Aracaju, 28 de março de 2024

‘Assédio’: elenco e equipe se reúnem para apresentar primeiro episódio da minissérie. A diretora artística Amora Mautner e a autora Maria Camargo comentam a trama

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Falta pouco para a estreia! Nesta segunda, 17/9, a minissérie Assédio é apresentada em uma cabine para imprensa e convidados. A equipe da trama assiste ao primeiro dos dez episódios da minissérie que estreia 21/9 no Globoplay, exclusivo para assinantes, e não deixa de comentar os principais temas da história.

Diretora artística da minissérie, Amora Mautner aproveitou para agradecer pela parceria com autora e elenco.

“Saio dessa série aprendendo muito com o elenco. O tom do texto é unificado, e espero que toque fundo neste momento”.

A diretora também comentou a fotografia da trama. “A Rafaela Leite me ajudou muito a desenhar essa fotografia que enclausura. Tudo foi pensado do ponto de vista da forma. A fotografia foi pensada para essa atmosfera que elas estavam enclausuradas”.

Já Maria Camargo, autora da minissérie, além da emoção de trabalhar com o grupo, destaca a sua motivação. “As vítimas reais deram uma reviravolta e conseguiram fazer justiça. Achei que era uma história que tinha valor simbólico muito grande. Não é nossa intenção fazer um documentário. Nós partimos da vida real, mas o ponto final é ficção”, diz ela, que teve um livro-reportagem como inspiração.

Antonio Calloni, que vive Roger Sadala na história de ficção livremente inspirada na vida de Roger Abdelmassih, fala sobre o desafio e a importância de fazer este papel.

“Personagem fascinante. Tema muito pesado, árduo, mas que tem que ser debatido”.

“O assunto está em voga há muito tempo. Nao há desculpa para nenhum tipo de assédio, mas não é fácil essa fronteira. O cara não sabe, às vezes (os limites do assédio), mas tem que saber.”

Carolina, personagem de Paolla Oliveira, se envolve com Roger e acaba se tornando sua amante e futura esposa. Neste papel, a atriz avalia a complexidade da situação e resume do que, na sua opinião, trata-se a minissérie: “Não é sobre sexo, fetiche, é sobre dor”.

“Estar no quadro oposto das vítimas é muito complicado. Tenho de me apaixonar pelo monstro. Você vai entrando num universo que você quer sair, de tão tenso que é”.

Sobre o processo para que a personagem amasse um homem como Roger, a atriz explicou: “Precisamos sentir o que a personagem tem de passar por mais difícil que seja”.

Na história, Jéssica Ellen dá vida a Daiane, recepcionista da Clínica de Roger Sadala, que, ao ser assediada pelo médico, quebra o silêncio e resolve denunciá-lo, juntando-se ao grupo de vítimas. A atriz comenta quão importante é falar sobre o tema. “Eu me sinto com uma responsabilidade muito grande para tratar um assunto que é muito urgente. Que bom que a gente está falando sobre isso. Falar das nossas dores e das dores das nossas companheiras”.

Emocionada com a exibição do primeiro episódio, Jéssica relembra quando recebeu o convite. “Eu tinha acabado de sair do resguardo do candomblé. Eu estava plena e, quando recebi o roteiro, sonhava, tinha pesadelos. Eu levo meu trabalho de uma forma muito responsável. Quando a Daiane sofre o assédio e depois vai pensar a violência que ela sofreu, eu, como mulher negra, penso que minhas ancestrais foram estupradas. Isso me traz, como uma jovem atriz de 26 anos, uma responsabilidade de saber o que eu quero comunicar. Foi muito difícil fazer esse personagem. Tô tremendo”.

“É difícil mexer em dores ancestrais, antigas, me sinto honrada de fazer a Daiane”.

Já Mariana Lima, interpretando Glória Sadala, primeira esposa do médico na história, não deixou de se emocionar com a exibição do primeiro episódio da minissérie, mesmo já o tendo visto antes. “Estou vendo pela segunda vez e fico chorando que nem uma condenada. Quando chegou pra gente, foi um desafio. Paolla e eu tivemos de respeitar um cara como Roger. É sair do lado das vítimas, que fala com a gente, e estar do lado do monstro. É estar em dois espectros ao mesmo tempo”, comenta.

“O assédio, infelizmente, faz parte da nossa cultura. É um tema muito difícil . É um presente para nós e um turning pointpara nossa carreira”.

“Por ser uma mulher muito complexa pra construir, Glória foi meu maior desafio na dramaturgia”.

Monica Iozzi, intérprete de Carmen, uma das vítimas de Roger, conta que o papel, que considera divisor de águas em sua carreira, mexeu com ela. “Eu tento me afastar do que a personagem está vivendo, mas dessa vez foi muito difícil, sabendo que é uma história real, tendo o desfecho que teve. O trabalho mais difícil que tive na vida e, ao mesmo tempo, gratificante. O importante dessa série é mostrar como essas mulheres são fortes. Apesar da temática triste e violenta, ela [Assédio] celebra a força dessas mulheres”.

“As cenas de estupro costumam ser construídas pelo olhar do homem. Existe uma erotização. Na série, isso não existe em momento algum. O estupro não tem a ver com sexo, é um crime de ódio, tem a ver com poder”, diz Monica.

Bárbara Paz, também no papel de uma paciente e vítima de Roger na minissérie, faz questão de reforçar a importância do assunto no contexto atual.

“Pensando que, no Brasil, 130 mulheres são violentadas todos os dias, a série tem uma importância social muito grande. É preciso falar sobre isso. Essa série é precisa para hoje, para ontem”.

Fernanda D’Umbra, em seu primeiro papel na TV, interpreta Vera, uma dançarina que é atacada em uma consulta, e exalta a união das vítimas nesta situação. “Quando as mulheres se unem, não tem barreiras”.

Elisa Volpatto é a jornalista Mira, responsável por encontrar as vítimas de Roger Sadala na história, e se emocionou ao assistir à estreia em primeira mão. “Eu fico muito tocada de assistir pela primeira vez. O jornalismo, se fosse atrás dessa verdade factual e desse senso de justiça, poderia ajudar muita gente. Que sirva de exemplo para a gente falar mais sobre esse assunto. Eu estou lisonjeada de fazer parte dessa trupe”.

Assédio narra a trajetória controversa de Roger Sadala em rota de colisão com um grupo de ex-pacientes que irá romper o anonimato e revelar a verdadeira face daquele que tinha o poder da criação em suas mãos. Nos cinco anos que separam o médico do monstro está a história dessas mulheres que enfrentaram seus traumas, romperam o silêncio e o denunciaram à justiça. Mais do que uma obra sobre violência e covardia, Assédio é uma história de perseverança, superação e coragem.

Assédio estreia 21/9, exclusivo para assinantes Globoplay.

Ficha Técnica
Gênero: Drama
Formato Original: Minissérie em 10 capítulos
Autora: Maria Camargo
Direção Artística: Amora Mautner

Fonte/Foto: globo.com

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