Aracaju, 23 de abril de 2024
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Geneticista alerta sobre importância do ácido fólico para gestantes

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A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), gerenciada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) registrou de janeiro a julho deste ano o nascimento de 3.481 bebês, uma média de 477 por mês. A estatística ainda aponta que nesse período, foram registrados 102 casos de bebês que nasceram com má-formação. Destes, 37 do sexo masculino, 62 do sexo feminino e três bebês com sexo indefinido. As estatísticas oficiais da instituição, em torno de 3% a 5% dos bebês que nascem terão algum tipo de má formação congênita desde a mais grave, que implica em risco de morte, até a mais simples como um membro com anomalia.

Uma dessas doenças é a Anencefalia que é uma má formação do sistema nervoso central e o defeito acontece antes de terminar o primeiro mês da gestação. O médico geneticista Emerson Santana explica que é uma condição na qual o bebê nasce com o cérebro subdesenvolvido e sem a calota craniana.

“Ocorre por conta de uma má-formação do tubo neural, um defeito que tem vários fatores de risco, por exemplo, mais comum em mulheres diabéticas, bem como as que tomam remédios anticonvulsivantes, além das que têm epilepsia e fazem uso de certos medicamentos. As mulheres que têm alimentação ruim também fazem parte do quadro porque está relacionado a uma deficiência de uma vitamina no sangue da mãe, chamada ácido fólico”, disse o médico.

Emerson alerta que as mulheres com desejo de engravidar, antes de planejar devem começar a tomar o ácido fólico antes da gravidez porque quando elas descobrem que estão grávidas já estão na quinta para sexta semana e  o defeito acontece na quarta semana. “Não é aconselhável tomar o ácido somente depois que se está grávida. O ideal é planejar a gravidez e começar a tomar três meses antes de engravidar. É um medicamento barato e previne a má-formação”, atentou o especialista.

Ele ressaltou que trabalhos estão mostrando a importância do ácido fólico. “As farinhas de trigo já são enriquecidas com ácido fólico, o que ajudou a diminuir bastante a frequência e houve uma queda na incidência da anencefalia. A Anencefalia  é um defeito no tubo neural que deveria dar origem ao tronco encefálico e ao encéfalo. Essas crianças normalmente podem vir com cérebro atrofiado e só têm o tronco cerebral que é responsável pela respiração e os batimentos do coração”, informou Emerson.

Ainda de acordo com o especialista, um bebê, mesmo nascendo vivo, morre poucas horas do nascimento.  “São raros os bebês que conseguem viver por mais de um ano, são bebês que levam uma vida vegetativa e  se ela tiver só o tronco cerebral, só têm o coração batendo e os órgãos”, disse o especialista

Ele explicou que ao longo do tempo, essa placa vai criando rugas e começa a se dobrar, juntando os dois lados, formando um cilindro. Este cilindro é chamado de tubo neural e é a partir dele que se formam os hemisférios cerebrais que dão origem ao cérebro como conhecemos.” A ciência ainda não é capaz de explicar por que essa má-formação acontece. Vários especialistas acreditam que se trata de uma condição multifatorial, na qual questões genéticas, ambientais, sazonais e até mesmo geográficas têm influência”, esclareceu.

O médico comentou que as mães diabéticas têm seis vezes mais probabilidade de gestar um bebê anencefálico. A incidência de anencefalia é maior em bebês de mães muito jovens ou de idade mais avançada. Informou que geralmente, o diagnóstico é feito ainda em período pré-natal, através do exame de ultrassom a partir das 12 semanas de gestação. Esse exame faz parte da rotina pré-natal e revela imagens do desenvolvimento do bebê ao longo da gravidez.

Fonte e foto SES

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