Aracaju, 23 de abril de 2024
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Fecomse continua na luta para fechamento das Convenções Coletivas dos comerciários

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“O que o setor patronal está querendo é aumentar os seus ganhos através da exploração dos trabalhadores. É no mínimo vergonhoso o processo de negociação com o patronato do comércio de Sergipe, em vários segmentos. O que a gente pede é que os empresários tenham sensibilidade e respeito pelos trabalhadores”. O desabafo é do presidente da Federação dos Empregados no Comércio e Serviços de Sergipe (Fecomse), Ronildo Almeida, sobre o processo de negociação das Convenções Coletivas de Trabalho dos comerciários em geral, que continua sem avanços para a maioria dos setores.

Para se ter um ideia, as datas-bases são em janeiro e maio- a depender do segmento do comércio-, já houve várias rodadas de negociação, mas o patronato não quer o fechamento das convenções. Não aceita dar o reajuste salarial e melhorar as condições de trabalho.

“Estamos atravessando um momento difícil para os trabalhadores. Com a reforma trabalhista, o setor patronal reforçou seu poder de ganho, por meio da exploração. A Federação tem procurado a paz, o caminho da negociação e, claro, buscar  resultados para os trabalhadores. Veja bem: nós estamos falando de reajuste salarial, onde temos datas-bases em janeiro e maio, e muitas negociações estão abertas, como farmácia, concessionárias, varejistas de Tobias Barreto, atacadistas em geral, tintas e derivados da construção”, argumenta Almeida.

O sindicalista lembra que uma empresa se sustenta e tem lucratividade tendo por bases dois pilares. “O setor patronal entra com o capital e a nossa receita, digamos assim, é a mão de obra, entramos com nossa força de trabalho. É isso que faz gerar a empresa, e não justifica as pessoas viverem sem reajuste salarial.”

Ronildo Almeida destaca, ainda, alguns avanços obtidos nesse processo de negociação, como o fechamento da Convenção Coletiva dos trabalhadores dos supermercados. “Conseguimos fechar com o ramo dos supermercados, com reajuste retroativo, em 2,5%, ratificando todas as cláusulas da Convenção Coletiva anterior”, explica.

Nesse sentido, o presidente da Fecomse apela à sensibilidade do setor patronal para que atenda as reivindicações dos comerciários. “Existe uma dívida moral e econômica do setor patronal com os trabalhadores, que influi diretamente na harmonia entre capital e trabalho. Os trabalhadores estão fazendo a sua parte, que a sua jornada diária. O que estamos defendendo é que o setor patronal, no mínimo, pague aos trabalhadores as perdas desses períodos que estão em abertos”, defende Almeida.

Foto Ascom  Fecomse

Por Tereza Andrade

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