Aracaju, 29 de março de 2024

STÉDILE: SEMPRE QUE OS RICOS GANHAM, É PORQUE TOMARAM DA CLASSE TRABALHADORA

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Preocupados com os rumos do Brasil, diante da atual conjuntura política, militantes de vários movimentos sociais, populares, sindical e de esquerda participaram da plenária que debateu a importância da defesa do Brasil e do povo brasileiro. O encontro aconteceu na manhã desta sexta-feira, dia 19, organizado pelo mandato do deputado federal João Daniel (PT/SE), juntamente com os movimentos. Na oportunidade, o integrante da Direção Nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, fez uma análise da atual conjuntura política e o momento que o país vive com uma disputa presidencial com duas candidaturas totalmente antagônicas.

Ele lembrou que esses últimos dias da campanha são fundamentais para que seja mantida a construção de um projeto diferente para o Brasil. “No dia 28 podemos superar um desafio ou ter pela frente um novo desafio mais difícil”, observou Stédile. O presidente da União Geral dos Trabalhadores em Sergipe (UGT/SE), Ronildo Almeida, que também preside a Federação dos Comerciários de Sergipe (Fecomse), ressaltou o momento de terror que o país vive, com tantos projetos nocivos contra a população. “Neste momento, importa que cada trabalhador tome para si mudar a realidade, porque não é impossível virar esse jogo”, ressaltou.

O deputado João Daniel destacou que, neste momento, é fundamental a militância estudar a conjuntura e enfrentá-la, de imediato. Ele lembrou que durante o segundo turno das eleições passadas, quando disputaram Dilma Rousseff e Aécio Neves, foi realizada uma plenária, “Hoje, temos uma candidatura de oposição, numa situação diferente e precisamos compreendê-la”, ressaltou. Ele registrou e parabenizou os eleitores sergipanos, que deram a vitória a Fenando Haddad em 74 dos 75 municípios, sendo que, na capital, avaliou o deputado, dá para reverter a situação.

Para a deputada Ana Lúcia, a plenária foi de extrema importância, pois, diante da conjuntura que o país tem vivido e o quadro que vem se construindo, é um momento decisivo para a vida dos brasileiros. Segundo ela, uma virada, nessas circunstâncias, é uma necessidade. “É com a militância nas ruas e o embate nas redes sociais, que já vimos que é quase impossível continuar diante do financiamento dos empresários com as fake news. O convencimento se dá no corpo a corpo, olho no olho e não podemos ter medo da ameaça dos fascistas”, disse.

Luta de Classes

João Pedro Stédile parabenizou a iniciativa da realização da plenária, um momento para fazer uma reflexão sobre a conjuntura política e ao mesmo tempo debater recomendações práticas das tarefas práticas para os próximos oito dias. Em disse que ao fazer uma análise da atual conjuntura política se faz uma análise da luta de classes, que é muito dinâmica e ocorre em vários espaços da sociedade brasileira, não só nas eleições. Segundo ele, aqui no Brasil é fácil entender essa luta de classes, pois a sociedade brasileira é uma das mais desiguais do mundo. “Temos duas grandes classes antagônicas: de um lado a burguesia, os ricos, que são 1% ou 2% da população, uma minoria ínfima; e do outro lado 85% a 88%, que vive do trabalho, explorado por esta minoria. E no meio temos, o que a grande imprensa e nós repetimos equivocadamente, a classe média, que sempre vai trair a classe trabalhadora, por isso é ilusão atraí-la”.

Ele acrescentou que essas duas classes antagônicas, assim como num jogo de futebol, se enfrentam e querem vencer uma a outra. “E nunca é possível que os dois ganhem. Não há possibilidade da classe trabalhadora ganhar sem os ricos perderem e sempre que os ricos ganham é porque tomaram da classe trabalhadora”, disse. Stédile acrescentou que para se compreender o que está acontecendo atualmente é preciso olhar para trás e que o fato determinante na luta de classes brasileira a crise econômica que eclodiu no país em 2008, quando foi segurada no governo Lula, e depois voltou com força em 2013, 2014 e causou prejuízo para toda sociedade. “E a crise é de origem da natureza do capitalismo. Não foi problema do governo, da Dilma, nem dos empresários. A crise aconteceu porque o Brasil está no meio do capitalismo e quando eclodiu nos levou de roldão junto”.

João Pedro acrescentou que a disputa que o país enfrenta agora não é simplesmente eleitoral. “Estamos disputando um projeto de quem vai tirar o país da crise e quem vai afogar o país na crise. Ou a burguesia aprofunda seu plano perverso, ou a classe trabalhadora consegue retomar um projeto de reindustrialização do país, de crescimento econômico, distribuindo renda e resolvendo os problemas da população”, afirmou, ao lamentar que, infelizmente, a maioria da classe trabalhadora não se deu conta de que a disputa é entre dois projetos de duas classes antagônicas.

Foto: Márcio Garcez

Por Edjane Oliveira

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