Aracaju, 19 de abril de 2024
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Ana Lúcia entrega Medalha de Honra ao Mérito Parlamentar à Yalorixa Wilma Maria Silva

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Pela sua história de dedicação ao Candomblé e aos seus filhos de santo e pela sua contribuição para o enfrentamento à intolerância religiosa e para a defesa das religiões de matriz africanas em nosso Estado, a yalorirá Wilma Maria Silva, a Mãe Wilma, recebeu na manhã desta sexta-feira, 23, a Medalha de Honra ao Mérito Parlamentar. Em nome da Assembleia Legislativa de Sergipe, a deputada estadaual Ana Lula entregou nas mãos da líder religiosa a honraria. Lideranças religisoas e políticas, familiares e amigos da homenageada prestigiaram a solenidade.

“Mãe Wilma é uma dessas mulheres que bravamente lutou e luta em defesa do direito de professar sua fé. Mãe Wilma é uma dessas mulheres que resistiu e resiste ante à opressão e ao preconceito contra as religiões de matriz africanas. Mãe Wilma é uma dessas mulheres que, em seu fazer cotidiano exerce a grandiosidade da missão que de ser líder religiosa e comunitária, mãe de tantos filhos. Mãe Wilma é uma dessas mulheres cantadas por Maria Bethania que é ‘como a haste fina, que qualquer brisa verga, mas nenhuma espada corta’”, resumiu Ana Lúcia, autora da propositura que permitiu a homenagem.

Após agradecer os amigos, familiares, filhos de santo e autoridades presentes, Mãe Wilma destacou a emoção que sentiu pelo reconhecimento da Casa Legislativa e da deputada estadual Ana Lula. “É muito emocionante, este dia será inesquecível em minha vida”, resumiu a homenageada.

Religião, racismo e resistência

Em seu discurso, Ana Lúcia analisou as raízes da intolerância religiosa contra as religiões de matriz africana, apontando que a discriminação a estas doutrinas são também as raízes do preconceito racial em nosso país. “Colonizado amplamente por apenas uma religião, O Brasil foi um dos últimos países a abandonar o regime escravocrata, que durou cerca de 388 anos e relegou o povo negro a gerações e gerações de direitos negados, incluindo o direito de manifestar suas crenças religiosas. Os valores do povo brasileiro foram forjados sobre uma falsa ideia de democracia racial, sustentada na hipocrisia, na exploração do povo negro e na negação de suas raízes históricas e culturais”, avaliou.

Ao analisar o difícil cenário pelo qual passa o nosso país, marcado pela intolerância e pelo autoritarismo, Ana Lula convocou todos para a resistência. “Lamentavelmente, após um período de ampliação democrática durante os governos petistas, vivemos agora um momento de ascenção dos valores nazi-fascistas no Brasil, marcados pelo fundamentalismo religioso, pelo preconceito, pelo autoritarismo e pela eliminação de valores e ideias divergentes. Quando o comportamento de ódio passa a mobilizar um conjunto de pessoas ou o próprio Estado contra determinada fé, nos cabe resistir e enfrentar”, conclamou a parlamentar.

Fonte e foto assessoria

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