Aracaju, 18 de abril de 2024
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Bullying: Um problema social, explica psicólogo Vitor Matos

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Bullying é um termo que se refere a atos de violência física ou psicológica, motivados por diversas formas de preconceito. Foi alcunhado pelo pesquisador sueco Dan Olweus, após o Massacre de Columbine, ocorrido nos EUA em 1999. Essa violência costuma ocorrer com mais frequência em ambientes escolares. Segundo o Ministério da Educação, aproximadamente, um em cada dez estudantes é alvo frequente de bullying nas escolas e estão mais propensos a faltar às aulas, abandonar os estudos e ter os piores desempenhos acadêmicos do que aqueles que não têm relação conflituosa com os colegas. Além disso, apresentam sintomas de depressão, ansiedade, baixa autoestima e perda de interesse por qualquer atividade.

O psicólogo do Hapvida, Vitor Matos, explica como se dá a prática do bullying e a relação entre quem provoca e a vítima da violência. “O bullying é visto como um desequilíbrio de poder entre os pares, com agressão de maneira repetitiva ao longo do tempo, tendo a intenção de causar dano ao outro. Os envolvidos em situações de bullying são considerados autor, alvo, testemunha e alvo que se torna autor também. Os autores de bullying são manipuladores, fortes; geralmente trazem histórico sociofamiliar de violência, desafeto e/ou reproduzem a condição preconceituosa ali experimentada. O alvo, por sua vez, está exposto às situações de constrangimento, humilhação, hostilidade e a perseguição sem causa aparente ou revelada pelo autor da violência. O alvo que se torna autor, está relacionado com o excesso de poder, ou seja, em determinado momento sofrerá agressões de colegas com maior força, em outro é autor de agressões a colegas com menor domínio. E, por fim, a testemunha, que apresenta quatro tipos de comportamentos, podendo ser: o assistente do autor; reforçam positivamente o comportamento do mesmo; evitam ou ignoram o bullying e defendem ou consolam o alvo”, esclarece.

O psicólogo ainda diferencia o ato em dois tipos, quando ocorre na escola e quando é promovido pela escola. “A primeira começa dentro das escolas e ingressam no cotidiano do aluno, influenciando negativamente seu desenvolvimento. A segunda diz respeito à ação gerada ou fortalecida pela escola mediante suas regras e que podem ser caracterizadas em: patrimonial, voltado contra os bens materiais que compõem a escola; simbólica, imposição dos conteúdos escolares sem qualquer interesse e significado para a vida dos alunos; ou quando os professores se recusam a propiciar explicações e atividades pedagógicas adequadas ao desenvolvimento intelectual e sociocultural dos estudantes; física, de uns contra os outros; e a psicológica, que tem por objetivo atingir a estrutura psíquica de um indivíduo, através de xingamentos repetitivos, desprezo”, orienta.

Vitor Matos explica como a psicologia pode contribuir para reverter esses processos de violência no ambiente escolar e fortalecimento de vínculos, melhora da autoestima e bem-estar dos alunos. “A escola é uma instituição que tem como base o desenvolvimento do aluno, a partir do método de ensino-aprendizagem que o dispõe para conviver e discutir suas divergências de maneira pacífica, por meio de normas preestabelecidas e aceitas. A psicologia pode proporcionar espaços para a construção de vínculos, possibilitando a troca de experiências e fortalecendo suas habilidades sociais para solucionar conflitos”, elucida.

D Comunicação

Foto assessoria

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