Aracaju, 14 de maio de 2024
Search

SERGIPE REGISTRA SALDO 3.963 EMPREGOS NO MÊS DE SETEMBRO

__AC5F~1

Sergipe gerou saldo de 3.963 empregos no mês de setembro deste ano, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, divulgados nessa segunda (22). Foi o melhor resultado para esse mês desde 2014, período anterior à crise no país e no estado.

“Esses 3.963 empregos é a diferença entre contratação e demissão, é o que a gente chama de saldo de emprego. Esse dado foi muito bom, é o melhor para o mês de setembro desde 2014, o que é muito significativo, porque em 2014 a economia brasileira e de Sergipe ainda não tinham entrado em crise. Nos só entramos em crise em 2015 e em setembro daquele ano o saldo foi negativo, foram 396 empregos a menos. Já em setembro de 2017 foram 584 negativos”, aponta o economista Ricardo Lacerda, professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e assessor econômico do governo do Estado.

De acordo com Lacerda, muitos setores apresentaram dados positivos, com destaque para a Agropecuária, Indústria de Alimentos e até mesmo a construção civil. “É verdade que boa parte dessas vagas é referente à atividade sucroalcooleira, cultivo da cana-de-açúcar e produção de açúcar e álcool, porém não foi só isso, foi relativamente diversificado. Quando vemos um número tão robusto como 3.963, um dos melhores da série histórica, significa em grande parte que a atividade sucroalcooleira voltou com bastante força. Mas não foi só isso, outros setores empregaram, até a construção civil voltou a empregar, gerando 333 novos empregos em setembro. Ao contrário de anos anteriores, a construção civil está com saldo positivo ao longo do ano, já são 955 novos empregos em 2018. O que demonstra que este setor começou lentamente a se recuperar, grande parte disso devido a obras públicas, as obras de rodovias do Estado”.

Na classificação do Caged para setembro, destacam-se a Fabricação de Açúcar, com 1.822 empregos gerados; o Cultivo de Cana-De-Açúcar, com 1.295; Seleção e Agenciamento de Mão-De-Obra, 628; Montagem de Estruturas Metálicas, com 378; e obras de Montagem Industrial, com 378 vagas de saldo. “Acredito que essas duas últimas devido também às obras da termelétrica. Já quanto aos empregos ligados à cana, outro fato que deve ter contribuído é o preço do etanol, que hoje está competitivo em Sergipe. Sabe-se que vale a pena colocar etanol quando o mesmo encontra-se com até 70% do valor da gasolina, é o que tem acontecido. Isso tem um impacto favorável para economia do Nordeste, principalmente para estados como Pernambuco, Alagoas e Sergipe, que dependem muito da cana”, expõe o economista.

Estado

Para o professor, o Estado teve um papel importante para a melhoria da geração de emprego revelada pelos dados do Caged. “Observamos o impacto das obras públicas o que é importante para a construção civil no estado, por exemplo. Também há o impacto da melhoria das finanças públicas, regularização do pagamento do funcionalismo, tudo isso ajuda o comércio e a atividade econômica como um todo”.

Conforme a análise dos dados do Caged durante o ano, Ricardo Lacerda explica que a perspectiva é que Sergipe feche 2018 com saldo positivo na geração de empregos. “Em 12 meses o saldo foi positivo, com acúmulo de 4.411 empregos. Acredito que, com este resultado que tivemos agora em setembro, vamos ter um saldo positivo para 2018, os dados sinalizam para cerca de 5 mil novas vagas ao fim do ano. Foi negativo em 2017, não muito alto, mas foi; tivemos o pior ano em 2016 e também foi negativo em 2015. O último ano que tinha sido positivo foi 2014. Isso aponta que a economia sergipana está passando pelo pior da crise e começando a dar os seus primeiros passos para recuperação. É possível que tenhamos, já nos próximos anos, um numero muito mais robusto com relação a geração de emprego”, conclui.

Leia também