prova Brasil nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática
Escolas em destaques
Muitas escolas da rede estadual de ensino tiveram crescimento na avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Em Aracaju, nos anos iniciais do ensino fundamental, o destaque foi a Escola Euvaldo Diniz Gonçalves, com a pontuação 6,3. Em seguida vieram a Escola Estadual São Cristóvão (6,1), Instituto Santa Terezinha (5,8) e Escola Estadual Augusto Maynard (5,8). Já nos anos finais do ensino fundamental, as melhores classificadas foram a Escola Estadual Valnir Chagas (5,2), Colégio Estadual Tobias Barreto (4,9) e Colégio Estadual Leonor Teles de Menezes (4,6).
No ensino médio, os destaques ficaram com o Colégio Estadual Jugurta Barreto de Lima (4,2), Colégio Estadual Tobias Barreto (4,2), Colégio Estadual Ofenísia Soares Freire (4,1), Colégio Estadual Jackson de Figueiredo (3,9) e Colégio Estadual Gonçalo Rollemberg Leite (3,9).
Nos municípios do interior, a melhor colocação nos anos iniciais ficou com a Escola Estadual Nossa Senhora da Piedade, de Lagarto, com a pontuação 6,8. Já nos anos finais, a Escola Estadual Epifânio Dórea, em Poço Verde, alcançou a maior pontuação (4,8). E no ensino médio o destaque ficou por conta do Colégio Estadual Emiliano Ribeiro, em São Domingos, com pontuação 4,4.
A diretora do Colégio Estadual Tobias Barreto, Maria Janaína Marques da Silva, comemorou o avanço do Ideb em sua unidade de ensino, que saltou de 3,3 para 4,9. “Assumi a direção há dois meses, então credito o mérito dessa conquista à ex-diretora, Carla Surama, que fez todo um trabalho junto aos professores, com projetos pedagógicos, acompanhamento de perto das necessidades dos alunos, e assim conseguimos alcançar esse índice. Fiquei muito feliz com esse resultado”, disse ela, explicando que a escola promove projetos pedagógicos diferenciados que ajudam a melhorar os índices educacionais.
De acordo com Joniely Cheyenne, chefe do Serviço de Educação do Ensino Médio, são diversos os fatores que levam as unidades de ensino a alavancarem as suas colocações no Ideb. “São ações simples, como um planejamento, uma proposta pedagógica consolidada, uma gestão compartilhada. Os professores entendem a proposta pedagógica da escola. Isso são coisas que fazem toda a diferença”, disse.
Ela explicou ainda que o objetivo dessa pontuação no Ideb não é fazer um ranking entre as escolas, mas levar as redes de ensino a construírem uma cultura de utilização das evidências educacionais, tanto na formulação de políticas públicas, como nas intervenções pedagógicas que possam ser efetuadas. “O objetivo não é criar um ranking das escolas, mas fazer com que as pessoas comecem a se apropriar dessa cultura de uma avaliação para tomada de decisões. O Ideb é o olhar externo que se soma ao olhar interno que as escolas já fazem, para os gestores terem um diagnóstico de como está a educação da sua rede e repensar as suas políticas públicas”, afirmou.