Aracaju, 20 de abril de 2024
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Anvisa e SES discutem a gestão do medicamento Talidomida em Sergipe

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A Secretaria de Estado da Saúde (SES) sediou nesta quinta-feira, 20, o Seminário Região Nordeste sobre o Controle do Medicamento Talidomida, promovido pelo Ministério da Saúde, através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O objetivo do evento foi o de promover um debate qualificado sobre a gestão desse medicamento elaborar, ao final, um plano de ação para o controle do medicamento em toda a cadeia da assistência farmacêutica.

A Talidomida é utilizada para o tratamento da Hanseníase, de alguns tipos de câncer, lúpus, doenças crônicas degenerativas e úlceras aftóide em pacientes HIV e, em Sergipe, 100 pacientes utilizam o medicamento que no Estado é dispensado em um único ponto: o Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar) do Siqueira Campos.

O evento foi aberto pelo secretário de Estado da Saúde, Valberto de Oliveira, que destacou a importância da discussão, considerando ser a Talidomida um medicamento de alto risco para gestantes, já que provoca a malformação de embriões e fetos. “Considerando os efeitos danosos, o uso da talidomida ainda é necessário para tratar algumas patologias, por isso mesmo precisamos fortalecer os mecanismos de controle da gestão do medicamento para reduzirmos esses riscos”, falou Valberto de Oliveira.

A representante da Anvisa, Renata de Morais Souza, informou que o tema Talidomida é uma prioridade da Gerência de Produtos Controlados da agência considerando os desafios e problemas reais que cercam a gestão e o controle do medicamento e acontecem ao longo do país.  Para ela, a palavra chave para vencer as dificuldades é o diálogo.

“A integração entre gestores, atividades, entes federativos e conselhos de classe é essencial e sem essas oportunidades de diálogo fica mais difícil o enfrentamento dos problemas. Este é o primeiro de uma série de seis ou sete seminários que vão ocorrer ao longo deste ano e em 2019 e Sergipe é o primeiro parceiro nesse projeto. Espero que ele realmente renda bons frutos, fortaleça de verdade as nossas responsabilidades e nos ajude a cumprir com os nossos compromissos”, disse Renata Souza.

Para o coordenador da Vigilância Sanitária da SES, Antônio Pádua, do ponto de vista técnico é importante a elaboração de um plano de ação para o controle da talidomida desde o armazenamento, passando pela distribuição e prescrição, até a dispensação do medicamento, uma vez que a sua utilização inadequada traz danos irreversíveis conhecidos como a síndrome da talidomida.

Pádua lembrou que vários países no mundo baniram o medicamento na década de 60, mas foram nacionalidades que resolveram problemas primários da saúde, o que não aconteceu ainda no Brasil, por isso ainda o uso da talidomida. “Por isso, é importante que todos que compõem a cadeia da assistência farmacêutica deste medicamento tenham ciência de suas responsabilidades. Os médicos precisam se sentir seguros na hora da prescrição da talidomida e dar ciência aos pacientes sobre os riscos do remédio. O farmacêutico, que também atua diretamente com o paciente, precisa orientá-lo também”, enfatuzou.

Representando a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária, Marysson Bezerra destacou a importância do encontro de trabalho. “Estávamos ansiosos para a realização deste seminário, onde pretendemos definir alguns fluxos que gerem um controle mais rigoroso do medicamento. Então, nossa expectativa é a de que saiamos daqui com um plano de ação que exija uma dispensação mais rigorosa, criteriosa e racional”, disse ele, informando que o Estado de Pernambuco possui 185 municípios, com 50% deles realizando a dispensação da talidomida.

Foto: Flávia Pacheco

ASCOM SES

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