Aracaju, 18 de abril de 2024
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Fibra coco pode recuperar áreas degradadas por extração mineral em Sergipe

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Esta fibra é rica em cálcio e potássio o que diminui a deficiência nutricional do solo

Restaurar áreas degradadas devido à extração mineral em Sergipe é o intuito de pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS), com o plantio de mudas de espécies florestais, utilizando a fibra de coco como substrato, e a introdução de fungos que têm grande capacidade de absorção de nutrientes (fungos micorrízicos). A pesquisa conta com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica de Sergipe (Fapitec-SE).

Segundo o pesquisador e professor do curso de engenharia florestal da UFS, Milton Marques Fernandes, Sergipe possui muitas áreas de mineração onde se extrai principalmente o calcário e areia causando uma grande degradação do ecossistema e do desgaste no solo com sérias limitações nutricionais.

“Eu observei que muitas empresas no estado retiram calcário, areia e arenoso, deixando estes locais com um passivo ambiental muito grande, havendo a necessidade do reflorestamento com espécies florestais; sendo assim, plantaremos leguminosas arbóreas, e como substrato, a casca do coco que forma associações simbióticas com fungos micorrízicos, aumentando a absorção de fósforo ajudando a recuperar o solo e a restaurar o ecossistema”, explica o professor.

Ainda segundo o pesquisador, Sergipe é um grande produtor e consumidor de coco, mas têm um sério problema ambiental; não têm muitas vezes um local adequado para o descarte da casca deste fruto, foi então que os pesquisadores resolveram utilizar esta fibra que além de ser rica em cálcio e potássio, retêm água no solo; prevenindo ressecamentos e erosões.

De acordo com pesquisadora e bolsista do curso de engenharia florestal da UFS, Fernanda Maria Matos, a espécie de planta escolhida para receber o substrato foi Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan(angico), árvore de médio e grande porte, adaptada ao clima da região.

“É uma espécie que têm um crescimento mais acelerado, podendo atingir 6 metros em 3 anos. Outro aspecto importante, é o fato da associação da espécie com bactérias fixadoras quem têm a função de fixar o nitrogênio, nutriente importante para o crescimento da planta”, concluiu a pesquisadora.

Metodologia

As mudas serão produzidas no viveiro do departamento de ciências florestais da UFS. O substrato que será utilizado para a produção das mudas será composto por terra preta (subsolo), areia lavada e fibras de coco. Para produzir a fibra de coco serão coletados cocos vazios junto a comércios em Aracaju e São Cristovão. A área de plantio está localizada em uma fazenda particular situada no município de Itaporanga da A’juda-SE.

Fonte e foto assessoria

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