Aracaju, 25 de abril de 2024
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Farmácia Viva: projeto será resgatado e implantado em unidades de saúde

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Uma parceria entre a Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema) e da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), e a Universidade Federal de Sergipe (UFS) levará saúde e bem-estar para os aracajuanos. O projeto Farmácia Viva, deixado de lado pela antiga gestão, será recuperado e disponibilizará plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos em espaços públicos na capital.

A Farmácia Viva está localizada no Parque Augusto Franco (Parque da Sementeira), no Horto Municipal. Lá, são produzidas e armazenadas mudas ornamentais e florestais em parceria com o Sergipe Parque Tecnológico (SergipeTec), e, após todo o processo de preparação, são plantadas em avenidas, canteiros, praças e escolas públicas da capital, contribuindo com a arborização da cidade. Além do Parque da Sementeira, a ideia é que a Farmácia Viva seja implantada também nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) da capital.

A UBS Manoel de Souza Pereira, localizada no conjunto Sol Nascente, no bairro Jabotiana, será o primeiro local a receber o projeto. Na unidade, já existe um herbário onde a comunidade cultiva plantas medicinais. Os médicos e enfermeiros serão capacitados por uma equipe multidisciplinar da UFS sobre o plantio, manipulação e consumo adequado dos fitoterápicos. “Quando o paciente chegar à unidade com mal-estar, por exemplo, o profissional da saúde indicará o melhor tipo de planta para o diagnóstico dele. Só poderá ser prescrito por uma pessoa que tenha o conhecimento das suas indicações”, assegurou o diretor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional da Sema, Paulo Cerqueira.

Ao todo, mais de 30 tipos de plantas entre medicinais e fitoterápicas serão utilizadas no projeto, entre elas estão a citronela, manjericão, alecrim-pimenta, mastruz, merthiolate, arruda, cúrcuma, aroeira, sambacaetá e arnica. Os medicamentos fitoterápicos serão disponibilizados apenas nas UBS, já as plantas medicinais, como boldo, hortelã, capim-santo e erva-cidreira, ficarão disponíveis para consumo no Parque da Sementeira.

O objetivo do projeto é oferecer qualidade de vida para a população. “Esse projeto é uma das ações de fortalecimento da Sema, contida no Planejamento Estratégico de reestruturação do Horto Municipal Florestal. Através do consumo de plantas, as pessoas terão acesso aos produtos naturais, possibilitando o contato com o meio ambiente. Além dos medicamentos alopatas, que trazem muitos efeitos colaterais, os medicamentos fitoterápicos reduzem os efeitos adversos por serem produtos naturais e indicado pelos médicos”, contou Paulo Cerqueira.

Para que as UBS de Aracaju recebam o projeto, um dos critérios é que a área seja protegida por um cercamento para que não haja nenhum contato com os animais. Todo o processo de implantação da Farmácia Viva será coordenada por uma especialista em fitoterápicos e uma equipe multidisciplinar da UFS com agrônomos, engenheiro florestal, engenheiro ambiental, estudantes e farmacêuticos.

Para que um medicamento fitoterápico seja disponibilizado, serão necessários alguns procedimentos que vão desde a plantação da muda, até o processamento de secagem, trituração e embalagem para entrega. Na embalagem, precisam constar informações como nome científico e popular, data, assinatura do farmacêutico responsável e indicação. Inicialmente, os fitoterápicos serão processados na UFS, depois passarão a ser produzidos em outro espaço.

Plantas medicinais X Plantas fitoterápicas

A planta medicinal são aquelas capazes de curar doenças ou aliviar sintomas. De acordo com a legislação sanitária brasileira (Lei 5991/73), elas podem ser vendidas apenas em farmácias ou herbanários. Nesses locais, devem estar corretamente embaladas e acompanhadas do nome científico no rótulo. A embalagem de uma planta medicinal não pode apresentar indicações para uso terapêutico.

Já os fitoterápicos têm a planta medicinal como matéria-prima. Ele é obtido usando derivados extraídos da planta (extrato, tintura, óleo, cera, suco, etc.), que são industrializados. Todo medicamento fitoterápico deve ser produzido em laboratório autorizado e obter registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) antes de ser comercializado. Não são considerados fitoterápicos: chás, partes ou pó de plantas medicinais, homeopatia, florais, medicamentos manipulados, e própolis.

Fonte e foto assessoria

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